Recuo de preços

Diante de clima favorável na Ásia, o panorama geral é de estoques mundiais em níveis ainda relativamente altos
Ronaldo Lima Santana

Diante de clima favorável na Ásia, o panorama geral é de estoques mundiais em níveis ainda relativamente altos, proteção crescente à produção em países daquela região, dólar índice em nível alto e os fundos elevando suas posições vendidas. Todos esses acontecimentos têm contribuído para o forte recuo de preços que tem sido observado no mercado internacional de açúcar em cents/lb. Com a valorização do dólar frente ao real, os preços em na moeda nacional por tonelada permaneceram mais firmes.

As chuvas de monções nas regiões canavieiras da Índia sugerem, no conjunto, uma condição climática próxima do normal e uma safra melhor que inicialmente era esperado.

O gráfico a seguir mostra o comportamento dos preços do açúcar demerara na Bolsa de Nova York, em cents/lb e R$/t, tomando como base o 1º vencimento.

No mercado interno de açúcar o comportamento dos preços foi de recuperação em agosto, mesmo sem o suporte externo. A safra mais alcooleira ajuda a explicar esse comportamento dos preços, à medida em que a produção de açúcar foi, até a posição de meados do mês, 1,05 milhão de toneladas menor que àquela do mesmo período do ano passado.

Nesse contexto as usinas apresentaram certa restrição na oferta do produto, seja via preços mais altos, seja se ausentando do mercado.

O gráfico a seguir apresenta os preços médios semanais negociados em São Paulo apurados pelo Índice JOB Economia e Esalq.

As exportações brasileiras de açúcar apresentaram, nesses cinco primeiros meses da safra 2019/20, volume inferior àquele do mesmo período da safra passada: cerca de 0,58 milhão de toneladas. “Wash-outs” têm sido verificados no mercado, indicando uma preferência ajustada para a produção de etanol, em função dos baixos preços do açúcar. •

Ronaldo Lima Santana é sócio-gerente da JOB Economia e Planejamento

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