Exportações de cacau brasileiro em alta

Clima favorável, cuidados ambientais e melhora da qualidade do produto estão entre os fatores que explicam a tendência
Cacau brasileiro é vendido para 135 países e exportações do setor movimentaram 228 milhões de dólares no ano passado

Especializada em serviços de assessoria em comércio internacional, a Efficienza divulgou, por ocasião do Dia Mundial do Chocolate, celebrado em 7 de julho, números relativos às exportações brasileiras de cacau.

Considerando o produto em pó, na forma de barras de chocolate ou pasta de cacau, apenas no primeiro trimestre de 2023 o Brasil exportou 11 mil toneladas. A Argentina desponta como um dos maiores compradores do cacau brasileiro no mercado internacional, respondendo por nada menos do que 39% das exportações do setor.

“O Brasil é tão importante para esse mercado mundial, que nossas exportações chegam a mais de 135 países e só no ano passado movimentaram 228 milhões de dólares”, ressalta Fábio Pizzamiglio, diretor da Efficienza, acrescentando que a Bahia, sozinha, responde por 98% das exportações brasileiras de cacau.

Técnicas inovadoras

Ainda de acordo com o especialista, o aumento da presença do cacau brasileiro no mercado internacional deve-se, dentre outros fatores, à melhora da qualidade do produto, alcançada com a utilização de ingredientes regionais e técnicas de produção inovadoras. A progressiva adoção de métodos produtivos ambientalmente amigáveis e que favorecem a geração de renda em comunidades socialmente vulneráveis também estaria por trás do aumento do interesse internacional pelo cacau brasileiro.

O diretor da Efficienza também inclui dentre os fatores que favorecem as vendas lá fora do cacau brasileiro o clima favorável para o cultivo do fruto e o chamado conceito “tree to bar”. Trata-se da capacidade da indústria nacional de realizar, em solo nacional, todas as etapas do ciclo produtivo do produto, desde a preparação do solo e plantio das sementes às linhas de acondicionamento do produto final em embalagens adequadas para o mercado externo.

Pizzamiglio afirma ainda que, junto com fatores como doenças nas plantações e elevação do preço dos combustíveis, o aumento das exportações de cacau tem impactado o mercado interno de chocolates. Para sustentar sua tese, ele recorre a números do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que apontam que o preço dos chocolates, entre 2022 e 2033, teve a maior inflação em 6 anos, com aumento médio de 21% nas gôndolas. Na Páscoa deste ano, prossegue o diretor da Efficienza, o aumento médio foi de 17,69% e somente os produtos da Lacta tiveram variação de quase 30%.

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