Conhecida do trade atacadista doceiro a Bel Chocolate é hoje marca do portfólio do Grupo ZDA, com participação destacada na evolução da categoria de candy bars, de tabletes recheados com cobertura sabor chocolate. Segundo dados da Euromonitor International as vendas dessa categoria no varejo brasileiro saíram de R$ 1.278,0 bilhão há cinco anos – equivalentes a 45.400 toneladas (t) – para R$ 2.061,6 bilhões em 2018, totalizando um volume de 55.600 t. Mantendo a curva ascendente, a consultoria projeta salto para R$ 2.779,6 bilhões em 2023, com a colocação de 71.400 t de produtos. “Um crescimento anualizado na faixa de 4% de 2013 a 2018 supera diversas categorias de alimentos, incluindo nichos de demanda explosiva como a de guloseimas da moda”, comenta Bruno Curbani, gerente de marketing do Grupo ZDA, também detentor das marcas Hércules, Diatt e Pop Up. Na entrevista a seguir, ele detalha as mudanças nas linhas de candy bars da marca e na própria estrutura de gestão do grupo empresarial. “Há 42 anos no mercado, a marca Bel está se reinventando, conferindo ainda mais personalidade, atitude e percepção de qualidade, porém, sem perder sua essência e o que foi construído até o momento”, assinala o executivo.
DR – Como analisa o mercado de candy bars no Brasil?
Curbani – O Brasil tem vasta tradição da fabricação e consumo de tabletes recheados cobertos com chocolate, os chamados candy bars, com marcas consagradas pelo trade e consumidor. Mas com a enorme concorrência e inovações lançadas, a demanda em um primeiro momento se estabilizou, até que uma nova onda, puxada por itens diferenciados e marketing agressivo, colocou esse mercado em evidência de novo. É nesse novo momento que inserimos as mudanças levadas a cabo recentemente. Para nossa operação, as vendas vêm crescendo, pois além de ser uma categoria em que acreditamos muito estamos conseguindo abrir oportunidades.
DR – Os produtos desse segmento disponíveis hoje no país estão em linha com seus concorrentes internacionais?
Curbani – Existem marcas fortes tanto nacionais quanto internacionais que atuam na categoria, mas ainda temos fatias importantes do mercado a serem exploradas. Por exemplo, a transposição de guloseimas ou sobremesas clássicas ou ultramodernas para o formato de tabletes recheados, que naturalmente já favorece esse tipo de conversão. Pelas pesquisas que fizemos, os consumidores de candy bars valorizam a conveniência e a indulgência, isto é, o produto tem que ser gostoso. Também observamos que essa é uma categoria que navega em várias ocasiões de consumo.
DR – Desde quando a marca Bel atua no mercado de candy bars?
Curbani – Atuamos no segmento há mais de 15 anos. No entanto, essa cobertura tem se dado de uma forma tímida, com distribuição focada no trade atacadista doceiro. Como a marca já tinha tradição nesse canal, a penetração de novidades se deu quase que automaticamente, sem grande intervenção de trade marketing, campanhas e ações promocionais. Mas a partir de agora, além de ampliar o portfólio para todos os canais, a marca deve ganhar maior agressividade, com revitalizações nas apresentações, lançamentos e inovações que, no momento, ainda não podem ser detalhadas. Inicialmente fizemos um grande trabalho de entendimento dos nossos consumidores para definirmos como iremos posicionar nossas marcas no mercado. Agora desdobramos o redesign da nossa marca Bel e relançamos alguns produtos com ajustes que tem obtido aprovação unânime dos consumidores.
DR – Quais as linhas de maior giro hoje em dia?
Curbani – Nosso carro-chefe é o Moranguete, uma marca que atravessa gerações e traz inovações este ano, estabelecendo uma conexão maior com os consumidores. Elas subiram às gôndolas no início de maio com apelo (appetite appeal) totalmente renovado, novas embalagens e sabores para reconquistar os fãs da marca. Entre os exemplos, sobressaem as barras caramelo e amendoim, coco e as inovações marshmallow e caramelo e Moranguete Jelly. Dentro dessa remodelação, desenvolvida pela agência francesa Team Creatif, a marca Bel passa a assumir seu protagonismo no mercado com uma identidade original, única e impactante e um logotipo que faz alusão direta à cremosidade de seus produtos. É uma brincadeira que passa sabor só de olhar e letras escritas com o dedo molhado de chocolate. As embalagens trazem ainda cores mais vibrantes e modernas, buscando se conectar com os consumidores, numa alusão a produtos on the go, de consumo rápido e em qualquer horário, aliados com qualidade e preço justo.
DR – Quais as mudanças na estrutura administrativa, comercial e fabril do grupo ZDA?
Curbani – Tivemos recentemente uma mudança importante, onde o Luiz Henrique dos Santos nosso CFO assumiu a posição de CEO do Grupo ZDA e Cezar Oliveira passou a assumir toda a área comercial. Com grande parte de sua carreira desenvolvida dentro do grupo – total de 17 anos –, Santos traz um olhar amplo e apurado das operações da companhia, tendo passado pelas áreas de administração, marketing e vendas até se tornar CFO, posição que manteve por seis anos, além da bagagem e grande experiência conferida por seu MBA em gestão empresarial e controladoria.
Durante o ano de 2018, o grupo investiu pesado em pesquisas para entender o consumidor e suas necessidades e assim desenvolver melhorias em produtos, design e novidades para atender o mercado, com foco em ser a mesma marca democrática, otimista e positiva.•
