Fermento só nas vendas

Potência do segmento de óleos e margarinas investe pesado no reduto de alimentação fora do lar
Linha Sina Cheff: demanda de panificação e confeitaria com um terço das vendas do grupo.

Com movimentação anual na faixa de R$ 170 bilhões e crescimento de dois dígitos, o mercado de alimentação fora do lar (food service) atrai cada vez mais novidades do lado da indústria e do trade – principalmente de atacados especializados, como os doceiros. Referência no segmento de esmagamento de grãos e óleos vegetais, o grupo Sina sobressai no food service reforçando apostas na marca Sina Cheff, hoje responsável por um terço dos volumes comercializados, repassa Nicola Armellini, diretor de marketing da companhia. “Estamos apostando na manutenção desse crescimento de dois dígitos e, para isso, reinvestimos entre 5% e 10% do faturamento em expansão industrial, desenvolvimentos (P&D) e trade marketing no canal de food service, que tem exibido avanços exponenciais para a empresa nos últimos anos”, frisa o executivo. Segundo Armellini, enquanto a performance geral do setor mostra tendência de estabilidade na faixa de 10%, a divisão de alimentos da Sina cravou salto de 41% em 2017 e 32% no último ano.

Com 30 anos de atuação, o grupo agroindustrial se especializou em esmagamento de grãos e fornecimento de derivados como óleos, farelos, gorduras e insumos para alimentos, a exemplo de lecitina e tocoferol. Considerado um dos maiores processadores de grãos do Estado de São Paulo, a empresa conta com quatro plantas que, juntas, produzem cerca de 36 mil toneladas mensais de itens, entre os quais se incluem margarinas e ovos industrializados, entre outros, destinados a diversos segmentos do mercado. Com uma divisão especializada na área química, o grupo atua nos setores alimentício, têxtil, automotivo, farmacêutico, de tintas, plásticos, borrachas e biocombustível.

Armellini: crescimento na faixa de dois dígitos para 2019.

Mas as atenções no momento se concentram na linha Sina Cheff. “Introduzimos a marca há apenas seis anos e, apesar do pouco tempo, ela vem crescendo acima da média do setor e ganhando cada vez mais a confiança de clientes de panificação e confeitaria, sobretudo pela ótima relação de qualidade e preço oferecida”, sintetiza Armellini. Além de margarinas para uso geral e especiais para bolos, massas e cremes (BMC); para folhados e croissants (FC), o portfólio inclui óleos vegetais e gorduras variadas. Também se destacam as linhas de ovos, gemas e claras pasteurizados, desidratados ou resfriados em embalagens cartonadas, que evitam desperdício com produtos trincados ou estragados. “A Sina Cheff não é apenas uma linha, mas uma marca com expertise em soluções para panificação e confeitaria, tão em alta no trade atacadista”, observa o executivo.

Planos agressivos
Aliada de profissionais do food service, a empresa oferece permanentemente apoio técnico, orientação e dicas, comenta Armellini. Essa atuação, por sinal, rendeu à marca premiações, como a Baker Top. No ano passado, o grupo Sina conquistou o primeiro lugar na categoria de óleos e gorduras vegetais; o segundo lugar no reduto de ovos processados e a terceira posição na ala de margarinas. “Outra premiação importante foi a dos 100 Maiores e Melhores Fornecedores, da Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria”, lembra o diretor da Sina.

Apesar desse reconhecimento nos segmentos de ovos processados e margarinas, a divisão de food service mantém planos agressivos, para continuar crescendo nos próximos anos, garante Armellini. “Um dos motores será a diversificação do portfólio através de inovações e ingresso em mais categorias”, reporta ele, por enquanto sem abrir detalhes. Essa confidencialidade, grifa, faz parte da estratégia, que só será revelada na Fipan, principal feira do setor de panificaçãoe confeitaria, programada para julho, em São Paulo. “Além disso, temos programado lançamentos de extensões de linha para fortalecer o mix atual”, complementa o executivo, posicionando a categoria de margarina como a de maior representatividade dentro da operação da Sina. Com mais de 50% das vendas totais da divisão food service, ela é seguida pelo filão de óleos e gorduras vegetais que, juntas, detêm fatia de 30% nos negócios, ficando a ala de ovos (entre líquidos resfriados e desidratados), com os restantes 20%. “Contudo, isso varia de área para área e canal de distribuição”, alerta Armellini. Na cena atual, estima ele, a ala de panificação e confeitaria abocanha aproximadamente 80% no total de food service da Sina. “Mas detectamos um crescimento forte também de hamburguerias e lanchonetes, que viabilizam as vendas de nossa linha de óleos especiais como de algodão e gorduras para frituras de alto desempenho”, acrescenta.

Para Armellini, no entanto, o segmento que mais cresce é o de panificação. “Isso ocorre por conta de as padarias estarem se modernizando e se tornando importantes locais para fazer, além do trivial, refeições e compras, movimento de gourmetização, além do fato de serem mais de 100 mil espalhadas no país”, ressalta o dirigente.

Foco no Nordeste
Para dar conta do mercado local, o grupo Sina opera com cerca de 40 distribuidores, sendo o território paulista (capital e interior) responsável por quase a metade do faturamento geral da empresa, seguido dos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e capitais do Nordeste, onde o consumo de margerinas é elevado. “A fim de expandirmos a distribuição e presença geográfica, o foco este ano estará no Nordeste, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Centro-Oeste”, informa Armellini.

Uma das linhas de maior destaque no portfólio da Sina Cheff é a de margarinas especiais, por sinal relançada recentemente. “São desenvolvidas com ingredientes que agregam sabor e aroma suaves, conferindo um toque especial às receitas dos confeiteiros”, sublinha o diretor. Dentro dessa linha, ele enfatiza as margarinas para folhados e croissants (FC), disponíveis em bloco de dois quilos e sachês de um quilo, ideais para preparação de massas folhadas em geral, e semifolhadas como croissants. “Nosso produto salienta a crocância, com camadas sobrepostas e bem definidas, quatro vezes ou mais superior ao tamanho inicial da massa, conferindo ainda consistência cremosa e mais firme para suportar a sequência de dobras”, explica.

Para receitas doces, Armellini indica a margarina para bolos, massas e cremes (BMC) com 80% de lipídios, apresentadas em sachês de 1,01 quilo em caixas com 12 unidades. “Além de conferir consistência cremosa e macia, porém firme na medida certa, são fáceis de manipular e não grudam durante a aplicação, resultando em bolos mais fofos e úmidos, maior volume, estrutura uniforme e casca docinha, dourada e crocante”, descreve o executivo. Cremes, segue ele, ficam com ótima aeração, aparência firme e aveludada, sem formar grumos nem amolecer facilmente. “E a massa flora (tortinha) fica mais douradinha, crocante e com consistência mais uniforme e durável”, conclui. •

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