Fornecedora de soluções em ingredientes e aromas para a indústria de alimentos e bebidas, a MasterSense, que atua em todo o Brasil e na América Latina, especialmente na Bolívia, Chile, Colômbia, México e países da América Central, divulgou um estudo sobre tendências do setor.
Elaborado pela empresa de pesquisas de mercado Mintel, o trabalho indica que os consumidores estão procurando cada vez mais sabores complexos e combinações inesperadas.
Coordenadora de design & application da empresa, Simone Yamati explica que essa mistura resultou em uma tendência que vem sendo chamada de “sweet plus”. Tal propensão tem na combinação de variedades de pimenta com ingredientes doces, capaz de criar uma sensação de sabor complexa, um de seus exemplos mais emblemáticos. O movimento é ilustrado pela Mintel em um aumento de 138% nos sabores picantes dos cardápios de padarias.
Benefícios à saúde
Outra tendência diz respeito ao aumento de popularidade de sabores que resultam do processo de fermentação. Estes crescem na esteira dos benefícios à saúde e da progressiva aceitação de sabores ácidos pelos consumidores.
Também estão em alta, prossegue Yamati, os sabores nostálgicos, que impulsionam desenvolvimentos de produtos que remetem à infância/adolescência principalmente de millenials e consumidores que integram a geração Z.
“Além de criar uma conexão imediata com o sabor, os aromas são capazes de despertar nossa memória afetiva. Afinal, ao sentirmos o cheiro de alguma comida ligada a uma experiência, nossa percepção será diferente”, ressalta Yamati, acrescentando que essa evocação de memória sensorial pode conferir identidade única a um produto, mesmo que ele não tenha cheiro.
A especialista explica que isso é possível pois existem fatores além do paladar que influenciam na percepção causada pela degustação de um alimento ou bebida. Dentre eles estão a textura, aparência e o formato. Levando isso em consideração, ela salienta que os aromas são capazes de alterar a percepção sensorial dos alimentos, tornando-os mais atrativos, conferindo frescor natural e ajudando a resgatar a memória afetiva dos consumidores.
“O gosto está ligado aos nossos outros sentidos – olfato, audição e visão. O olfato é o primeiro e mais importante sentido a ser explorado em combinação com o paladar. Embora eles possuam vias neurológicas distintas, a ideia de que o gosto é sentido na boca e o cheiro no nariz não é estritamente verdadeira. Basta dizer que quando ficamos gripados, ficamos com o nariz entupido e não sentimos o gosto. Outro fato está relacionado à visão. Se temos um líquido vermelho ou verde, associamos a algumas frutas daquela cor”, diz a coordenadora da MasterSense.
Yamati conta que a explicação para isso está na fisiologia humana, pois o bulbo olfativo, responsável pela identificação dos aromas, fica em uma região do cérebro mais próxima do local onde são acionadas as memórias e emoções. Assim, os aromas misturam os receptores de gosto e textura da boca com as informações que o cérebro recebe do nariz.
Imagem: reprodução MasterSense