O salgadinho é nosso

Fábrica instalada no Paraná vai reduzir preço final de linhas de snacks
Linha da Latinex: portfólio formado a partir de pesquisa em mais de 60 países.

Oriunda de importadora responsável pela introdução de linhas de snacks saudáveis no país, a Latinex cortou em outubro a fita inaugural de sua fábrica em Curitiba (PR). Com investimento orçado em R$ 10 milhões, a planta vai produzir as marcas de guloseimas saudáveis e aperitivos étnicos Fit Food e Frontera no país, eliminando eventuais gargalos de distribuição, repassa Eduardo Moraes, CEO da Latinex. “Com o processamento e envase de mais de 100 itens de quatro diferentes marcas, a previsão é reduzir em até 40% o preço final para o consumidor”, assinala o empresário.

Depois de nove anos atuando na importação e distribuição de alimentos, a Latinex coloca em prática um plano que prevê crescimento de 30% nos próximos três anos, projeta Moraes. “A empresa cresceu acima de 450% entre 2012 e 2017, e foi por conta desse avanço que decidimos investir na fabricação no Brasil”, reporta ele, acrescentando que, para isso, a Latinex adquiriu uma parte das marcas que comercializava, ficando dispensada de recolher royalties sobre a venda da maioria das linhas.

Moraes: sem carro-chefe, mas com um negócio forte e crescente.

A fabricação das marcas Fit Food e Frontera no Brasil elimina os problemas oriundos da importação e amplia o estoque para o crescimento projetado para os próximos anos. “À medida que os conceitos das linhas foram sendo validados com o aumento da demanda, sentimos a necessidade de investir na ampliação das marcas e, para alcançar esse objetivo, precisávamos produzir os itens localmente”, justifica Moraes, adiantando que, até o segundo trimestre de 2019, a Latinex pretende produzir 90% dos itens do atual portfólio.

Parte do investimento também foi dedicado ao aperfeiçoamento das receitas, formatos e identidade visual, principalmente das guloseimas doces e salgadas. “Todos os itens passaram por adaptações e melhorias para serem produzidos no Brasil”, informa o dirigente. Para orientar as mexidas, a Latinex encomendou pesquisas a consultorias especializadas dentro e fora do país. Com o início da produção nacional, a empresa está relançando itens que atendem ao perfil do consumidor local de acordo com os estudos realizados. “Em outubro, reintroduzimos os biscoitos de arroz da Fit Food, que chegam aos consumidores em formato mini e em embalagens de 30g”, anuncia Moraes.

Ele sublinha que o processo industrial da Latinex também conta com equipamentos inovadores para produção de snacks com níveis reduzidos de gordura e sódio, preservando os sabores. Entre os exemplos, o industrial insere a linha de snacks de grão-de-bico da Fit Food, os crackers de arroz da marca e as tortilhas e batata chips da Frontera, programadas para subir às gôndolas nos próximos meses.

Tendências mundiais
Ainda como importadora, a Latinex garimpou grifes pelo mundo afora, encorpando um portfólio hoje com mais de 150 itens, disponível nas gôndolas das principais redes de supermercados, empórios e casas de produtos naturais de todo o Brasil, sob as marcas Smart, Fit Food, Frontera, Taste&Co e Tyrrells. Para reunir esse sofisticado leque, Moraes visitou mais de 60 países, partindo da premissa de trazer alimentos para aproximar o público brasileiro das tendências mundiais de alimentação. “Nosso catálogo oferece os melhores sabores do mundo, incluindo hoje também marcas do Brasil, sempre com muita praticidade e qualidade, atendendo as diferentes ocasiões de consumo”, assinala o CEO da Latinex.
Para ele, o objetivo inicial da operação foi viabilizar o acesso a tendências globais de alimentação para os consumidores brasileiros. O intuito era disponibilizar produtos inovadores para que as pessoas tivessem mais opções de consumo e qualidade na alimentação do dia a dia. Sobre o ingresso no mercado de snacks, Moraes conta que, como em todo e qualquer investimento, primeiro fez um levantamento para visualizar o universo das possibilidades em alimentos para o varejo. “Decidimos ingressar primeiramente em snacks, porque vimos uma lacuna na oferta e queríamos preenchê-la com opções saudáveis, que é a grande tendência global”, assinala ele, completando que o diferencial foi buscar essas alternativas dentro de um formato que entrega sabor e conveniência para consumidores, cujo perfil inclui quem tem estilo de vida ativo e pouco tempo para escolher ou preparar suas refeições.

Moraes reconhece que tinha pouca ou quase nenhuma experiência no setor, o que de certa maneira foi positivo para o início das operações. “Essa ausência de background nos deu um olhar externo mais isento”, frisa o empresário. Assim, foi aos poucos selecionando e desenhando as linhas de produtos, a partir de uma experiência mais individual, como consumidor. “A empresa, dessa forma, não tem os vícios nem os limites dos grandes fornecedores de alimentos”, ele conclui.

Para decidir o portfólio de itens, Moraes considera que ainda faz um trabalho de maturação sem prazo definido, mas inicialmente a seleção partiu de estudos das macrotendências em alimentação (saudável, gourmet, ingredientes, sabores) cruzados com as oportunidades no mercado brasileiro. O câmbio, ele lembra, também teve uma forte influência, uma vez que, na fase de testes, não se podia repassar eventuais variações cambiais aos clientes. “Temos a felicidade de não ter um carro-chefe, mas uma divisão saudável entre as marcas, linhas e itens. Algumas têm maior volume e menor margem, outras o inverso. É um conjunto em que cada marca tem seu papel claro e complementa a outra para um negócio forte e crescente”, enfatiza Moraes. •

Deixe um comentário

Novos Tempos