Demanda acelerada

Gigante do setor de biscoitos e massas no Brasil, a M. Dias Branco mostrou aceleração no ritmo de crescimento ao longo do segundo trimestre, configurando uma tendência que se mantém agora no terceiro intervalo trimestral. Segundo Fabio Cefaly, diretor de novos negócios e relações com investidores da companhia, apesar da reabertura do varejo e de restaurantes em muitas cidades do país o consumo dentro do lar segue forte. “Não estamos perdendo tração”, sublinha o dirigente. Ele informa que o segundo trimestre registrou lucro líquido de R$ 152,4 milhões, alta de 51,5% em relação ao mesmo período de 2019. As vendas de biscoitos aceleraram 14,2% e as de massas saltaram 37,4%.

Cefaly, da M.Dias Branco: meta de tornar a Piraquê uma marca nacional.

Adquirida em 2018, a Piraquê já é a segunda maior marca da M.Dias Branco e os trabalhos na companhia são no sentido de tornar a grife carioca mais conhecida e consumida nacionalmente. Expandir as vendas da Piraquê, ainda muito concentradas no Rio de Janeiro e no Espírito Santo, são foco da fabricante, que apresentou no último trimestre crescimento de 21,9% nas vendas do Sudeste, Sul e Centro-Oeste, tendo como destaque justamente a Piraquê. No Nordeste e Norte, onde a companhia detém fatia de mercado próxima de 60%, as vendas cresceram 16,2%. “Mesmo assim ainda há muito potencial de crescimento no Nordeste”, frisa Cefaly.

No segundo trimestre, a companhia sofreu pressão em custos com a alta do dólar, com destaque para alta nos custos com trigo (12,1%), no óleo vegetal (59,3%) e no preço do açúcar (15%). “O câmbio do segundo semestre deve ser maior do que no primeiro semestre”, pondera o diretor, acrescentando que a expectativa é compensar essa pressão adicional em custos com ganhos de produtividade e aumento nas vendas da Piraquê.

Cefaly destaca que a companhia tem crescido de forma sustentável. “Não foi uma melhora de um trimestre, mas é um trabalho feito desde maio de 2018”, assinala. Estruturalmente, a Piraquê deve ter uma margem (Ebitda) melhor do que a da M. Dias Branco, porque sua margem bruta e preço são maiores do que o mix da empresa. De acordo com o executivo, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) da Piraquê ficou em 23,7% entre abril e junho deste ano, contra 14% registrados na época em que foi adquirida. O resultado é reflexo da sua estratégia de redução de custos e do aumento de valor agregado para grande parte do seu portfólio de marcas.

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