Covid-19 muda hábitos

Consumo de salgadinhos, sucos e achocolatados sofre retração na primeira fase da quarentena

O isolamento social vem mudando hábitos de consumo em todo o planeta e, no Brasil, a parcimônia em alguns costumes avança em diversas frentes. É o que aponta um estudo saído do forno da Kantar sobre os primeiros impactos da Covid-19. David Fiss, diretor de Client Service & New Business da consultoria, informa que, na comparação entre a semana do dia 9 de março, na pré-quarentena, e a do dia 23, houve redução de 8% no gasto total dos consumidores; 5% na frequência de idas aos pontos de venda (PDVs) e 9% no tamanho da cesta (quantidade de itens). O mesmo cenário foi registrado na China, onde a recuperação só se deu seis semanas após o início da quarentena, compara.

Fiss, da Kantar: reduções nos gastos, frequência de compras e tamanho da cesta.

“Na pós-estocagem foram priorizados itens de limpeza doméstica e não perecíveis. Já entre os formatos, o varejo tradicional permaneceu importante, enquanto farmácias e hipermercados perderam espaço entre os consumidores brasileiros”, avalia Fiss.

Em relação aos produtos, a retração maior foi notada nos itens considerados indulgentes. Entre eles, os snacks do tipo salgadinho registraram queda de 23%, sucos caíram 19%; refrigerantes,13% e achocolatados retraíram 11%, repassa o diretor.

“O abastecimento inicial dos lares na semana de 16 de março foi principalmente com categorias básicas e não perecíveis”, reporta ele.

Gastos com papel higiênico, por exemplo, aumentaram 47% em relação à semana anterior. Em seguida vieram sabonete, com 41%, detergente (40%) e água sanitária/alvejante (38%). Alimentos, como leite, açúcar, derivados de tomate, iogurte e massa, também se destacaram.

Já na semana de 23 de março, as categorias que mais cresceram foram linguiças e embutidos (+15%), água sanitária e alvejantes (+8%), água mineral (+8%), frangos (+7%), leite (+6%), acessórios de limpeza (+6%), alimentos para pets (+5%), iogurte (+2%) e pão industrializado (+2%). Em compensação, a cesta que sofreu maior impacto foi a de higiene. Os gastos com absorventes e desodorantes caíram 34%, creme dental 30% e produtos pós-xampu 28%.

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