Considerado um termômetro da economia – e do mercado de snacks e confeitos em particular -, o setor atacadista divulgou números auspiciosos. Na lupa da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (ABAD), as vendas do segmento em julho cresceram 14,2% no comparativo com o mês anterior. Já nos sete primeiros meses de 2023, o avanço teria sido de 17% em relação ao mesmo período do ano passado.
Tais indicadores, observa Leonardo Miguel Severini, presidente da entidade, refletem um cenário macroeconômico alavancado por fatores como o avanço de 4 pontos percentuais no PIB do primeiro trimestre, aumento do índice de confiança do consumidor, que atingiu 92,3 pontos, e projeção de queda do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) para 2024.
“As movimentações que acompanhamos ao longo do primeiro semestre nos levam a uma expectativa bastante positiva. Além dos dados macroeconômicos animadores, tivemos a aprovação da reforma tributária, que promove maior segurança jurídica às empresas, e o fortalecimento da moeda brasileira frente a outras moedas emergentes. Tudo isso eleva a perspectiva de um setor cada vez mais forte”, analisa o dirigente.
Severini pondera que, a despeito do índice de inadimplência das famílias brasileiras ainda ser muito elevado (29,2%), a perspectiva de estabilização no curto prazo motiva o segmento atacadista.
Na mesma linha, Felipe Rutkosky, gerente sênior da NielsenIQ, empresa que fornece indicativos econômicos para a ABAD, acredita que a estagnação da renda média dos consumidores brasileiros deve ser contrabalançada pelo arrefecimento inflacionário. “A inflação começa a convergir para dentro da meta estipulada pelo Banco Central, o que traz, para os consumidores, uma perspectiva muito grande de melhoria.”
Imagem: reprodução ABAD