Dados oficiais do setor de confeitos (confectionery) reportam que o Brasil produziu no ano passado 671 mil toneladas de chocolate*, volume 6,5% superior ao do exercício anterior. O montante abrange a produção do alimento sob todas as formas, incluindo achocolatados em pó, segmento que movimenta a industrialização e fornecimento de cacau em pó, derivado do processamento das amêndoas do fruto ao lado da manteiga e da torta de cacau.
Atuando há três décadas no segmento, a F.Pache do Brasil, braço local do grupo de mesmo nome originário do Uruguai, sobressai entre os supridores do insumo com tecnologia da Cacao del Plata. “O Brasil é hoje nosso principal mercado para a distribuição de cacau em pó, com 55% das vendas, seguido da Argentina, que detém uma importante participação no negócio”, comenta Francisco Pache, diretor geral da processadora.
Com escritório e depósito em São Paulo e Diadema (SP), respectivamente, a F.Pache vem abrindo espaço no fornecimento de cacau em pó, com linhas do tipo natural e alcalino certificadas pela norma FSSC 22000, que assegura a inocuidade alimentícia. “A norma é reconhecida pela Global Food Safety Initiative (GFSI), que garante o cumprimento das exigências mundiais de qualidade para cacau em pó”, assinala Pache, acrescentando que a empresa também conta com as certificações Kosher e UTZ.
Instalada desde 2014 em Canelones, no Uruguai, a Cacao del Plata exibe maquinário de origem europeia e opera com potencial de 12 mil toneladas (t) anuais de pó de cacau. “Conta com reator e secador para alcalinizar e desbacterizar a mais de 110ºC de temperatura e permite injetar, no reator, lecitina de girassol (GMO free) ou manteiga de cacau, dependendo do tipo requerido pelo cliente”, detalha Pache. A planta uruguaia incorpora ainda moinho classificador com capacidade para mais de 2 mil quilos por hora e estabilizador com nitrogênio líquido para baixar a temperatura do pó antes do envase em sacos valvulados selados a quente.
Novidades no portfólio
Presente na Food Ingredients South America (FiSA 2019), maior vitrine do setor de ingredientes para alimentos e bebidas, promovida em agosto em São Paulo, a F.Pache apresentou três novidades do portfólio recém-saídas da incubadora. Desenvolvidos no laboratório microbiológico, sensorial e organoléptico da F.Pache, a linha de cacau em pó natural Azteca, a de cacau alcalino Inca e a de pó marrom avermelhado Maya foram apresentadas em primeira mão na FiSA, despertando grande interesse do público, comenta Pache. “O cacau alcalino Inca vem atraindo as atenções, está sendo muito demandado e achamos que será um capeão de vendas em 2020”, antecipa o executivo.
Entre os diferentes tipos de cacau em pó naturais e alcalinos, a empresa conta com a linha de pó premium Cacao del Plata direcionada a aplicações em pâtisserie e gastronomia, atendendo a demandas de maior valor e mercados mais exigentes, pontua Pache. Essa marca hoje responde por 90% das vendas e inclui o cacau em pó alcalino Ghana, entre os mais vendidos, posiciona o diretor. “Mas também oferecemos a linha standard Chocobiscuit, que supre uma demanda mais popular”, completa ele. No Brasil, os maiores mercados da F.Pache são pela ordem a indústria de chocolates, a de achocolatados e a de chocolate em pó, além do segmento de biscoitos, que vem avançando com o crescimento de confeitos e guloseimas que combinam a crocância da massa do biscoito com recheio ou cobertura de chocolate.
Por conta do avanço desses mercados no país nos últimos anos, a F.Pache contabiliza alta de 180% no faturamento em 2018 em relação ao exercício anterior, repassa Pache. “Para 2019, estamos prevendo um crescimento de 160%, com cifra calculada em toneladas de cacau em pó”, assinala o executivo. O principal produto hoje é o cacau em pó, mas a F.Pache opera também com achocolatado em pó, açúcar e misturas a base de coco ralado, conclui o empresário. •
(*)Fonte: Abicab (Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas).