Recuperação à vista

Ronaldo Lima Santana

A safra de cana-de-açúcar 2019/2020 no Centro-Sul do Brasil, região de maior produção do insumo, se destacou pela recuperação dos preços do açúcar e etanol e a volta do lucro no negócio. A performance teve como base fundamentos de mercado favoráveis a melhores preços do açúcar no cenário internacional. As boas cotações para o etanol aconteceram com suporte nos índices da gasolina. Claramente, a taxa de câmbio elevada ajudou nesta recuperação.

A moagem da cana-de-açúcar, no final de dezembro, foi praticamente encerrada no Centro-Sul. E daqui em diante pouquíssimas unidades estarão operando a moagem, com um volume produzido que terá pouca representatividade. O que se espera é alguma antecipação (da moagem) da safra 2020/21, com início previsto para abril, ainda no mês de março próximo.

Com relação à posição de safra em dezembro no Centro-Sul, o mix alcooleiro foi de 65,5%, levemente superior aos 64,5% da safra anterior. A moagem de cana foi de 578,6 milhões de toneladas (t), volume 2,9% maior aos 562,5 milhões de t registrados no mesmo período da safra passada. Quanto à produção de açúcar foram produzidos 26,5 milhões de t, 0,53% acima da registrada no mesmo período de 2018. Todavia, ainda é aguardada uma moagem final de 590 milhões de t e um volume de açúcar de 26,7 milhões de t.

A produção de etanol, por sua vez, foi de 32,1 bilhões de litros versus 30,1 bilhões de litros no ano anterior, cravando um crescimento de 6,54%. A produção prevista final deverá ficará em torno 33,1 bilhões de litros. Mesmo com uma produção recorde segue ainda longe de atender a demanda potencial do combustível.

No Norte/Mordeste, a estimativa para a safra 2019/20 é de uma moagem de cana de 53 milhões de t. Para o açúcar, espera-se 2,8 milhões de t e, para o etanol, 2,26 bilhões de litros.

No mercado externo de açúcar, as mais recentes previsões de oferta-demanda vêm confirmando a situação de déficit global para a safra mundial 2019/20. Com base nessas previsões, o déficit médio previsto é de 6,3 milhões de t.
O efeito inibidor da produção devido a preços baixos afeta negativamente a produção mundial, via redução da área de lavoura e busca de alternativas de uso do solo e produtos alternativos, como é o caso do etanol de cana. O efeito clima no mundo açucareiro, variável decisiva para a produção mundial, por enquanto, é desfavorável à produção. •

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