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Lembrado nas festas juninas, o amendoim amadurece sua cadeia e mostra fôlego para crescer
Amendoim: produção de R$ 2,67 bilhões em 2020, cerca de 40% acima do ano anterior. | Photo by Tom Hermans on Unsplash

Às vésperas das festas juninas, um estudo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) com apoio da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab) capta que a cadeia do amendoim tem obtido êxito em diversificar suas áreas de plantio, incentivar o crescimento do consumo doméstico e ampliar a presença no mercado internacional, com vendas de maior valor agregado. Esse movimento, por sinal, acontece depois de o setor registrar na última década forte aumento de produtividade, colheita, receita agrícola bruta e exportações.

Fechino, da Abicab: mesmas qualidades de outras castanhas e mais acessível.

Levado a cabo pelo Departamento do Agronegócio (Deagro), da Fiesp, a pesquisa mostra que o segmento amadureceu e se profissionalizou, apesar de ainda se ressentir de políticas de apoio específicas e de mais investimentos privados para alcançar todo o seu potencial.
Concentrada no interior paulista, a área plantada de amendoim passou de 87 mil hectares, na temporada 1990/91, para 183 mil nesta safra de 2020/21. Como a produtividade aumentou 128%, a colheita deverá saltar de 142 mil para 685 mil toneladas. Com preços mais elevados, o valor bruto da produção atingiu R$ 2,67 bilhões em 2020, quase 40% mais que no ano anterior, repassa o Deagro.

Em São Paulo, com área de mais de 154 mil hectares, a produtividade média foi de 4,05 toneladas por hectares da safra passada, e a expectativa é de aumento para cerca de 5 toneladas nos próximos ciclos. Segundo Renato Fechino, vice-presidente da Abicab, mais de 90% da produção paulista de amendoim é em rotação com a cana. “Ainda há muito espaço para o desenvolvimento da produção em São Paulo e em outros Estados”, especialmente a partir de ajustes no seguro rural.

Também presidente do conselho da Santa Helena, maior empresa do segmento no país, Fechino também integra a coordenação do programa de qualidade Pró-Amendoim, da Abicab. Para ele, o mercado interno tem grande potencial para o grão e seus derivados, mas as indústrias do setor têm que estar mais presentes nos pontos de venda PDVs) e realçar o valor nutricional do amendoim. “Tem as mesmas qualidades de outras castanhas e é mais acessível”, frisa o dirigente. No Brasil, observa, o consumo, que ganha peso nas festas juninas, ainda é de 1,1 quilo por habitante ao ano, abaixo da média global, de 6 quilos. Na China, um grande mercado ainda fechado para o amendoim brasileiro, a média é de 12,8 quilos.

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