Incertezas e alta nos preços
O mercado internacional de açúcar apresentou movimento de alta de preços no período de 1.º de novembro a 13 de dezembro.
O clima aparentemente desfavorável à produção de cana-de-açúcar, principalmente no continente asiático, segue criando incertezas quanto à oferta da commodity. Nesse contexto, os fundamentos de déficit global na produção de açúcar prevalecem dando sustentação às sucessivas altas nas cotações.
Com uma atuação compradora no mercado de futuros, os fundos continuaram reforçando o movimento de alta.
O gráfico abaixo anterior mostra o comportamento dos preços do açúcar demerara na Bolsa de Nova York, tomando como base o 1º vencimento.
Acompanhando a elevação dos preços no cenário internacional de açúcar e diante de uma oferta mais restrita internamente – em particular, de açúcar de qualidade inferior (cor acima de 180 ICUMSA) –, os preços apresentaram elevação nesse período de novembro à primeira quinzena de dezembro.
Com a safra praticamente encerrada, as atenções se voltam para os estoques disponíveis e, para tanto, um acompanhamento das exportações daqui em diante serão importantes para ditar o rumo das cotações de açúcar na entressafra.
O gráfico abaixo apresenta os preços médios semanais negociados em São Paulo apurados pelo Índice JOB Economia e ESALQ:
No Centro-Sul brasileiro – maior região produtora de açúcar – a performance da safra é boa. No acumulado de abril a 1.º de dezembro, a moagem de cana registrou índice 5,2% maior do que o da safra passada. Já a produção de açúcar ficou maior em 0,6 milhão de toneladas, equivalentes a 2,2% .
Com relação às exportações, os embarques brasileiros de açúcar apresentaram nestes oito primeiros meses da safra 2019/20 volume inferior àquele do mesmo período da colheita anterior: cerca de 1,325 milhão de toneladas. ■
Ronaldo Lima Santana é sócio-gerente da JOB Economia e Planejamento
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