Doce menor

Comprometidas com a promoção de estilos de vida saudáveis e em sintonia com tendências globais em alimentação, as indústrias brasileiras anunciaram em novembro um plano de redução voluntária de açúcares em alimentos e bebidas de forma a contribuir para a redução do consumo de açúcares pela população brasileira. De acordo com estudo elaborado com base na última POF/IBGE (Pesquisa de Orçamentos Familiares/Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a maior parte do consumo desse insumo no Brasil é proveniente da quantidade adicionada no preparo final dos alimentos nos lares ou em bares e restaurantes, totalizando 56,3% da demanda geral. O açúcar adicionado nos alimentos industrializados responde por 19,2% do total consumido, segundo a mesma fonte.

Essa redução voluntária será aplicada em 23 categorias de alimentos e bebidas compreendidas em cinco grupos: bebidas adoçadas, biscoitos, bolos prontos e misturas para bolo, achocolatados em pó e produtos lácteos. O projeto prevê retirar, de forma gradual, 144,6 mil toneladas até 2022.

A medida foi assegurada por acordo com o Ministério da Saúde (MS) assinado pelas quatro maiores entidades do setor: Abia (Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação), Abimapi (Associação Brasileira da Indústria de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados), Abir (Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e Bebidas Não Alcoólicas) e Viva Lácteos (Associação Brasileira de Laticínios). Ao todo, fazem parte do acordo 68 indústrias, que representam 87% do mercado de alimentos e bebidas do país.
Anteriormente, entre 2008 e 2010, um primeiro acordo entre o MS e a Abia já havia assegurado a retirada de cerca de 310 mil toneladas de gordura trans dos alimentos industrializados. Ainda em curso no país, o Plano de Redução de Sódio registra a retirada de 17.254 toneladas até o ano passado. A meta é chegar a 28,5 mil toneladas em 2020.
Com relação ao acordo voluntário para a redução de açúcares, o início dos trabalhos foi marcado pela realização de diversos encontros, a partir de maio de 2017, entre representantes das indústrias e do MS. Também foram realizadas seis oficinas técnicas sobre os temas “Overview sobre os açúcares nos alimentos”, “Bebidas adoçadas (néctar, refrescos e refrigerantes)”, “Bolos (bolos prontos e misturas para bolos)”, “Biscoitos (doce com e sem recheio, wafer)”, “Achocolatados” e “Produtos Lácteos (iogurtes, bebidas lácteas, fermentadas e não fermentadas prontas para consumo, iogurtes gregos e Petite Suisse)”.

O ponto de partida para a definição das metas de redução foi um levantamento feito com as empresas associadas, para identificar os teores de açúcares – em gramas por 100 gramas ou mililitros do produto – existentes em cada categoria e calculados os teores médios praticados. O principal critério adotado para o final dos primeiros quatro anos de pactuação é que todos os produtos possuam teores de açúcares menores ou iguais às médias identificadas.■

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