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Kerry aponta as tendências de sabor em 2019 na América Latina
Tendências de sabores na América Latina: de saudáveis a picantes e alcoólicos.

Referência global em ingredientes, especializada na ala de nutrição e sabor (taste and nutrition), a irlandesa Kerry assina o estudo Taste Charts 2019 Latam, com as principais tendências para sabores culinários, doces e bebidas na América Latina. Pelos dados apurados no levantamento, são esperadas mudanças radicais nos hábitos alimentares dos latinos, com a intensificação da busca por sabores autênticos, caseiros e que remetam aos tempos de infância. “O objetivo é descobrir quais sabores vão encantar, surpreender e entusiasmar as pessoas para proporcionar a melhor experiência de sabor com ingredientes especialmente desenhados e saber o que o público espera”, resume Soledad Almeida, gerente de marketing de Taste & Nutrition da Kerry.

O estudo, acrescenta ela, mostrou que, em se tratando de sabor, adultos jovens são bastante abertos às experiências sensoriais: 49% dos millennials e indivíduos da geração Z gostam de experimentar sabores novos e incomuns. O Taste Charts 2019 Latam foi baseado em dados de vendas, tendências de consumo, influências do segmento food service e no conhecimento dos especialistas culinários da própria Kerry. Foram entrevistados consumidores de países como México, Costa Rica, Porto Rico e Brasil, entre outros do Cone Sul e os destaques da pesquisa estão disponíveis para download no link https://bit.ly/2H4GFwy, informa Soledad.

Soledad, da Kerry: a descoberta dos sabores que irão encantar, surpreender e entusiasmar as pessoas.

Entre esses pontos altos, ela assinala que a alimentação saborosa e saudável será prioridade na vida dos consumidores. Nessa busca pela saudabilidade, o valor estará nos aromas e sabores que trouxerem bem-estar e benefícios para a alimentação, argumenta. Nesse sentido, o levantamento da Kerry mostra que 59% dos consumidores latino-americanos estão buscando mais produtos com baixo teor de açúcar. No Brasil, especificamente, foram registrados 29% de lançamentos a mais no reduto de alimentos naturais (orgânicos, sem aditivos) e funcionais entre 2016 e 2017. E a tendência apontada no estudo revela sabores como goiaba, linhaça, tomate e manjericão.

A procura por alimentos que ressaltem a autenticidade local também será cada vez maior, sublinha Soledad. O crescimento da população e sua diversidade, destaca ela, têm feito os consumidores irem em busca de suas raízes. Assim, será intensa a busca por sabores que entregarem sensações de comida caseira e regionalidade. “As pessoas hoje procuram mais autenticidade nos produtos e esperam transparência e honestidade das empresas, ou seja, querem saber a história de cada ítem, desde a origem até o método de produção”, grifa a executiva. Pelo pente-fino da Kerry, 45% dos latino-americanos procuram informações sobre os produtos que vão adquirir ainda antes da compra, repassa Soledad. No Brasil, completa ela, exemplos dessa tendência são iogurtes sabor jabuticaba e geleias com sabores regionais, como graviola. No México, pode-se citar a maionese com sabor guacamole. Já na Costa Rica, a autenticidade se reflete em produtos como molho picante com mel e café produzidos localmente. “Em geral, a tendência de autenticidade na América Latina destaca sabores específicos como arroz doce, lichia e cúrcuma”, cita a especialista da Kerry.

Comfort food
A pesquisa apurou ainda que sabores nostálgicos, familiares e autênticos compõem a categoria que remete à infância e fazem os consumidores viajarem no tempo. “A categoria comfort food é um verdadeiro afago diante das rotinas estressantes e intensas que temos, trazendo experiências agradáveis durante as refeições”, ressalta Soledad. Sabores como o de leite condensado, chocolate, cookies, merengue e tutti-frutti são os que foram captados no estudo e estão presentes nesta tendência. No Brasil, situa ela, 57% dos entrevistados afirmam que produtos do passado são melhores que os disponíveis atualmente, refletindo a nostalgia de quando a vida era mais simples.

O poder do sabor picante será outra tendência para o próximo ano, anuncia a gerente da Kerry. Dados globais incorporados ao estudo indicam que 40% dos consumidores de todo o mundo são fãs de alimentos com picância. Essa tendência permite sondar mais experiências sensoriais para conferir maior satisfação a consumidores chamados aventureiros, interpreta Soledad. Entre os sabores associados a essa corrente, ela destaca o de jalapeño, pimenta verde, curry, páprica e chilli. No México, estima-se que a categoria de molho picante aumentará sua participação de mercado para mais de 4% até 2022.
Também será intensa a presença de sabores inspirados em bebidas alcoólicas. Novas experiências de sabor estão surgindo por meio das invenções e da criatividade do mundo da mixologia. A tendência para 2019 é que tais sabores sejam traduzidos em bebidas e alimentos. Pelo estudo da Kerry, 31% das pessoas habituadas a bebidas alcoólicas gostariam de ter mais opções de itens prontos para consumo em versões de drinks como Margarita, Tequila, Whisky, Sangria e Piña Colada. Outra tendência dentro dessa categoria é levar sabores de bebidas alcoólicas para alimentos, como sorvetes e doces, reporta Soledad.

Outro tema do estudo Taste Charts é a valorização dos métodos de cocção. Tais processos influenciam na criação de sabores e trazem experiências diferentes aos consumidores. De assado e grelhados a defumados, caramelizados e torrados, os integrantes dessa categoria resultam em uma atração dos sentidos através de diversas sensações e serão destaque daqui para frente, pontua a executiva.

As flores também marcarão presença em 2019 entre os latinos. Delicados e elegantes sabores florais, colhidos em jardins de todo o mundo, estão trazendo frescor, doçura e beleza visual para alimentos e bebidas. Com a revolução do gin e a presença de flores frescas em saladas, o uso de plantas deve continuar a crescer, prevê a gerente. “Lavanda, hibisco e erva cidreira são os aromas em alta nas tendências da pesquisa da Kerry”, crava ela. Ainda de acordo com o estudo, ela conclui, um em cada três adultos consome frutas e hortaliças em cinco ou mais dias da semana. •

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