Um movimento de retomada no aumento de idas ao ponto de venda (PDV) começou no segundo trimestre de 2019. Segundo o levantamento Consumer Insights 2020 da consultoria Kantar Worldpanel, o mercado brasileiro de bens de consumo massivo (FMCG/Fast Moving Consumer Goods, na sigla em inglês) registrou nesse período índice positivo de frequência de compra. Foi a primeira vez que isso aconteceu desde o mesmo período de 2018, constata o estudo. Já no período de julho a setembro do ano passado, a quantidade de idas ao ponto de venda cresceu 7%, mostrando que, em média, as famílias fizeram uma visita a mais aos estabelecimentos para se abastecer. Além disso, o volume médio em unidades compradas também aumentou 2,1% e o gasto médio em 3,5% para consumo dentro do lar em relação ao trimestre anterior, repassa Giovanna Fischer, diretora de marketing e insights da Kantar.
Fora do lar, a frequência também registrou crescimento de 3,5%. Esse número indica que, no período, as famílias fizeram uma refeição a mais em restaurante, churrascaria ou outros estabelecimentos comerciais, exemplifica a analista. Entre as regiões brasileiras os destaques foram para o Grande Rio de Janeiro, Leste e Interior do Rio de Janeiro, Centro-Oeste e Grande São Paulo, nessa ordem, pontua ela. “No período analisado, quase todas as cestas se recuperaram, em especial as de perecíveis e mercearia doce”, reporta Giovanna.
No longo prazo, ou seja, nos últimos 12 meses terminados em setembro de 2019, em comparação ao mesmo período do ano anterior, o indicativo, porém, não é positivo, apesar de o pessimismo da população ter caído de 20% para 15%.
Considerando consumo dentro do lar, a frequência de compra caiu 2% e o volume médio de unidades retraiu 4,1%. Fora do lar, a frequência baixou 7,4%, o que significa deixar de fazer seis almoços ou jantares na rua no intervalo citado.
Em relação às categorias, os brasileiros, independentemente da classe social, têm certo padrão de prioridades. Na hora de comprar, eles buscam nos produtos qualidade, conveniência, valor e benefícios. “Nesse cenário, para manter essas prioridades, nem sempre o carrinho fica com as opções mais baratas. Apesar de preço ser, sim, importante, ele pode não ser o fator primordial de decisão em diversas ocasiões de compra”, analisa Giovanna.
Ela ressalta ainda que os mais de 9 milhões de lares seniores no país já são responsáveis por 16% dos gastos com FMCG e têm claras as suas necessidades, como busca por saudabilidade.