Às vésperas das festas juninas, um estudo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) com apoio da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab) capta que a cadeia do amendoim tem obtido êxito em diversificar suas áreas de plantio, incentivar o crescimento do consumo doméstico e ampliar a presença no mercado internacional, com vendas de maior valor agregado. Esse movimento, por sinal, acontece depois de o setor registrar na última década forte aumento de produtividade, colheita, receita agrícola bruta e exportações.
Levado a cabo pelo Departamento do Agronegócio (Deagro), da Fiesp, a pesquisa mostra que o segmento amadureceu e se profissionalizou, apesar de ainda se ressentir de políticas de apoio específicas e de mais investimentos privados para alcançar todo o seu potencial.
Concentrada no interior paulista, a área plantada de amendoim passou de 87 mil hectares, na temporada 1990/91, para 183 mil nesta safra de 2020/21. Como a produtividade aumentou 128%, a colheita deverá saltar de 142 mil para 685 mil toneladas. Com preços mais elevados, o valor bruto da produção atingiu R$ 2,67 bilhões em 2020, quase 40% mais que no ano anterior, repassa o Deagro.
Em São Paulo, com área de mais de 154 mil hectares, a produtividade média foi de 4,05 toneladas por hectares da safra passada, e a expectativa é de aumento para cerca de 5 toneladas nos próximos ciclos. Segundo Renato Fechino, vice-presidente da Abicab, mais de 90% da produção paulista de amendoim é em rotação com a cana. “Ainda há muito espaço para o desenvolvimento da produção em São Paulo e em outros Estados”, especialmente a partir de ajustes no seguro rural.
Também presidente do conselho da Santa Helena, maior empresa do segmento no país, Fechino também integra a coordenação do programa de qualidade Pró-Amendoim, da Abicab. Para ele, o mercado interno tem grande potencial para o grão e seus derivados, mas as indústrias do setor têm que estar mais presentes nos pontos de venda PDVs) e realçar o valor nutricional do amendoim. “Tem as mesmas qualidades de outras castanhas e é mais acessível”, frisa o dirigente. No Brasil, observa, o consumo, que ganha peso nas festas juninas, ainda é de 1,1 quilo por habitante ao ano, abaixo da média global, de 6 quilos. Na China, um grande mercado ainda fechado para o amendoim brasileiro, a média é de 12,8 quilos.