Empacotamento à italiana

Grife de embaladoras transfere fábrica e inicia produção de robôs em Jundiaí
Planta de Jundiaí: investimento de R$ 1,5 milhão e capacidade dobrada.

Especialista em projetos e fabricação de embaladoras flowpack, carregadores automáticos, sistemas de acúmulo e transporte e soluções em embalagens secundárias (multipack para várias unidades juntas), a Cavanna cortou em outubro a fita inaugural de sua quarta unidade no mundo, além da Itália (matriz e filial) e EUA. Instalada em Jundiaí (SP) e em operação comercial desde agosto, a planta substitui a fábrica do Embu (SP), na ativa desde 2004, que introduziu a embaladora Zero 2, projetada e construída no Brasil. “Desativamos a antiga fábrica, que já operava no limite de espaço e, com a nova planta, ganhamos pelo menos mais mil metros quadrados de área fabril”, comenta Riccardo Cavanna, CEO do grupo italiano e presidente da Ipack-IMA 2018, maior feira de tecnologia de embalagem da Itália. Com 3 mil metros quadrados e possibilidade de expansão de mais 800 metros quadrados, a unidade absorveu investimento em torno de R$ 1,5 milhão e exibe o dobro da capacidade instalada da planta anterior. ”A produção é intercompany, ou seja, atende pedidos de outras filiais do grupo e não é dirigida à fabricação exclusiva de linhas embaladoras stardard, operando diversos outros tipos de equipamentos”, esclarece o executivo.

Além de aliviar a produção das embaladoras e sistemas de transporte da marca, a fábrica de Jundiaí foi concebida para introduzir o projeto Cart Easy, de sistemas robóticos de fim de linha de produção, desenvolvido sob medida para o mercado brasileiro, informa Riccardo Florio, CEO da Cavanna no país. De dimensões compactas, movimentação cartesiana, através de eixos X/Y e velocidade de encaixotamento de 80 a 120 pacotes por minuto, dependendo da aplicação, o Cart Easy sobressai por ser uma solução de custo acessível a fabricantes de pequeno e médio portes, resume Florio. Enquanto um sistema robotizado para encaixotamento de pacotes de biscoito, exemplifica ele, exige investimento na faixa de R$ 1 milhão, o Cart Easy sai pela metade do preço, deslocando mão de obra de fim de linha.

Meta para 2018
Segundo Riccardo Cavanna, o Brasil detém em torno de 10% das vendas globais da companhia, mas tem potencial para no mínimo dobrar essa participação. Com índice de nacionalização na faixa de 80-85%, a linha de embaladoras horizontais é o carro-chefe da marca no país, onde são produzidas os modelos flowpack Zero 0, Zero 2 e Zero 4, repassa Florio. Desenvolvidas para baixas e médias produções, as duas primeiras linhas operam com velocidade de 200 a 600 pacotes por minuto (ppm), de acordo com as dimensões e o material utilizado. Apenas as linhas Zero 0 e Zero 2 são comercializadas no Brasil, sendo os demais itens do portfólio produzidos sob encomenda para outras filiais do grupo. Apesar da conjuntura econômica desafiadora, a Cavanna opera com previsão de atingir faturamento de R$ 30 milhões em 2018. “Neste ano, as expectativas começaram a melhorar e tudo indica que vamos atingir a meta”, sublinha Florio.

Pioneira na fabricação de embaladoras flowpack horizontais na Itália, a Cavanna desembarcou no Brasil em 2004. “Um ano antes o mercado havia sido submetido a uma forte variação cambial e a perda de participação nas Américas Latina e Central motivou a matriz a investir em uma subsidiária brasileira”, recorda Florio. Desde o nascimento, a companhia assumiu o compromisso de exportar as máquinas de embalagem para a região. E com a unidade local, pode incorporar aos projetos as necessidades desses mercados, oferecendo soluções personalizadas para as demandas de produção com base na experiência da matriz italiana, hoje com 57 anos.”Todo o know-how tecnológico foi transferido para a Cavanna brasileira, a fim de garantir ao produto local a mesma tecnologia, características e qualidade da marca”, assinala Florio. Com mais de 5 mil equipamentos instalados em todo o mundo, a Cavanna distribui suas vendas entre os mercados de alimentos, não alimentos e indústrias farmacêutica e de cosméticos. No Brasil, a maior fatia segue para alimentos, com a indústria de biscoitos abocanhando cerca de 60% das vendas.•

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