Atacado estável

A Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad) divulgou no segundo trimestre os resultados do Ranking Abad/Nielsen 2017. Tendo como base o ano de 2016 e a participação de 572 empresas do ramo, a pesquisa realizada anualmente pela entidade oferece um panorama abrangente do segmento atacadista distribuidor nacional. No ano passado, segundo os dados divulgados, o setor cresceu 0,6% em termos reais e 6,9% em termos nominais, atingindo faturamento de R$ 250,5 bilhões. Embora sinalize estabilidade, o resultado foi considerado satisfatório, tendo em vista que, no ano passado, o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro sofreu retração de 3,6%.

Com isso, os agentes de distribuição respondem hoje por uma fatia de 53,7% do mercado mercearil nacional, que compreende produtos de uso comum das famílias, como alimentos, bebidas, limpeza, higiene e cuidados pessoais, atingindo a soma de R$ 466,2 bilhões em 2016. Esse foi o décimo segundo ano consecutivo em que a participação do atacado no reduto permaneceu superior a 50%.

Destro, da Abad: resultado satisfatório, apesar de sinalizar estabilidade.

Apurados a partir de dados fornecidos voluntariamente por empresas do setor associadas à Abad e analisados pela consultoria Nielsen, em parceria com a FIA (Fundação Instituto de Administração), os números indicaram que o formato de atacarejo cresceu 11,3% em 2016, consolidando o modelo como importante canal de abastecimento das famílias em período de alto desemprego e busca por economia. “É importante frisar que o atacarejo não tira mercado dos demais modelos de negócio do setor, como o distribuidor e o atacadista com entrega”, analisa Emerson Destro, presidente da Abad.

Em vez disso, segundo dados da Nielsen, o atacarejo tem incomodado principalmente os hipermercados, que tiveram queda de 7,4% em 2016 na comparação com 2015. “Hoje, as famílias têm feito as compras de abastecimento (maior volume) no atacarejo em detrimento dos hipermercados”, observa Destro. As compras de reposição (semanais ou diárias) continuam sendo feitas no varejo de vizinhança (principal cliente do setor atacadista distribuidor), conclui.

Mas até mesmo esse varejo apresentou queda em relação ao ano passado (-5,1%), em razão dos cortes impostos às famílias pela situação econômica. “Essa tendência de abastecimento permanece e deve voltar a crescer, assim que houver a retomada do crescimento de emprego”, conclui o presidente da entidade.

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