Os últimos dois meses de 2015 foram caracterizados por uma volatilidade elevada de preços no mercado de futuros da Bolsa de Nova York. A variação de preços no período oscilou na faixa de 14,00 a 15,50 cents/lb. Nesse mesmo intervalo, os preços em centavos R$/lb, que mostram a remuneração ao produtor, variaram de 53,20 a 59,60.
De forma geral, os fundamentos de médio prazo são de alta tendo em vista um déficit global de açúcar crescente e o impacto do fenômeno climático El Niño, que ainda não está definido.
No curto prazo correções técnicas de baixa – estimuladas por preços futuros relativamente altos e estoques elevados – e realizações de lucros, por parte dos fundos, tem ocorrido e explicam, em parte, essa volatilidade nos preços. O clima e o andamento da safra no Centro-Sul do Brasil, maior região produtora de cana-de-açúcar, são fatores que também tem trazido influências sobre os preços negociados na bolsa americana.
O gráfico a seguir mostra o comportamento dos preços do açúcar demerara na Bolsa de Nova York, tomando como base o primeiro vencimento de março de 2016.
No caso do açúcar negociado no mercado doméstico – Estado de São Paulo – os preços apresentaram uma tendência de alta.
Apesar da volatilidade de preços no mercado internacional, no cenário interno os preços permaneceram firmes, sinalizando um viés de alta. A chuva, que vem ocorrendo no Centro-Sul do Brasil, prejudica a moagem de cana e, consequentemente, reduz a produção de açúcar. Além disso, a expectativa de uma oferta apertada na entressafra da região, particularmente de açúcar de qualidade superior, tem dado suporte ao ambiente de preços verificado.
O andamento da safra no Centro-Sul brasileiro, até o início de dezembro, indicava uma safra mais alcooleira, que por consequência vem reforçando a sustentação do movimento de alta de preços do açúcar.
O gráfico a seguir apresenta os preços médios semanais negociados em São Paulo apurados pelo Índice JOB Economia de preços.
Diante do cenário descrito recomendamos aos clientes da usina a utilização de instrumentos de hedge para proteção do preço de compra do açúcar. A possibilidade das cotações em Nova York continuarem se apreciando não está descartada. •
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