Um brinde à qualidade
Criada em 1912 na França, a Monin é referência global no suprimento de xaropes (sirops) premium para a fabricação de licores, aperitivos, coquetéis não alcoólicos, sucos e chás concentrados. No início, ela se dedicou a abastecer profissionais de bares, restaurantes e culinaristas, que a distinguiam das outras marcas pela qualidade. Nos anos 1930, a Monin se transformou em uma das marcas líderes de sirops de frutas do mercado francês e começou a exportar para diversos destinos, inclusive para o leste da África, de onde são trazidas as frutas tropicais para a produção dos xaropes, relata Alexandre Boyer, diretor nacional da Monin. Décadas depois, acrescenta ele, a empresa alcança a vanguarda mundial e atualmente marca presença em mais de 85 países. “Hoje, é o maior e mais conhecido produtor de sabores de alta qualidade para aplicações na gastronomia, coquetelaria e cafeteria”, assinala o executivo. Com mais de 70 sabores naturais, a Monin atua no Brasil desde 2003, através de distribuidora exclusiva. Confirmando investimentos na ampliação de sua operação no país, Boyer analisa na entrevista a seguir o potencial do mercado de sirops no Brasil.
DR – Como a Monin atua no Brasil até esse momento?
Boyer – Os produtos são importados da França, no que diz respeito ao Brasil. Para outros mercados da América do Sul, eles vêm dos Estados Unidos. Para atender a clientela local, abrimos uma filial este ano para assumir a gestão comercial e de marketing. Nos outros países da América Latina, a comercialização é feita através de importadores.
DR – A Monin cogita investir em uma fábrica no país?
Boyer – O Brasil apresenta um tremendo potencial em termos de mercado. São mais de 200 milhões de habitantes, um país tropical, quente, uma população jovem, com hábitos de consumo fora do lar e muito sensível a inovações. É um dos poucos países do mundo que apresenta possibilidades em todo core business da Monin: coquetéis, bebidas não alcoólicas, além de sucos, chás gelados e café. Porém, a dimensão do país e a peculiaridade da organização desse mercado em termos de canais logísticos nos obriga a aprender um pouco mais antes de pensar numa produção local.
DR – Quais os principais segmentos da empresa no Brasil?
Boyer – Os nossos produtos servem para elaborar qualquer tipo de bebidas aromatizadas: bebidas não alcoólicas (chás, limonadas, milkshakes etc.), bebidas à base de café (capuccinos, lattes, smoothies entre outros) e coquetéis. Em termos de clientes, atendemos os segmentos de bares, cafés, padarias, restaurantes independentes e também redes de fast food e casual dining.
DR – Em que medida a produção local de matérias-primas, principalmente de frutas, influencia a decisão de avançar na região?
Boyer – O acesso à matérias-primas diversificadas de altíssima qualidade é claramente um ponto forte do Brasil. Para 2016/2017, estamos prestes a abrir um escritório e showroom, onde haverá foco no desenvolvimento de soluções aromáticas para os nossos clientes, além de cursos de treinamento e de criação e execução de receitas. Não vendemos garrafas, vendemos receitas. O nosso modelo é voltado para oferecer a cada um de nossos operadores, receitas adaptadas ao seu modelo de negócio, à estrutura disponibilizada por ele.
DR – Como a atual conjuntura político-econômica do país impacta os planos da Monin?
Boyer – Nós temos uma visão de longo prazo. A situação político-econômica brasileira, resultante de uma série de fatores conjunturais, não altera a nossa visão global sobre o mercado brasileiro. O fato de sermos independentes financeiramente nos permite ter uma política de investimento sem obrigação de retorno imediato.
DR – Quais as possibilidades das linhas de xaropes, purês, smoothies e adoçantes da Monin no Brasil?
Boyer – São infinitas. Temos que aprender mais sobre as peculiaridades de cada um dos consumidores brasileiros, todavia, com mais de 150 sabores de xaropes, 15 sabores de purês e seis diferentes para caldas, temos argumentos para conquistar cada um deles. O mercado de não alcoólicos no Brasil é ultradominado por bebidas e refrigerantes prontos. Exige um paradigma que é complicado trabalhar com bebidas. Tentamos mostrar que com os nossos produtos essas dificuldades inexistem. Queremos incentivar os operadores a elaborar seus próprios sucos/drinques, cuja rentabilidade é maior e melhor. Existe também o fator de diferenciação de mercado através do apelo artesanal e da saudabilidade, ambos em alta no momento.
DR – Quanto a companhia cresceu em 2015 e qual a meta para 2016?
Boyer – A companhia cresce a um ritmo de 20% anualmente no mundo. No Brasil o crescimento é de 60% nesses dois últimos anos. Para 2016, pretendemos crescer 40%. O faturamento global da Monin em 2015 foi em torno de R$ 800 milhões. Quantos aos mercados, fora a França, Inglaterra, Estados Unidos e Alemanha, esses os três maiores mercados da companhia atualmente, a China, o Oriente Médio e a Rússia são os países em que a empresa mais cresce.
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