Preços seguem em baixa

Ronaldo Lima Santana
Ronaldo Lima Santana

O mercado internacional de açúcar manteve viés de baixa em julho, com os números de excedente global para as safras atual e próxima prevalecendo. A oferta continuou pressionada e a esperada redução na produção brasileira de açúcar ainda não está sendo precificada no mercado de futuros. Trata-se, no entanto, de um fator que deve contribuir para um ajuste positivo de preços.

Os fundos elevaram suas posições vendidas ao longo do mês e contribuíram para a pressão baixista observada.

O gráfico a seguir mostra o comportamento dos preços do açúcar demerara na Bolsa de Nova York, tomando como base o 1º vencimento.

No caso do açúcar negociado no mercado doméstico (Estado de São Paulo) ao longo de julho, os preços acompanharam o comportamento do cenário externo. Diante de cotações internacionais de açúcar em queda e de intensa valorização do dólar frente ao real, a remuneração do açúcar de exportação, em moeda local, vem caindo e influenciando diretamente nos preços negociados nos balcões domésticos.

Estes, por sua vez, vêm apresentando pressão do lado da oferta e reduzida liquidez nos negócios.

O gráfico a seguir apresenta os preços médios semanais negociados em São Paulo apurados pelos índices JOB Economia e Esalq.

Revisão de safra – 2018/19
A produção de etanol no Brasil será recorde e, por outro lado, o país deixa de ser o maior produtor mundial de açúcar. Estas são conclusões da primeira revisão de safra feita pela JOB Economia em agosto. A produção de etanol no Centro-Sul será rde 29,2 bilhões de litros, sendo 0,8 bi litros de etanol de milho. O máximo produzido até agora foi 28,2 bi litros em 2015/16. No Norte-Nordeste, cuja safra está começando, a produção de etanol deve alcançar 2,0 bi/litros. Ou seja, o Brasil deve produzir um recorde de 31,2 bi/litros de etanol, com destaque para o etanol hidratado.

No caso do açúcar, o Centro-Sul irá produzir 27 milhões de toneladas (t), ou seja, 9,1 mi t a menos que na safra passada, fazendo o país encolher como exportador do produto. Essa forte redução na produção deve surpreender o mercado mundial, que prevê um superávit para a nova safra em torno de 7 mi t . À medida em que esta quebra de safra ficar evidente para os mercados externos de açúcar, provavelmente os preços serão afetados positivamente. O Norte-Nordeste deve produzir somente 2,7 mi t de açúcar e o país, 29,7 mi t. Dessa forma, o Brasil perde para a Índia, que deve produzir acima de 33 mi t, a posição de maior produtor mundial de açúcar. Os estoques de passagem de açúcar e etanol serão reduzidos, dando bom suporte para preços na entressafra. ■

Ronaldo Lima Santana é sócio-gerente da JOB Economia e Planejamento

A JOB Economia há mais de 20 anos no mercado, através de seus relatórios e trabalhos de consultoria, tem como objetivo principal antecipar movimentos de mercado para um posicionamento correto nas estratégias empresariais de seus clientes e por fim, contribuir para que façam um bom “trading”.
Dentre nossos produtos, temos o relatório “Monitoramento Semanal dos Mercados – Açúcar & Etanol”, realizado desde 1995, que busca dar aos clientes informações claras, objetivas e isentas sobre os mercados de açúcar e etanol no Brasil e no exterior. O objetivo final é posicionar os clientes adequadamente em suas estratégias de compra e venda.
O grau de acerto das previsões de tendência de preços de curto prazo na safra 2018/19, até o final de julho, oscilou no intervalo de 69% (açúcar/CSul) a 88% (etanol/CSul).
Solicite gratuitamente dois exemplares do relatório completo e veja como nosso trabalho pode ajudá-lo na tomada de decisões.

Deixe um comentário