Perspectiva positiva
Segundo boletim da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad), o setor iniciou o último trimestre do ano com desempenho positivo, acompanhando sinais de reaquecimento na economia brasileira. Em outubro, repassa a entidade, o faturamento cresceu 1,95% em termos nominais na comparação com o mesmo mês de 2018. No acumulado do ano, de janeiro a outubro, o resultado foi superior em 1,19% na comparação com o mesmo período do ano passado, mantendo a expectativa do setor de terminar 2019 com alta entre 1% e 2% – de agosto para setembro, a alta foi de 7,95%. Os dados fazem parte da pesquisa mensal da Abad, apurada pela FIA (Fundação Instituto de Administração/USP) com um grupo representativo de empresas do setor. O período de maior movimentação para o comércio de alimentos é, sem dúvida, o fim do ano. Décimo terceiro, férias e saques do FGTS liberados pelo governo influenciam positivamente a atividade comercial. Soma-se ao comportamento sazonal a queda na taxa de juros – para 4,5% (a mais baixa desde 1999) – e uma pequena melhora no mercado de trabalho, ainda que pela informalidade. Em síntese, a confiança começa a voltar e a economia dá os primeiros sinais de retomada. E o reflexo no varejo é sintomático. Por exemplo, o comércio de São Paulo deve fechar 2019 com faturamento de R$ 741 bilhões, alta de 6%. Confirmada essa estimativa, será o maior crescimento do setor nos últimos oito anos e a tendência é que o aumento seja consolidado ao longo de 2020. O primeiro trimestre do ano de 2019 foi marcado pelo atraso na votação da reforma da Previdência, postergando também o crescimento econômico esperado. Já no segundo trimestre os indicadores apresentaram melhoras graduais, que se estenderam ao longo dos meses. Assim, o varejo paulista engrenou em um ciclo de consolidação de crescimento e deverá registrar elevação em 2019 próximo a 6%. Isso significa uma expectativa de faturamento real das vendas de R$ 741 bilhões, valor de R$ 40 bilhões maior em relação a 2018. Se esse desempenho se concretizar, será o maior crescimento do comércio varejista nos últimos oito anos, sinaliza a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Todas as regiões do Estado e todos os segmentos analisados tendem a fechar o ano com dados positivos. Com destaque para os bens duráveis que devem apresentar alta de 8%, enquanto os semiduráveis e não duráveis podem registrar elevação em torno de 5%. Já o grupo de supermercados – inclusos formatos como o atacarejo e o cash and carry especializado – deve deixar a maior contribuição para o setor em 2019, registrando mais de R$ 244 bilhões de faturamento.
Considerando esse cenário de 2019, a perspectiva para 2020 é positiva. ■
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