< PreviousDoce Revista Julho/Agosto 201810www.docerevista.com.brVitrine / FLORMELReferência no segmento de sobre-mesas zero adição de açúcares, a Flormel completa três décadas de atuação com uma iniciativa inédita. Em agosto a empresa, com base em Franca, interior de São Paulo, ocupou um imóvel na zona oeste da capital para a monta-gem da Casa Doce, misto de exposição e loja temática. Durante quatro dias, os consumidores puderam viver a experi-ência de ver cascatas de doce de leite, bombons gigantes, ambientes interati-vos e saborear as guloseimas da mar-ca durante a visita. “Foi a primeira ex-periência, com espaço próprio, para dar boas-vindas ao público, apresentando detalhes dos 30 anos de história da mar-ca”, sintetiza Alexandra Casoni, diretora geral da Flormel. Na entrevista a seguir, a executiva detalha a montagem da Casa Doce e fala sobre a trajetória da Flormel. DR – O que motivou a Casa Doce Flormel?Alexandra – A proposta foi apre-sentarmos todo o portfólio da em-presa por meio de uma experiência sensorial e lúdica, para que o público pudesse conhecer nossa história e se aproximar de toda a linha, que con-ta com mais de 80 itens entre doces, chocolates, snacks diversos, com op-ção salgada, produzidos sob rigorosas normas de segurança. Com a Casa Doce Flormel tivemos oportunidade de apresentar esse universo a partir do nosso ponto de vista. Ter um es-paço da Flormel sempre foi um sonho da minha família e, neste ano, com o apoio das nossas agências parceiras conseguimos realizá-lo na cidade de São Paulo. DR – Quais são os resultados práticos esperados dessa ação?Alexandra – No campo institu-cional o resultado esperado foi um grande marco, porque conseguimos apresentar a Flormel para um núme-ro exponencial de pessoas e fidelizar novos clientes. Comercialmente, a Casa Doce Flormel nos dá ainda mais vigor para seguirmos com o plano de expandir para todas as regiões do Brasil. Na casa, criamos, na realidade, uma pop up store onde os visitantes após degustarem os produtos e viver um momento diferenciado tiveram a oportunidade de comprá-los ao final. DR – Como tem sido a atuação da Flormel nos últimos anos? Alexandra – Apesar da empresa existir há 30 anos, nos últimos seis, a Flormel iniciou um plano mais agres-sivo de comunicação da marca, com ajustes e inovações no portfólio. Tam-bém abrimos novos canais e investi-mos mais no marketing nutricional. Acreditamos que somos líderes na-cionais na categoria de sobremesas zero adição de açúcares. A empresa INDULGÊNCIA SAUDÁVELFabricante de doces zero açúcar comemora 30 anos com instalação de loja temática em São PauloCASA DOCE FLORMEL CASCATAS DE DOCE DE LEITE E BOMBONS GIGANTES EM AMBIENTES INTERATIVOS.www.docerevista.com.br11Julho/Agosto 2018 Doce RevistaALEXANDRA POP UP STORE PARA DEGUSTAÇÃO E EXPERIÊNCIA DIFERENCIADA.foi fundada em 1987, apostando no mote de fabricar doces para quem quer doces de verdade. O portfólio atual qualifica a marca como de uma empresa inovadora, que apresenta lançamentos de vanguarda e pionei-rismos, como a primeira paçoca zero adição de açúcares e a primeira barra com as únicas três castanhas brasi-leiras (baru, caju e castanha do Pará). Fomos ainda a primeira empresa a ter uma linha de cremes de avelã e cacau zero adição de açúcares e a primeira linha de doces adoçados com tau-matina – proteína vegetal, capaz de adoçar até três mil vezes mais que o açúcar (sacarose) –, além de termos sido pioneiros em lançar uma linha de crispy de grão de bico assado.DR – Qual sua opinião sobre as propostas de rotulagem de alimentos que estão em discussão no momento? Alexandra – A Flormel é uma fa-bricante que se destaca pela trans-parência na rotulagem de seus produtos, que passam por análises centesimais em laboratório para que a definição da tabela nutricional te-nha a menor margem de erro possí-vel (menos de 1%). DR – A empresa fez ou planeja fazer expansões? Alexandra – A Flormel investiu R$ 1 milhão na ampliação da área de armazenamento da fábrica em 2018. Em paralelo, o time de vendas cresceu 250% se comparado à 2017.DR – Qual é a capacidade atual e como foi o último balanço?Alexandra – A Flormel produz cer-ca de 95 toneladas/mês de itens sau-dáveis, distribuídas para 15 mil pontos de venda (PDVs) em todo o Brasil.O crescimento em 2017 foi de 31%; em 2016, 30% e, em 2015, crescemos 54%. Para 2018, a meta é alcançar o patamar de 40%. Entre 2015 e 2017, vendemos aproximadamente 51 mi-lhões de unidades.DR – Algum produto a destacar? Alexandra – Com a linha Mini, nosso último lançamento, a Flormel inova mais uma vez, apresentando um item enquadrado na tendência das embalagens on the go, que são perfeitas para irem na bolsa, lanchei-ra ou mochila. Esse tipo de embala-gem favorece o acesso ao alimento no momento em que a vontade apa-rece. Com o produto na bolsa, é pos-sível ficar satisfeito sem abrir mão de um plano alimentar saudável. Quan-to às formulações, nossas receitas incorporam ingredientes de ponta, a exemplo da taumatina, adoçante natural que não possui restrições de consumo. •LINHA ON THE GO MATAR A FOME NO MOMENTO EM QUE ELA APARECE.Doce Revista Julho/Agosto 201812www.docerevista.com.brEntrevista / KATHARINA HAMMACom sua multifacetada varieda-de em exibição, abrangendo de chocolates e candies a confeitos, biscoitos e snacks, a ISM – feira inter-nacional de confectionery da cidade de Colônia (Alemanha) – engloba o univer-so do consumo indulgente em todas as suas facetas. Considerando o elevado índice de internacionalização em ter-mos de participação (1.656 expositores de 73 países e 37.500 visitantes de 144 países, em 2018), o evento confirma a posição de número um do setor ano após ano, abrindo em primeira mão as tendências do presente e do futuro, além de renovar as perspectivas e contatos de negócios. “Tudo isso e muito mais estão previstos novamente para a edição de 2019”, anuncia Katharina Hamma, COO (Chief Operating Officer) da Koelnmesse*, líder internacional na organização de fei-ras e eventos na área de alimentos e be-bidas, que assina a mostra há 48 anos. Além de ocupar a atual posição, a exe-cutiva assumiu, nos últimos seis meses, a competência operacional de tecnologia de alimentos e bebidas, que envolve a mostra paralela ProSweets. Na entrevista a seguir, ela detalha o que se espera dos expositores e visitantes na próxima edi-ção dos dois eventos, previstos para 27 a 30 de janeiro de 2019. DR – A contagem regressiva para a ISM 2019 e a ProSweets foi ativada. Qual é o status de registro atual e quais suas expectativas em termos dos expositores?Katharina – Estamos muito satisfei-tos, pois seis meses antes da abertura da feira o índice acima de 90% do espa-ço de exposição do ano passado já está ocupado. Mais uma vez temos um le-que internacional forte de participantes, composto de aproximadamente 1.700 expositores de cerca de 70 países, que vão se apresentar em Colônia com inú-meros produtos novos. Vários líderes de mercado já se registraram como expo-sitores para a próxima feira, inclusive, por exemplo, o United Confectioners, da Rússia; Barcel e Canel's, do México; Ba-ronie, da Bélgica; Ricola, da Suíça bem como a Lambertz, Griesson - de Beu-kelaer, Krüger e Katjes, da Alemanha. Portanto, os sinais estão muito bons e estamos antecipando ainda mais cres-cimento. A ProSweets Cologne – feira de fornecedores internacionais da indús-tria de confectionery – novamente será realizada em paralelo à ISM. Juntos os dois eventos cobrem uma cadeia de valor completa de produção e venda de confeitos, ao mesmo tempo e no mes-mo lugar, fomentando uma constelação mundial única.DR – Quais aspectos novos os expositores e visitantes podem esperar para 2019?Katharina – A feira tem constan-temente desenvolvido ainda mais seu alinhamento ao longo dos últimos anos. Existem várias inovações tam-bém nesta edição. Além dos sete pavi-CONTAGEM REGRESSIVAA seis meses da largada, tudo pronto para a maior feira global de confectionery"VITRINE DE PRODUTOS NOVOS” (NEW PRODUCT SHOWCASE ) UMA VISÃO GERAL DAS INOVAÇÕES NA ISM 2019.www.docerevista.com.br13Julho/Agosto 2018 Doce Revistalhões que acomodam a feira até agora, em 2019 ela vai se estender ao pavi-lhão 3.1, bem ao lado da entrada Sul. Dessa forma, o espaço de exposição aumenta em mais 8.500 metros qua-drados, totalizando 120.000 metros quadrados. Ao longo dessa expansão oferecemos aos expositores que vêm pela primeira vez e organizadores de grupo mais opções atraentes de posi-cionamento. Além disso, teremos uma praça com produção e degustação de doces ao vivo como ponto central de contato no pavilhão novo. Essa es-trutura aberta vai fornecer uma visão geral mais clara, facilitando um melhor fluxo e acesso aos salões adjacentes da exposição. O pavilhão 5.2 também será incrementado e será ainda mais interessante tematicamente para os visitantes. Nosso lema aqui é mais visibilidade para segmentos impor-tantes, bem como rotas otimizadas. Dessa forma, além do fórum Cologne Coffee e a seção New Snacks ao lado da entrada, os visitantes agora tam-bém podem encontrar o Expert Stage (palco de especialistas), com inúmeras palestras interessantes e uma praça de alimentação com lanches saudá-veis. E aqueles que quiserem relaxar um pouco, podem passar um tempo na praça criada recentemente, que ofere-cerá opções de assentos e uma área de serviço alimentar.DR – Já é possível revelar quais expositores famosos se registraram no novo pavilhão?Katharina – Estamos muito contentes em anunciar o retorno da Cloetta Holland BV. Com sua linha de produtos variando de torrone, balas de goma de frutas, balas de goma de vinho até caramelos, chicles e nozes, a Cloetta é um dos fabricantes líderes nos Países Baixos e Escandiná-via. Além disso, estamos ansiosos para dar as boas-vindas à Crown Confectio-nery Co., Ltd. e à Haitai Confectionery and Foods Co., Ltd., líderes de mercado da Coréia do Sul, já confirmados no novo pavilhão. Também conseguimos conven-cer a Jalux Inc., do Japão, a participar da ISM e ela reservou 150 metros quadra-dos para o seu portfólio de bombons de creme, arroz trufado, pipoca, salgadinhos de batata e de arroz. Por último, porém não menos importante, a Roshen Con-fectionery Corporation, da Ucrânia, apro-veitou a oportunidade do pavilhão novo e expandiu seu espaço de 40 para 103 me-tros quadrados com-parado com 2018. Além disso, com um pavilhão do Canadá, a América do Norte é representada de ma-neira mais acentuada na feira novamente desde 2014. O orga-nizador do grupo é a Associação Canaden-se de Exportadores de Alimentos (CFEA), de Toronto, que entre outros está trazendo expositores como a fabricante de balas e bombons premium Big Sky Brands Inc. e a Give & Go Prepared Foods Corp, grife de panificados de alta qualidade.DR – Quais tendências e temas são esperados para a próxima ISM?Katharina – Como feira líder mun-dial do setor de guloseimas e snacks, a ISM cobre todo o cardápio da indústria e oferece propostas adequadas a cada visitante. Embora não seja puramente uma feira de produtos, seu objetivo principal é descrever as tendências e temas atuais do setor. Pode ser do âmbito vegetariano e vegano, sem glúten e sem lactose, com redução de açúcar e gordura, de receitas tradicio-nais ou novas interpretações, sempre vai existir alguma coisa para todas as necessidades. O evento especial "Vi-trine de Produtos Novos” (New Product Showcase ), por exemplo, irá fornecer uma visão geral das melhores inova-ções da ISM 2019. Contudo, a mostra não vai se limitar a apresentar novos sabores ou tendências alimentares gerais, mas também as correntes de KATHARINA HAMMA, COO DA KOELNMESSE OCUPAÇÃO DO ESPAÇO DE EXPOSIÇÃO SUPERIOR A 90%, A SEIS MESES DA ABERTURA.Doce Revista Julho/Agosto 201814www.docerevista.com.brembalagens e marketing da indústria e comércio. Por exemplo, ofertas para viagem, itens empacotados de manei-ra individual e compacta ainda são um grande sucesso de vendas. Como hoje em dia os consumidores têm cada vez menos tempo, considerando o trajeto entre a casa e o trabalho, atividades de lazer e de trabalho; além da infinida-de de doces, lanches saborosos estão em alta demanda nesse segmento. Os visitantes poderão encontrar uma ofer-ta concentrada em tais itens na “Área Nova de Lanches” (New Snacks Area ), no pavilhão 5.2.DR – Existem oportunidades de exposição para empresas novas que gostariam de entrar no setor?Katharina – Além de apresentar ideias novas orientadas para o futuro do setor, oferecemos às startups cria-das nos últimos cinco anos uma opção de apresentação na “área de startups" (Startup Area). Além de expor em um estande de quatro metros quadrados, essas empresas poderão participar de uma “sessão de encontros rápidos” (speed-dating session) ou se apresen-tar em um discurso de startup no palco de tendências (Trend Stage). Novatos na ISM poderão apresentar seu portfó-lio para um público maior na “área de novatos” (Newcomer Area) e intensifi-car seus contatos dentro da indústria.DR – O que pode adiantar sobre a participação de empresas de confectionery da América do Sul e, especialmente, das brasileiras na ISM 2019?Katharina – A América do Sul é um mercado importante e a ISM é regular-mente prestigiada tanto pela presença de expositores individuais como de pa-vilhões de países da região. As participa-ções mais importantes vêm da Argentina, do Brasil, do Equador, da Guatemala e da Colômbia. Notamos um desenvolvimento positivo nos últimos anos por meio de expansões de áreas contínuas. Para a ISM 2019, áreas maiores foram solici-tadas novamente. O Brasil, por sua vez, detém a maior participação entre os pa-íses da América do Sul, com expositores já bastante conhecidos como Docile ou Florestal Alimentos. Outras companhias como Berbau, Dori Alimentos, Chocola-tes Garoto, Harald, Marilan, Neugebauer, Peccin, Riclan e Simas usam as áreas de apresentação em conjunto dos pavilhões de países e já confirmaram presença na próxima ISM. •Entrevista / KATHARINA HAMMA“AREA NOVA DE LANCHES” (NEW SNACKS AREA ) OFERTA CONCENTRADA NO PAVILHÃO 5.2.PALCO DE TENDÊNCIAS (TREND STAGE) ESPAÇO RESERVADO PARA STARTUPS ESTREANTES NA ISM.(*) Koelnmesse é um líder internacional na organização de feiras e eventos na área de alimentos e bebidas com relação ao processamento de alimentos e bebidas. Feiras como Anuga, ISM e Anuga FoodTec estão estabelecidas como líderes mundiais. A Koelnmesse não apenas organiza feiras de alimentos em Colônia, Alemanha, mas também em outros mercados de crescimento ao redor do mundo, por exemplo, no Brasil, China, Colômbia, Índia, Itália, Japão, Tailândia, Estados Unidos e Emirados Árabes, que possuem focos e conteúdos diferentes. Essas atividades globais permitem oferecer aos clientes uma rede de eventos, que por sua vez dão acesso a mercados diferentes e, dessa forma, criam uma base para negócios internacionais sustentáveis e estáveis. Mais informações disponíveis acessando: www.global-competence.net/food/Doce Revista Julho/Agosto 201816www.docerevista.com.brwww.docerevista.com.br16Inovação e saudabilidade formam o pano de fundo das ações na in-dústria brasileira de candies. Mas a conversão desses pilares em linhas de guloseimas ainda se distancia das expectativas geradas no consumo. Pressionada, de um lado, pelo canal impulso e suas tentações indulgen-tes, a demanda de guloseimas vacila diante de tendências que acenam com promessas de bem-estar e benefícios à saúde. Tanto do ponto de vista dos produtos e suas formulações como da comunicação das marcas, as inova-ções e possibilidades funcionais são catalisadoras dos projetos em curso nas fábricas. Partindo nessa direção, a indústria de balas, drops e carame-los vem tentando superar a retranca que persiste no setor. O cenário atual mostra que as empresas do segmen-to, incluindo derivados como pasti-lhas, gomas e pirulitos, vem comba-tendo o desânimo nas vendas, com modernizações no parque industrial e, sobretudo, apostas em linhas de confeitos de maior valor. Essa trans-formação pode ser conferida em itens de qualidade hoje reconhecida pelo consumidor e custos e preços com boas margens tanto para a indústria como para o trade. “Mas os últimos três anos têm sido de relativa esta-bilidade em termos de volume, com destaque pontual para determinados itens, que sinalizam oportunidades ainda presentes no setor”, analisa Adriano Orso, gerente de marketing da Florestal Alimentos que, abrindo novas frentes, acaba de adquirir a operação da Chocolates Planalto, na Serra Gaúcha (ver à pág. 7). Para ele, a grande capilaridade na distribuição de guloseimas doces continua sen-do ingrediente importante na manu-tenção de volumes. “Apesar dessa realidade, a Florestal acredita e tra-balha para a melhora constante dos números, uma vez que o consumo per capita no Brasil ainda é relativamente baixo”, assinala ele. AVANÇO SINUOSOApesar da estabilidade nos volumes, indústria de balas e candies mantém crescimento em valor com inovações no mixCANDIES O DESAFIO DE CONCILIAR O PRAZER DA INDULGÊNCIA COM FUNCIONALIDADE.Especial / BALAS & CANDIESwww.docerevista.com.br17Julho/Agosto 2018 Doce Revista17www.docerevista.com.brDe acordo com a Associação Brasi-leira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab) há três anos esse consumo era de 1,7 quilos/habitante/ano, referência man-tida com a estabilização na produção e demanda aparente no período. O moni-toramento da entidade mostra que, nos últimos seis anos, a produção de balas e candies (incluindo gomas de mascar) caiu de 440 mil toneladas (t) em 2012 para 382 mil t no último exercício. No mesmo período, o consumo aparente de 371 mil t diminuiu para 318 mil t. Menos afetadas até o ano passado, as exportações que bateram em 80 mil t em 2012 reduziram a marcha para 78 mil t em 2017 (ver quadro ‘Abicab’ à pág. 20). Os dados da Abicab revelam que a balança comercial de balas e gomas fechou o primeiro semestre de 2018 com um superávit de US$ 51,9 milhões. As exportações apresentaram uma leve queda de 10,50% compara-do ao mesmo período de 2017. As im-portações por sua vez, caíram 28,65% no período em 2018 comparado com igual período de 2017. A América do Norte foi o principal destino das exportações de candies nacionais nos primeiros seis meses do ano, totalizando US$ 19,3 milhões em divisas. Em seguida vêm os países do Mercosul com US$ 18,1 milhões. O terceiro maior mercado é a África com um total de US$ 11,8 milhões. As importações se mantiveram iguais ou tiveram uma leve queda em quase to-das as regiões no mesmo período, com exceção da América do Norte, repassa a Abicab. AVANÇO EM VALORSe de um lado os volumes não se sustentam, de outro, a inserção de itens de maior valor agregado e for-mulações enquadradas em tendências de consumo da moda têm garantido o avanço em valor. Pente-fino da consul-toria Euromonitor International no vare-jo brasileiro de balas e derivados indica que o setor saltou de um faturamento de R$ 7,636.9 bilhões há cinco anos para R$ 8,264.5 bilhões em 2017. Em volume, houve decréscimo de 308,8 mil toneladas (t), em 2012, para 259,8 mil t, no último exercício. Com base nesses dados, a instituição estima que o mercado mantenha um crescimento moderado nos próximos anos, totali-zando vendas de R$ 8,375.4 bilhões em 2022, equivalentes a 250,9 mil t. (ver quadro à pág. 18). Para Rosalina Vilela, diretora da Erlan, a demanda interna de balas e candies vem perdendo o vigor por con-ta da ressurreição de um fantasma que assolou o setor nas décadas de 1970 e 1980. “O mercado está novamente enveredando por uma guerra de pre-ços”, assinala ela, lembrando que, no passado, com baixo valor unitário de itens como balas duras, inflação alta e polarização das vendas no atacado o setor viu suas margens se pulveriza-rem. ”Viramos indústrias de commodi-ties, principalmente no quesito balas”, frisa a executiva que, seguindo ten-dência entre as principais marcas, vê oportunidade de mudança no mix de produtos indulgentes com formulações saudáveis. “No momento estamos abraçando todas essas correntes, en-volvendo linhas de balas e caramelos, com ênfase na modalidade premium e inspiração no nosso Toffee Bombom, carro-chefe da empresa há 40 anos”, sublinha Rosalina.Na Simas, o diretor Luiz Eduardo Simas reporta que, depois de anos de desequilíbrio na oferta e demanda de candies, o setor vinha desde 2017 re-cuperando o vigor nas negociações e margens. “Apesar de empatar volumes, fechamos o balanço do ano passado com 13% de alta em valor”, grifa o di-rigente. Tudo ia bem, inclusive com as vendas embaladas no início deste ano, quando a eclosão da greve dos cami-nhoneiros, em maio, pôs tudo a perder, rememora Simas. Para ele, a distribui-ção e o comércio de candies se man-têm sensíveis a mudanças na economia e qualquer movimento abrupto, como a crise do diesel, é suficiente para travar o setor. No passado, lembra ele, foi a alta nos custos de matérias-primas básicas, como açúcar, glucose e embalagens, que desencadeou o desequilíbrio nos preços e o encolhimento no consumo. Agora, ele sustenta, são as indefinições ORSO, DA FLORESTAL DESTAQUES EM MEIO A ESTAGNAÇÃO SINALIZAM OPORTUNIDADES AINDA PRESENTES NO SETOR.CAMPEÕES DA FLORESTAL OFERTA CRIATIVA DE LINHAS E EMBALAGENS.Doce Revista Julho/Agosto 201818www.docerevista.com.brwww.docerevista.com.br18na política e economia as responsáveis pelo freio na indústria. Entre os fatores que contribuíram, mais recentemente, para a recuperação das vendas da Simas, Luiz Eduardo in-clui o avanço das linhas de balas e pi-rulitos das marcas Sam’s e Cherry Pop, campeões do giro na empresa, no seg-mento de artigos para festa. “Introduzi-mos há cerca de dois anos a linha festa, com destaque para o confeito drageado Pipper em oito cores, e hoje essa espe-cialidade já representa 15% da receita geral”, relata o executivo. Com portfólio completo de balas e confeitos, totali-zando 220 SKUs (Stock Keeping Unit), a Simas opera há mais de 70 anos na cena de candies, exportando quase a metade da sua produção para mais de 30 destinos em todo o globo. Recém--saído da incubadora, a linha de balas de café puxa o cordão de novidades programadas para 2018. "Desenvolve-mos um sabor mais intenso, com aro-ma mais natural", sublinha Simas, esti-mando fechar o ano com uma produção igual ao do último exercício, porém com 5% a 7% de crescimento em valor. Adriano Orso, da Florestal, argu-menta que a oferta de produtos e o consumo locais acompanham as ten-dências mundiais, mas o avanço é re-lativamente lento. “Enquanto algumas categorias mostram aprimoramentos de forma mais evidente, outras ainda estão estacionadas e é claro que, nesse sentido, deve-se considerar limitações no que é possível aplicar e declarar nas formulações e embalagens de can-dies”, observa o gerente. Entre os de-safios para o desenvolvimento de uma nova geração de candies se insere a corrente da redução do teor de açúcar nas linhas de balas e candies. Rosali-na, da Erlan, avalia o crescente movi-mento em prol da redução de produtos açucarados ou até mesmo o banimento da venda de guloseimas e candies em escolas como uma realidade inexorável no futuro. Para ela, os consumidores estão cada vez mais preocupados com a saúde da família e os responsáveis pela decisão da compra tendem a ade-rir a apelos como esses. ”O mundo terá que mudar para esse novo mercado”, grifa a diretora. Orso pondera que esse é um tema recorrente nos últimos anos e chama a atenção da indústria para enquadrar os itens do portfólio em um novo figurino. “Os doces à base de açúcar, no en-tanto, continuarão sendo prestigiados, apesar de possíveis transferências para outras opções”, considera. Para ele, a proibição da venda de balas e candies açucarados nas cantinas de escolas certamente terá reflexos no consumo e na receita. “A indústria terá que buscar alternativas e uma delas é intensificar o desenvolvimento de produtos sem açú-car”, ele exemplifica. Carlos Speltri, gerente de marketing da Peccin, observa que o perfil dos con-sumidores está mudando e mesmo fãs ROSALINA, DA ERLAN BALAS COMMODITIES RESSUSCITAM FANTASMA DA GUERRA DE PREÇOS.LUIZ EDUARDO, DA SIMAS GREVE DOS CAMINHONEIROS PUXOU O FREIO DO EMBALO NAS VENDAS.2012 2017 2022*FONTE: ©EUROMONITOR INTERNATIONAL LTD 2018. (*) ESTIMATIVA.Candies (Sugar confectionery)Pastilhas/gomas/balasde gelatina/ chiclesOutros7,636.9 8,264.5 8,375.41,970.1 2,212.9 2,293.5Toffees/caramelos/doces 0,189.3 0,226.2 0,238.70,722.0 0,767.3 0,881.1(VALOR EM BILHÕES R$)VAREJO DE CANDIESEspecial / BALAS & CANDIESwww.docerevista.com.br19Julho/Agosto 2018 Doce Revista19www.docerevista.com.brde guloseimas doces estão se tornando gradativamente mais seletivos com re-lação às calorias que ingerem. “Há uma tendência em direção ao consumo com menos açúcar, mas sempre haverá es-paço para itens que entreguem prazer e indulgência com qualidade”, reporta.Na Fini, fabricante de balas de gela-tina, marshmallows e regaliz, a geren-te de produto Paula Prado relata que o acompanhamento da tendência de sau-dabilidade e das mudanças no compor-tamento do consumidor resultaram no desenvolvimento da linha Bem-Estar, sem açúcares, que alia praticidade e funcionalidade. Sua mais recente novi-dade, a bala de gelatina Fini Cálcio +Vit D, abocanhou a Fi Innovation Awards, principal premiação nacional de inova-ção da indústria de ingredientes, pro-dutos e suplementos alimentícios da Food Ingredients South America (FiSA 2018) como o produto funcional mais inovador (ver à pág. 28). “A linha Bem--Estar conta com oito itens no portfólio a exemplo de balas de gelatina enrique-cidas com ativos funcionais, chicle com xilitol que auxilia a inibir o crescimento de bactérias e cáries, e é comercializa-da exclusivamente nas principais redes de farmácias”, informa a executiva. INOVAÇÃO E DIFERENCIAÇÃOSpeltri, da Peccin, pontua que os dados do setor mostram estabilida-de em alguns segmentos e queda em outros. “Em balas mastigáveis e piru-litos, categorias em que atuamos mais fortemente, não sentimos retração, CARROS-CHEFE DA ERLAN QUALIDADE E TRADIÇÃO AINDA VALORIZADAS PELO TRADE.Next >