Muito espaço para crescer
A produção total de massas alimentícias no Brasil gira em torno de 1,2 milhão de toneladas (t), volume atrás somente da Itália e dos Estados Unidos. Com esse desempenho o Brasil figura como o terceiro maior mercado produtor e consumidor de macarrão do mundo. Mas no confronto da demanda per capita ainda persiste uma acentuada disparidade. A diferença entre italianos e brasileiros, por exemplo, chega quase a 18 quilos por habitante/ano. No entanto, aumentos reais de renda, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), provocam a substituição de alimentos como arroz por massas, pães e biscoitos. Nos últimos dez anos o crescente ganho de poder aquisitivo das classes de baixa renda vem gradualmente consolidando esse quadro. Ainda segundo o instituto de pesquisa, o consumo de massas em famílias da classe média é 50% superior ao da faixa de baixa renda.
No Brasil, as massas alimentícias secas são produzidas, em quase sua totalidade, a partir da variedade de trigo denominada soft. Elas são segmentadas em massa de sêmola com ovos, massa de sêmola, massa comum e massa tipo caseira. A designação macarrão é popularmente utilizada, inclusive nas embalagens, como sinônimo de massa alimentícia. Desde a última década, acentua-se também a produção de massas do tipo grano duro, a partir de matéria-prima importada e que, apesar da demanda crescente, representa ainda em torno 4% do volume total comercializado.
Diversos grupos que atuam no setor contam com estrutura integrada a moinho de trigo e, em geral, exibem portfólio de itens derivados do grão, como farinhas, misturas para bolo e biscoitos, entre outros. O macarrão instantâneo é outro ponto alto do portfólio das empresas, com possibilidade de diversificação e adequação de sabores aos mercados-alvo. As massas secas têm atualmente a maior representatividade do setor, com cerca de 80% do consumo de toda a categoria de massas. Conforme dados da consultoria Nielsen, as vendas de massas secas do tipo sêmola sem ovos abocanham 45,6% do volume total; a de sêmola com ovos, 29,8%; a comum, 18,9% e a de grano duro, 3,5%, ficando o tipo caseiro com 2,2%.
Entre 2010 e 2014, repassa a consultoria, enquanto as massas secas avançaram 31,5% em valor de venda, as do tipo instantâneo cravaram alta de 43,3% e as massas frescas, 45,2%. Essa elevação no consumo foi decorrência da praticidade no preparo da refeição, atraindo sobretudo os públicos infantojuvenil e jovem adulto. Assim, as empresas reforçaram os investimentos no desenvolvimento de pratos prontos, a exemplo de massa instantânea com molho pronto em sachê e lasanha pré-cozida. Outro fator determinante para a injeção de aportes na produção do macarrão instantâneo foi a rentabilidade. Conforme dados do varejo de 2014, o quilo de massa seca comum custou em média R$ 4-5, enquanto o instantâneo ficou acima de R$ 11 o quilo.
Maior centro consumidor do país, o Sudeste é responsável pela demanda de 43,1% da totalidade das massas, ficando o Nordeste com 29,7%; o Sul, com 19,0%; o Centro-Oeste, com 6,5% e o Norte com 1,6%.
O setor de massas alimentícias movimentou R$ 8,047 bilhões em 2014, faturamento 10,3% superior ao registrado no ano anterior, contabiliza a ABIMAPI/Nielsen. Pelas planilhas da entidade, o mercado nacional de massas secas em 2014 fechou com 1,017 milhão de toneladas (t) contra 1,014 milhão de t em 2013 e 990 mil t um ano antes (ver quadro à pág. 60’Massas Alimentícias’)’. Na categoria de massas instantâneas, 2014 totalizou cerca de 206 mil t, indica a mesma fonte, perante 198 mil t em 2013 e 2012. No segmento de massas frescas, as vendas no Brasil atingiram 51 mil t em 2014 frente a 52 mil t em 2013 e novamente 51 mil t em 2012.
Por conta desses indicadores o mérito desse desempenho coube, em particular, ao aumento de 4,5% flagrado na saída de massas instantâneas. Já o avanço de 0,3% então aferido no movimento de massas secas teve sua perfomance justificada pelas oscilações dos preços do trigo. Depois de uma alta de 14% há quatro anos, o reduto de massas frescas se manteve estável por dois anos seguidos, assinalando leve queda de 1% no último exercício. A retrospectiva do último quinquênio revela que o faturamento do setor ampliou-se em 36% enquanto o consumo per capita (9.º lugar no mercado global) não foi alterado de forma relevante, situando-se na média de 6 quilos desde 2010. Na raia do faturamento, o setor de massas alimentícias atingiu R$ 8,047 bilhões em 2014 versus R$ 7,292 bilhões em 2013, R$ 6,499 bilhões em 2012, R$ 6,119 bilhões em 2011 e R$ 5,915 bilhões em 2010.
Pente-fino da consultoria Kantar Worldpanel capta que, nos últimos três anos, o consumo de massa tradicional cresceu 8,2% em volume e 35% em valor. Já o salto de massas frescas cravou 20,5% em volume e 40,5% em valor, enquanto a demanda de massas instantâneas avançou 11,5% em volume e 36,8% em valor. As elevações podem ser creditadas ao reflexo do aumento da renda geral do brasileiro, principalmente o verificado nas classes C, D e E, que acusaram alta mais significativa no período analisado. Assim foi incluído entre as metas do setor o atendimento a novas necessidades, diversificando a oferta de produtos com foco em mais sofisticação e praticidade.
Conforme desdobramento do estudo, a frequência de compra de massa tradicional que, em 2012, era de 19,9 sofreu leve declínio para 19,1 em 2014. A de massas frescas que havia três anos era de 2,7 se manteve no mesmo patamar, e a de massas instantâneas também reduziu a marcha de freqüência, de 10,9 para 10,4, no período. Quanto à penetração nos lares brasileiros, repassa a Kantar, a de massa tradicional que era de 99,6% em 2012 caiu 0,1% para 99,5% em 2014. A de massas frescas subiu de 29,9% para 32,9% e a de massas instantâneas também assinalou alta de 0,6%, passando de 90,91% para 91,52%, no triênio.
A caça a maiores participações de mercado conduziu o setor de massas a buscar os balcões externos para testar a sua competitividade. O câmbio mantido estável ao longo da década passada e a reação positiva dos países importadores estimularam os fabricantes a acelerar os embarques. Embora o consumo interno ainda contasse com espaço de sobra para crescer, a indústria iniciou um programa de exportações, que foi turbinado através do projeto setorial Happy Goods (ver à pág. 46 ‘Happy Goods’), desenvolvido há dez anos pela ABIMAPI em parceria com a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos). Com vendas para 37 países, o setor fechou 2014 com 23,4 mil toneladas (t), volume correspondente a uma receita de US$ 25,9 milhões (FOB), resultado 18,2% maior em volume e 21%, em valor, em relação ao exercício anterior. Os principais destinos foram a Venezuela, Estados Unidos, Chile, Paraguai e Portugal. Na mão contrária, as importações de massas, provenientes de 29 países, totalizaram 27,8 mil t no ano passado, volume que alcançou em torno de US$ 38,9 milhões (FOB). Segundo a ABIMAPI, esse resultado representou decréscimo de 3% em volume e 5% em valor em relação a 2013, sendo a Itália, Uruguai, México, Chile e Argentina os principais fornecedores do Brasil. Nos últimos cinco anos, contabiliza a entidade, enquanto as exportações registraram alta de 234% em volume e 117,5% em valor, as importações cravaram levação de 49% em volume e 56% em valor.
A indústria no Brasil
Um dos marcos da introdução das massas alimentícias no Brasil foi a imigração italiana, entre 1870 e 1920. Os recém-chegados se estabeleceram no Sul-Sudeste, estimulando a cultura do trigo, a construção de moinhos e a fundação da indústria nacional de massas. Hoje reconhecidas marcas, nomes como Todeschini, Secchi, Matarazzo, Christofani, Regoli e Selmi foram alguns desses pioneiros. Naquele período, mais de um milhão de italianos desembarcaram no país. São Paulo recebeu a maior parte deles para trabalho na lavoura cafeeira e na nascente indústria. A população da ainda pacata capital paulista passou de 31.385 habitantes em 1892 para 375.439, em 1910. Esses novos moradores se instalaram em bairros como a Mooca, Bom Retiro e, sobretudo, o Brás. Também nesses bairros, juntamente com a Luz, concentrava-se grande parte da indústria que mudou a paisagem da cidade.
Foi nesse período que surgiu a primeira indústria de massas do Brasil: a Christofani, fundada em 1878 por Ludovico Dal Porto e Francisco Casini e depois vendida a João Christofani. Ela produzia 500 quilos de macarrão diariamente, tinha dez operários estrangeiros, todos homens; e contava com uma máquina a vapor, diversos equipamentos para amassar farinha, uma estufa, depósitos de secagem e oficina de acondicionamento. Logo outras fábricas se juntaram à pioneira: a Romali (1896), com produção diária de 300 quilos; a Francisco Regoli (1898), com 324 mil quilos/ano; e a Piccirillo (1898), com 53 mil quilos/ano. Em 1900, a Fábrica a Vapor de Massas Paulista, fundada pelos irmãos Quaranta, produzia 300 mil quilos por ano. A maioria dos trabalhadores nessas fábricas era de origem italiana. O livro “A Indústria no Estado de São Paulo em 1901”, de Antônio Francisco Bandeira (filho), registra 145 estabelecimentos industriais em atividade na época. A indústria de massa era um negócio novo, que florescia impulsionado pelo grande contingente de italianos. Algumas marcas caíram no gosto popular e a colônia italiana tinha as suas preferidas: a Fratelli Secchi e a Paulista, com massas iguais às europeias. O trigo usado era importado e processado pelo Moinho Matarazzo.
Junto com as fábricas de massas alimentícias apareceram novos moinhos. Em 1910, havia 60 deles no estado de São Paulo, todos de famílias italianas. O mais famoso era o de propriedade de Francisco Matarazzo, que abriu as portas em 1900 e formou o maior conglomerado fabril da América Latina à época. Instalado no Brás, junto à São Paulo Railway, era abastecido por 52 vagões que traziam trigo do Porto de Santos. A farinha era depois distribuída pela capital e interior. Com isso, as padarias passaram a ser abastecidas com farinha fresca. Além de beneficiar o trigo, o moinho também fabricava macarrão. Em 1937, ano da morte do patriarca Francisco, as Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo lançaram a marca Petybon, hoje um dos ícones do portfólio da J.Macêdo. Fundada por Giuseppe Todeschini, em Curitiba (PR), a Todeschini (1885) foi a primeira fábrica de massas do Sul do Brasil. No interior de São Paulo, o Pastifício Selmi, fundado por Adolfo Selmi em 1899, construiu nome e é uma das mais importantes indústrias alimentícias do país.
Nos anos 1950, surgiriam novas indústrias de massas, estendendo a um número maior de brasileiros o consumo de macarrão. Entre elas, a Piraquê, a Ádria e a Massas Alimentícias. Em 1965, apareceu outra novidade: o macarrão instantâneo, inventado em 1958 no Japão. A Nissin, empresa do inventor da modalidade, Momofuku Ando, introduziu o produto no país com a marca Miojo. Resultado da fusão entre a Ajinomoto CO. Inc. e a Nissin Foods Holdings Co. Ltd., a joint-venture Nissin-Ajinomoto Alimentos Ltda. se consolidou no país como líder no segmento de macarrão instantâneo. Atualmente, fabrica 47 produtos para consumidores diretos no Brasil, divididos em 10 linhas, produzidas nas unidades de Ibiúna (SP) e Glória do Goitá (PE).
No início da década de 1980, embora o macarrão já estivesse presente na mesa dos brasileiros, o consumo per capita era muito baixo. O processo de abertura econômica do país a partir dos anos 1990 introduziu novos desafios no mercado brasileiro de bens de consumo e resultou em profundas mudanças estruturais na indústria. No setor de massas alimentícias, esse processo assumiu contornos decisivos em termos de consolidação mercadológica e induziu as empresas a investirem em tecnologia, linhas de produção atualizadas e capacitação de seus profissionais. O resultado desse esforço é um parque industrial entre os mais modernos do mundo e apto a fornecer um amplo sortimento de produtos de elevada qualidade.
Até 1997, o mercado brasileiro de massas era bastante disperso, sendo a Adria (grupo M.Dias Branco) e a Santista Alimentos (grupo Bunge) as duas principais representantes do setor, com participação de 6,8% e 6,7% do consumo geral, respectivamente. Com a intensificação das fusões e aquisições no decorrer da década seguinte, o reduto de massas se tornou mais concentrado. Atualmente, mais da metade das vendas em termos de volume é dominado pelas empresas M. Dias Branco, J.Macêdo, Selmi, Santa Amália, Piraquê e Vilma.
Em 1984, foi criada a Abima (Associação Brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias), hoje incorporada à ABIMAPI (Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias, Pães e Bolos Industrializados), sendo os primeiros associados egressos da Abia (Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação). Eram tempos de grande intervenção governamental no setor, mediante o monopólio da compra do trigo pela Sunab (Superintendência Nacional de Abastecimento) e o controle de preços, pelo CIP (Conselho Interministerial de Preços). Várias distorções decorreram desse cenário. Com o subsídio ao trigo e à farinha, o governo absorvia 90% dos custos das mercadorias, depois repassadas à iniciativa privada. Com isso, um quilo de farinha de mandioca, por exemplo, chegava a valer o equivalente a dez quilos de farinha de trigo. Com a Abima, a luta que antes era travada isoladamente ganhou porta-voz. A associação passou a ser responsável pela apresentação das planilhas para o governo com os custos de produção, separados pelos diferentes tipos de macarrão e unificados para as diferentes regiões. Acabou virando referência para o governo no fornecimento de preços que seriam aplicados nas tabelas da Sunab.
A chegada da década de 1990 trouxe mudanças, com a desregulamentação do trigo e a abertura do mercado para produtos importados. Foi quando, com a ajuda da Abima, o setor começou a desenvolver ferramentas de competitividade. As transformações começaram pelo maquinário utilizado. Nas duas décadas seguintes a indústria brasileira de massas passou por grandes mudanças, envolvendo tecnologias de processamento, automação e empacotamento, igualando-se às mais modernas frentes de produção em todo o globo. Impedido de importar máquinas, o setor acusava defasagem desde a década de 1970. A atualização assegurou um salto de qualidade que acabou se refletindo no aumento do consumo, ainda que, no per capita, continue baixo.
Foi o primeiro passo para a criação, em 1996, do Selo de Garantia Abima (hoje ABIMAPI), programa de autorregulamentação a partir de auditoria terceirizada às fábricas para verificação da qualidade. Em paralelo, a iniciativa previa treinamentos e aplicação de normas como as boas práticas de fabricação (BPF). A primeira das bandeiras defendida pela entidade foi a desoneração fiscal. Desde 1º de dezembro de 2011 as empresas do setor estão isentas do Pis e Cofins, que representam uma redução de 9,25% em tributos. A segunda bandeira foi o aumento do consumo per capita. Em volume total, o Brasil é o terceiro maior mercado do mundo. O país consome muito macarrão, mas a frequência dessa demanda ainda é pequena. Para mudar essa condição, a ABIMAPI iniciou campanha de incentivo ao consumo do produto de segunda-feira a domingo, mostrando à população os diferentes formatos de massa. No Brasil são cerca de 60 formatos diferentes, enquanto que, na Itália, onde o consumo é maior, a diversidade alcança 600 variantes. A terceira bandeira, que vem sendo implementada até os dias de hoje, visa mostrar que o macarrão é saudável e sua cadeia de produção, sustentável. •
Plenty of room to grow
Sector expands offer to increase per capita consumption in the country
Total production of pasta in Brazil is about 1.2 million tons (t), a volume behind only to Italy and the United States. With this performance, Brazil ranks as the third largest producer and consumer of pasta in the world. But there is still a sharp gap in the per capita demand. The difference between Italians and Brazilians, for example, is nearly 18 kilos per capita/year. However, according to the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), real income increases cause the substitution of foods such as rice for pasta, breads and biscuits. In the last ten years, the increased purchasing power of low-income classes has gradually consolidated this scenario. According to the research institute, pasta consumption by middle-class families is 50% higher than by low-income families.
In Brazil, almost all types of dry pasta are produced from soft wheat. They are segmented into semolina pasta made with eggs, semolina pasta, regular pasta, and home-cooked pasta. The name spaghetti is popular, seen even on packaging as a synonym for pasta. Since the last decade, durum wheat pasta production has been prominent, made from imported raw material which, despite the increasing demand, still represents around 4% of the total volume sold.
Several groups that operate in the sector rely on a structure integrated with wheat mill, and they usually feature a portfolio of items derived from grains such as flours, cake and biscuits mixes, among others. Instant noodles is another highlight of the companies’ portfolios, allowing diversification and suitability of flavors to target markets. Dried pasta currently have the largest representation in the industry, with about 80% of the consumption of the entire pasta category. According to data from Nielsen, a consulting company, sales of dry semolina pasta made without eggs represent 45.6% of the total volume; semolina pasta made with eggs represent 29.8%; regular pasta represent 18.9%, durum wheat pasta represent 3.5%, and homemade pasta represent 2.2%.
According to the consulting company, while dried pasta increased 31.5% in sales value between 2010 and 2014, instant noodles recorded a high of 43.3%, and fresh pasta reported 45.2%. This increase in consumption was due to the practicality in the preparation of the meal, attracting mainly children and young adults. Therefore, companies have strengthened investment in the development of ready meals such as instant noodles with a ready-to-eat sauce packet and precooked lasagna. Another determining factor for the injection of contributions in the production of instant noodles was profitability. According to retail data from 2014, one kilo of regular dry pasta cost on average R$ 4 to R$ 5, while the price of instant noodles was R$ 11 per kilo.
The largest consumer center in the country, the Southeast is responsible for 43.1% of the total demand of pasta, while the Northeast represented 29.7%, the South represented 19.0%, the Midwest represented 6.5%, and the North represented 1.6%.
ABIMAPI/Nielsen reports that the pasta sector moved R$ 8,047 billion in 2014, a 10.3% higher revenue than that recorded the previous year. According to the entity’s worksheets, the domestic market of dry pasta ended 2014 at 1.017 million tons (t), compared to 1.014 million t in 2013 and 990 thousand tons one year before (see table on page 60 ‘Pasta’)’. According to the same source, the instant noodles category totaled approximately 206 thousand tons in 2014, compared to 198 thousand tons in 2012 and 2013. In the fresh pasta segment, sales in Brazil reached 51 thousand tons in 2014, compared to 52 thousand tons in 2013 and 51 thousand tons in 2012.
Based on these indicators, this performance was due particularly to the 4.5% increased output of instant noodles. The advance of 0.3% observed in the dry pasta segment had its performance justified by fluctuations on the price of wheat. After a high of 14% four years ago, fresh pasta has remained stable for two consecutive years, experiencing a slight drop of 1% in the last financial year. The retrospective of the past five years reveals that the industry’s turnover increased 36%, while per capita consumption (9th place in the global market) has not changed so significantly, staying at an average of 6 kilos since 2010. As for revenues, the pasta sector reached R$ 8.047 billion in 2014, compared to R$ 7.292 billion in 2013, R$ 6.499 billion in 2012, R$ 6.119 billion in 2011, and R$ 5.915 billion in 2010.
A careful review by the consulting firm Kantar Worldpanel indicates that over the past three years, consumption of traditional pasta increased by 8.2% in volume and 35% in value. Fresh pasta increased to 20.5% in volume and 40.5% in value, while the demand for instant noodles increased 11.5% in volume and 36.8% in value. This rising trend can be credited to a reflection of the increased overall income in Brazil, mainly in classes C, D and E, which presented a more significant high during the analyzed period. Thus, catering to new needs was included among the sector’s goals, diversifying the offer of products and focusing on greater sophistication and practicality.
According to the study, the purchasing frequency related to traditional pasta – which in 2012 was 19.9 -, suffered a slight decrease to 19.1 in 2014. The purchasing frequency of fresh pasta – which had been 2.7 for three years -, remained in the same level, and the purchasing frequency of instant noodles also reduced from 10.9 to 10.4 during that period. As for penetration in Brazilian homes, Kantar reports that traditional pasta, which was 99.6% in 2012, fell 0.1% to 99.5% in 2014. Fresh pasta increased from 29.9% to 32.9%, and instant noodles also presented a 0.6% increase, going from 90.91% to 91.52% in the three-year period.
Hunting for the largest market shares led the pasta sector to seek external ways to test their competitiveness. The stable exchange over the past decade and the positive reaction of importing countries encouraged manufacturers to expedite shipments. Although domestic consumption still had plenty of room to grow, the industry started an exporting program boosted by the sectorial project named Happy Goods (see page 46 ‘Happy Goods’), developed a decade ago by ABIMAPI in partnership with Apex-Brasil (Brazilian Trade and Investment Promotion Agency). Selling to 37 countries, the sector closed 2014 with 23.4 thousand tons (t), a volume corresponding to a revenue of US$ 25.9 million (FOB), a result that is 18.2% higher in volume and 21% higher in value compared to the previous year. The top destinations were Venezuela, the United States, Chile, Paraguay, and Portugal. As for the opposite, pasta imports originated from 29 countries and totaled 27.8 thousand tons last year, a volume that reached around US$ 38.9 million (FOB). According to ABIMAPI, this result represented a 3% decrease in volume and a 5% decrease in value in 2013, where the main suppliers to Brazil included Italy, Uruguay, Mexico, Chile, and Argentina. According to the entity, in the last five years, while exports recorded a high of 234% in volume and 117.5% in value, imports reached 49% in volume and 56% in value.
The industry in Brazil
One of the most important events that marked the introduction of pasta in Brazil was the Italian immigration, which took place between 1870 and 1920. Newcomers settled in the Southeast, promoting the production of wheat, building mills and the founding the national pasta industry. Today well-known brands, names like Todeschini, Secchi, Matarazzo, Christofani, Regoli and Selmi were some of those pioneers. More than one million Italians landed in Brazil during that period. São Paulo welcomed most of those immigrants, who came to work on coffee plantations and in the rising industry. The population of the capital of the state of São Paulo, which at the time was still a very quiet city, grew from 31,385 inhabitants in 1892 to 375,439 in 1910. These new residents settled in neighborhoods such as Mooca, Bom Retiro, and Brás. Also in these neighborhoods, and including Luz, was concentrated much of the industry that changed the landscape of the city.
It was during this period that the first pasta producer was established in Brazil: Christofani, founded in 1878 by Ludovico Dal Porto and Francisco Casini, later sold to João Christofani. It produced 500 kilos of pasta daily, employed ten foreign workers, all men; and featured a steam engine, several pieces of equipment to knead flour, an oven, drying warehouses, and a packaging workshop. Soon other factories joined the pioneer producer: Romali (1896), with a daily production of 300 kilos; Francisco Regoli (1898), producing 324 thousand kilos/year; and Piccirillo (1898), producing 53 thousand kilos/year. In 1900, Fábrica a Vapor de Massas Paulista, founded by the Quaranta brothers, produced 300 thousand kilos per year. Most people working in these factories were Italian. The book “Industry in the State of São Paulo in 1901” by Antônio Francisco Bandeira (Junior), reports 145 industrial establishments in operation at the time. The pasta industry was a new business, boosted by the large contingent of Italians. Some brands became very popular, and the Italian colony had its favorites: Fratelli Secchi and Paulista, whose pasta was similar to those found in Europe. The wheat used to produce the pasta was imported and processed by Moinho Matarazzo.
New mills appeared along with the pasta factories. In 1910, there were 60 mills in the State of São Paulo, all owned by Italian families. The most famous was owned by Francisco Matarazzo, which opened its doors in 1900 and formed the largest industrial conglomerate of Latin America at the time. Installed in Brás, near the São Paulo Railway, it was fueled by 52 train cars that brought the wheat from the port of Santos. The flour was then distributed throughout the capital and the state’s countryside. With this, bakeries were supplied with fresh flour. In addition to benefiting the wheat, the mill also manufactured noodles. In 1937, the year founder Francisco passed away, Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo launched the Petybon brand, which is currently one of the icons of J.Macêdo’s portfolio. Founded by Giuseppe Todeschini in Curitiba (state of Paraná), Todeschini (1885) was the first pasta factory in Southern Brazil. In the countryside of the state of São Paulo, Pastifício Selmi, founded by Adolfo Selmi in 1899, established its name and is one of the country’s most important food manufacturers.
New pasta manufacturers emerged in the 1950s, extending pasta consumption to a greater number of Brazilians. Among them is Piraquê, Ádria, and Massas Alimentícias. In 1965, a new item was introduced: instant noodles, invented in 1958 in Japan. Nissin, a company owned by the inventor of that type of pasta, Momofuku Ando, introduced the product in Brazil with the Miojo brand. The result of a merger between Ajinomoto CO. Inc. and Nissin Foods Holdings Co. Ltd., the joint venture Nissin-Ajinomoto Alimentos Ltda. has been consolidated in the country as the leader in the segment of instant noodles. Currently, it manufactures 47 products for direct consumers in Brazil, divided into 10 lines, produced at the units in Ibiúna (state of São Paulo) and Glória do Goitá (state of Pernambuco).
In the early 1980s, although pasta was already present at the table of Brazilian families, the per capita consumption was very low. The process of economic opening of the country starting in the 1990s introduced new challenges in the Brazilian market of consumer goods, resulting in profound structural changes in the industry. In the pasta sector, this process took decisive paths in terms of market consolidation and induced companies to invest in technology, up-to-date production lines, and employee training. The result of this effort is an industrial park that is among the most modern in the world, able to supply a wide assortment of high-quality products.
Until 1997, the Brazilian market of pasta was fairly dispersed, where Adria (M.Dias Branco group) and Santista Alimentos (Bunge group) were the two main industry representatives, with participation of 6.8% and 6.7% of general consumption, respectively. With the intensification of mergers and acquisitions over the next decade, the pasta sector became more concentrated. Currently, more than half of sales in terms of volume is dominated by M. Dias Branco, J.Macêdo, Selmi, Santa Amália, Piraquê, and Vilma.
Abima (Brazilian Association of Pasta Industries) was created in 1984, currently incorporated into ABIMAPI (Brazilian Association of Producers of Biscuits, Pasta, and Processed Breads and Cakes), and its first associates came from Abia (Brazilian Association of Food Industries). Those were times of major government intervention in the sector, based on a monopoly on wheat purchase by Sunab (Nacional Supply Superintendency) and the control of prices by the CIP (Interministerial Price Council). Several distortions derived from this scenario. Based on the wheat and flour subsidy, the Government absorbed 90% of the cost of the goods, later transfered to the private sector. With that, one kilo of cassava flour, for example, would be worth the equivalent of ten kilos of wheat flour. With Abima representatives, the fight that was once fought alone, received a spokesperson. The association became responsible for presenting the Government the production costs worksheets, listed by different types of noodles and unified for the different regions. It became a reference for the Government in the provision of prices that would be applied in the Sunab pricelist.
The arrival of the 1990s brought changes, with the deregulation of wheat and the opening up of the market for imported products. That is when, with the help of Abima, the sector began to develop competitive tools. The first changes related to the machinery that was used. During the next two decades, the Brazilian pasta industry went through major changes, involving processing technologies, automation and packaging, to match the most modern production fronts across the globe. Unable to import machines, the industry had been lagging behind since the 1970s. The upgrade ensured a qualitative leap that reflected in the increased consumption, although the per capita consumption is still low.
It was the first step towards the creation, in 1996, of the Abima Seal of Quality (today ABIMAPI), a self-regulation program that includes a third-party audit in factories for quality assurance. In parallel, the initiative provided training and application of standards such as good manufacturing practices (GMP). One of the first flags defended by the entity was tax exemption. Since December 1th, 2011, companies are exempt from Pis and Cofins, representing a 9.25% reduction in taxes. The second flag was the increase in per capita consumption. Brazil is the world’s third largest market in terms of total volume. The country consumes a lot of pasta, but the frequency of this demand is still small. To change this position, ABIMAPI initiated a campaign to encourage consumption of this product from Monday to Sunday, showing the population different variations of pasta. In Brazil there are about 60 different variations, while in Italy, where consumption is greater, diversity reaches 600 variants. The third flag, which is being implemented up to this date, aims to show that pasta is healthy and its production chain is sustainable. •
Mucho espacio para crecer
El sector extiende la oferta para elevar el consumo per cápita en el país
La producción total de pastas alimenticias en Brasil gira alrededor 1,2 millones de toneladas (t), volumen detrás sólo de Italia y EE.UU.. Con esta actuación, Brasil se ubica como el tercer más grande productor y consumidor del mercado de macarrón en el mundo. Pero dentro del confort de la demanda per cápita todavía persiste una fuerte disparidad. La diferencia entre italianos y brasileños, por ejemplo, llega a casi 18 kilos per cápita por año. Sin embargo, los aumentos reales de ingresos, según el Instituto Brasileño de Geografía y Estadística (IBGE), causa la sustitución de alimentos como el arroz para pastas, panes y galletas. En los últimos diez años, el creciente poder adquisitivo de las clases de bajos ingresos viene consolidando este marco. Según el Instituto de investigación, el consumo de pastas de familias de clase media es 50% más grande que el de las familias de ingresos bajos.
En Brasil, las pastas alimenticias secas se producen, casi en su totalidad, a partir de la variedad de trigo llamada soft. Ellas están segmentadas en pasta de sémola con huevo, pasta de sémola, pasta común y pasta cocida tipo casera. La designación macarrón es popularmente utilizada, inclusive en el embalaje, como sinónimo de pasta alimenticia. Desde la década pasada, se acentúa la producción de pastas de tipo grano duro, a partir de materia prima importada y que, a pesar de la creciente demanda, todavía representa aproximadamente 4% del volumen total comercializado.
Varios grupos que operan en el sector dependen de la estructura integrada al molino de trigo y, en general, exhiben un portafolio de artículos derivados de granos, como harinas, mezclas para pasteles y galletas, entre otros. El macarrón instantáneo es otro punto a destacar en los portafolios de las empresas, con la posibilidad de diversificación y adecuación de sabores a los mercados objetivo. Las pastas secas actualmente tienen la más grande representatividad del sector, con aproximadamente el 80% del consumo de toda la categoría de pastas. Según los datos de la firma consultora Nielsen, las ventas de pasta seca tipo sémola sin huevo representan el 45.6% del volumen total; la pasta de sémola con huevo, 29,8%; la común, 18,9% y el grano duro, 3,5%, quedando el tipo casero con 2,2%.
Entre 2010 y 2014, según la firma consultora, mientras que las pastas secas habían avanzado 31,5% en valor de ventas, las del tipo instantáneo tuvieron alta de 43.3% y las pastas frescas, 45,2%. Este aumento en el consumo fue debido a la practicidad en la preparación de la comida, atrayendo principalmente el público de niños-jóvenes y adultos jóvenes. Así, las empresas han fortalecido la inversión en el desarrollo de platos listos, como pastas instantáneas con salsa preparada en bolsita y lasagna precocida. Otro factor determinante para la inyección de las contribuciones en la producción de macarrón instantáneo fue la rentabilidad. Según los datos de minoristas de 2014, un kilo de pasta seca común cuesta en promedio de $ 4 a $ 5, mientras que la instantánea está por arriba de los 11 dólares por kilo.
En más grande centro consumidor del país, el sureste, es responsable por la demanda del 43,1% del total de las pastas, teniendo el noreste, 29,7%; el sur, 19.0%; el centro oeste, 6,5% y el norte 1,6%.
El sector de las pastas alimenticias movió R$ 8,047 mil millones en 2014, facturación 10,3% superior a la registrada el año anterior, de acuerdo a ABIMAPI/Nielsen. De acuerdo a datos de la entidad el mercado nacional de pastas secas en 2014 cerró con 1,017 millones de toneladas (t) contra t 1,014 millones en 2013 y 990 mil toneladas al año anterior (ver tabla en pág. 60 ‘Pastas Alimenticias’). En la categoría de pastas instantáneas, 2014 totalizó aproximadamente 206 mil toneladas, según la misma fuente, ante 198 mil t en 2012 y 2013. En el segmento de pastas frescas, las ventas en Brasil alcanzaron las 51 mil t en 2014 frente a 52 mil t en 2013 y nuevamente 51 mil t en 2012.
Debido a estos indicadores el mérito de esta actuación fue, en particular, al aumento del 4,5% detectado en la producción de pastas instantáneas. El avance del 0,3% entonces medido en el movimiento de pastas secas, se justificó por las fluctuaciones de precios del trigo. Después de un máximo de 14% hace cuatro años, el área de las pastas frescas ha permanecido estable durante dos años seguidos, con una leve caída del 1% en el último ejercicio. La retrospectiva del quinquenio pasado revela que la facturación de la industria se amplió 36 por ciento mientras que el consumo per cápita (9 º lugar en el mercado mundial) no ha cambiado tan relevantemente, situándose en un promedio de 6 kilos desde 2010. En facturación, el sector de pastas alimenticias llegó a R$ 8,047 mil millones en 2014 versus R$ 7,292 mil millones en 2013, R$ 6,499 mil millones en 2012, R$ 6,119 mil millones en 2011 y R$ 5915 mil millones en 2010.
Un análisis detallado de Kantar Worldpanel muestra que durante los últimos tres años, el consumo de pasta tradicional creció un 8,2 % en volumen y 35 % en valor. Y un salto de las pastas frescas llegó a 20,5% en volumen y 40.5% en valor, mientras que la demanda de pasta instantánea avanzó 11.5% en volumen y 36,8% en valor. Las elevaciones pueden deberse al aumento en los ingresos del brasileño, principalmente en las clases C, D y E, que tuvieron un incremento más significativo en el período analizado. Así se incluyó entre las metas del sector la atención a las nuevas necesidades, diversificando la oferta de productos con un enfoque en más sofisticación y practicidad.
Conforme se desdobla el estudio, la frecuencia de compra de la pasta tradicional que, en 2012, fue de 19,9, tuvo un ligero descenso hacia 19,1 en 2014. La de las pastas frescas que hace tres años era de 2,7 se mantuvo al mismo nivel, y las pastas instantáneas también redujeron la marcha de la frecuencia, de 10,4 a 10.9 en el período. En cuanto la penetración en los hogares brasileños, dice Kantar, la de la pasta tradicional que fue de 99,6% en 2012, bajó a 0,1% hacia 99.5% en 2014. La de las pastas frescas ha aumentado de 29,9% a 32,9%, y la de las pastas instantáneas también tuvo alta de 0,6%, pasando de 90,91% a 91,52%, en el trienio.
La búsqueda de cuotas de mercado más grandes condujo al sector de pastas a buscar mostradores externos para poner a prueba su competitividad. La tasa de cambio que se mantuvo estable durante la última década y la reacción positiva de los países importadores estimularon a los fabricantes a acelerar los envíos. Aunque el consumo interno continúa con mucho espacio para crecer, la industria comenzó un programa de exportaciones, que fue impulsado a través del proyecto sectorial Happy Goods (ver la página 46 ‘Happy Goods’), desarrollado hace una década por ABIMAPI, en colaboración con Apex-Brasil (Agencia Brasileña de Promoción de Exportaciones e Inversiones). Con ventas a 37 países, el sector cerró 2014 con 23,4 mil toneladas (t), volumen correspondiente a ingresos de US$ 25,9 millones (FOB), resultando 18.2% más grande en volumen y 21 por ciento en valor, comparado con el año anterior. Los principales destinos fueron EE.UU., Venezuela, Chile, Paraguay y Portugal. Por el contrario, las importaciones de pastas, procedentes de 29 países, totalizaron 27,8 mil t el año pasado, volumen que alcanzó alrededor de US$ 38,9 millones (FOB). Según ABIMAPI, este resultado representó una disminución de 3% en volumen y 5% en valor en comparación con el año 2013, con Italia, Uruguay, México, Chile y Argentina los principales proveedores de Brasil. Durante los últimos cinco años, contabiliza la entidad, mientras que las exportaciones registraron altas de 234% en volumen y 117,5% en valor, las importaciones se elevaron 49% en volumen y 56 por ciento en valor.
La industria en Brasil
Uno de los marcos de la introducción de las pastas alimentarias en Brasil fue la inmigración italiana, entre 1870 y 1920. Los recién llegados se asentaron en el sureste, estimulando el cultivo de trigo, la construcción de molinos y la fundación de la industria nacional de pastas. Hoy reconocidas marcas, nombres como Todeschini, Secchi, Matarazzo, Christofani, Regoli y Selmi, fueron algunos de esos pioneros. En ese período, más de 1 millón de italianos desembarcaron en el país. São Paulo recibió la más grande parte de ellos para trabajar en las plantaciones de café y en la naciente industria. La tranquila población de la capital del estado, pasó de 31.385 habitantes en 1892 a 375.439, en 1910. Estos nuevos habitantes se asentaron en barrios como Mooca, Bom Retiro y, sobre todo, en Brás. También en estos barrios, junto con Luz, se concentró parte de la industria que cambió el paisaje de la ciudad.
Fue durante este período que la primera industria de pastas de Brasil: Christofani, fue fundada en 1878 por Ludovico Dal Porto y Francisco Casini, y luego fue vendida a João Christofani. Producía diariamente 500 kilos de pasta, tenía diez trabajadores extranjeros, todos hombres; y contó con un motor de vapor, varios equipos para amasar harina, una estufa, depósitos de secado y taller de acondicionamiento. Pronto otras fábricas se unieron a la pionera: Romali (1896), con producción diaria de 300 kilos; Francisco Regoli (1898), con 324 mil kilos/año; y Piccirillo (1898), con 53 millones de kilos/año. En 1900, Fábrica a Vapor de Massas Paulista, fundada por los hermanos Quaranta, producía 300 mil kilos por año. La mayoría de los trabajadores de estas fábricas era de origen italiano. El libro “A Indústria no Estado de São Paulo em 1901”, de Antônio Francisco Bandeira (hijo), registra 145 establecimientos industriales en actividad en esa época. La industria masiva era un nuevo negocio floreciente, impulsado por el gran contingente de italianos. Algunas marcas fueron del gusto popular y la colonia italiana tenía sus favoritas: Fratelli Secchi y Paulista, con pastas iguales a las europeas. El trigo utilizado fue importado y procesado por el Moinho Matarazzo.
Junto con las fábricas de pastas alimenticias aparecieron nuevos molinos. En 1910, hubo 60 de ellos en el estado de São Paulo, todos de familias italianas. El más famoso fue de propiedad de Francisco Matarazzo, que abrió sus puertas en el año 1900 y formaron el conglomerado industrial más grande de Latinoamérica en el momento. Instalado en Brás, junto al São Paulo Railway, fue abastecido por 52 vagones que llevaban trigo desde el puerto de Santos. La harina luego fue distribuida por el capital y la provincia. Con eso, a las panaderías se les suministró harina fresca. Además de beneficiar el trigo, el molino también fabricaba macarrón. En 1937, año de la muerte del patriarca Francisco, Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo lanzaron la marca Petybon, hoy uno de los íconos del portafolio de J.Macêdo. Fundada por Giuseppe Todeschini, en Curitiba (estado de Paraná), Todeschini (1885) fue la primera fábrica de pastas en el sur de Brasil. En la provincia de Sao Paulo, Pastifício Selmi, fundada en 1899, por Adolfo Selmi, forjó su nombre y es una de las industrias alimentarias más importantes del país.
En los años 50s, surgen nuevas industrias de pastas, llevando a un más grande número de brasileños el consumo de pastas. Entre ellas estaban Piraquê, Ádria y Massas Alimentícias. En 1965, apareció otra novedad: el macarrón instantáneo, inventado en 1958 en Japón. Nissin, empresa del inventor de la modalidad, Momofuku Ando, introdujo el producto en el país con la marca Miojo. Resultado de la fusión entre Ajinomoto CO. Inc. y Nissin Foods Holdings Co. Ltd., la joint-venture Nissin-Ajinomoto Alimentos Ltda. se consolidó en el país como líder en el segmento de macarrón instantáneo. Actualmente fabrica productos para los consumidores directos en Brasil 47, divididos en 10 líneas, producidas en las unidades de Ibiúna (estado de São Paulo) y Gloria do Goitá (estado de Pernambuco).
A principios de los 80s, aunque el macarrón ya estaba presente en la mesa de los brasileños, el consumo per cápita fue muy bajo. El proceso de apertura económica del país desde los años 90s introdujo nuevos desafíos en el mercado brasileño de bienes de consumo y dio lugar a profundos cambios estructurales en la industria. En el sector de la pasta, este proceso tuvo contornos decisivos en términos de consolidación en el mercado e indujo a las empresas a invertir en tecnología, líneas de producción actualizadas y capacitación de sus profesionales. El resultado de este esfuerzo es un parque industrial que está entre los más modernos del mundo, y que es capaz de ofrecer un amplio surtido de productos de alta calidad.
Hasta 1997, el mercado brasileño de pastas era bastante disperso, siendo Adria (grupo M.Dias Branco) y Santista Alimentos (grupo Bunge) los dos principales representantes de la industria, con una participación del 6,8% y 6,7% del consumo general, respectivamente. Con la intensificación de las fusiones y adquisiciones en la siguiente década, la fortaleza de las masas se tornó más concentrada. En la actualidad, más de la mitad de las ventas en términos de volumen están dominadas por las empresas M. Dias Branco, J.Macêdo, Selmi, Santa Amália, Piraquê y Vilma.
En 1984, se creó la Abima (Asociación Brasileña de las Industrias de Pastas Alimentícias), hoy incorporada a la ABIMAPI (Asociación Brasileña de las Industrias de Galletas, Pastas Alimentícias, Panes y Pasteles Industrializados), siendo los primeros asociados los provenientes de la Abia (Asociación Brasileña de las Industrias de Alimentación). Eran tiempos de intervención gubernamental en el sector, por medio de un monopolio en la compra de trigo por parte de la Sunab (Superintendencia Nacional de Abastecimiento) y el control de precios por parte del CIP (Consejo Interministerial de Precios). Varias fueron las distorsiones de este escenario. Con el subsidio al trigo y la harina, el gobierno absorbe el 90% del costo de las mercancías, posteriormente cobrado a la iniciativa privada. Con eso, un kilo de harina de yuca, por ejemplo, podría valer lo equivalente de diez kilos de harina de trigo. Con la Abima, la lucha que se libró aisladamente, ganó un portavoz. La asociación pasó a ser responsable de la presentación de las planillas para el gobierno con los costos de producción, separados por diferentes tipos de macarrón y unificados para las diferentes regiones. Resultó siendo referencia de gobierno en el suministro de los precios que se aplicarían en las tablas de Sunab.
La llegada de la década de los 90s trajo cambios, con la desregulación del trigo y la apertura del mercado a los productos importados. Es cuando, con la ayuda de Abima, el sector comenzó a desarrollar herramientas de competitividad. Los cambios iniciaron con la maquinaria usada. En las dos décadas siguientes la industria brasileña de pastas pasó por grandes cambios, que implicaron tecnologías de procesamiento, automatización y embalaje, igualándose a los frentes de producción más modernos en todo el mundo. Sin poder importar máquinas, el sector sufrió un desfase desde la década de los 70s. La actualización garantizó un salto de calidad que terminó reflejándose en el aumento en el consumo, aunque en per cápita, continúe por debajo.
Fue el primer paso hacia la creación, en 1996, del Sello de Garantía Abima (hoy ABIMAPI), programa de autorregulación a partir de la auditoría realizada por terceros a fábricas para verificar el control de calidad. En paralelo, la iniciativa proporciona capacitación y aplicación de normas tales como buenas prácticas de manufactura (GMP). La primera de las banderas defendidas por la entidad fue la exención de impuestos. Desde el 01 de diciembre de 2011, las empresas están exentas de Pis y Cofins, representando una reducción del 9,25% en impuestos. La segunda bandera fue el incremento en el consumo per cápita. En volumen total, Brasil es el tercer más grande mercado del mundo. El país consume mucha pasta, pero la frecuencia de esta demanda es todavía pequeña. Para cambiar esta condición, ABIMAPI comenzó la campaña para fomentar el consumo del producto de lunes a domingo, mostrando a la población los diferentes formatos de pastas. En Brasil existen alrededor de 60 diferentes formatos, mientras que, en Italia, donde el consumo es más grande, alcanzan las 600 variantes. La tercera bandera, que se ha aplicado hasta hoy, pretende mostrar que la pasta esté saludable, y su producción es sostenible. •
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