A oferta de águas, chás, refrescos em pó e sucos prontos para beber (SPB) avança a galope no Brasil sobre opções como refrigerantes. Um estudo recente da Mintel sobre o setor mostra que o mercado brasileiro de refrigerantes encolheu 4,6% em volume de vendas no ano passado, totalizando 11,5 bilhões de litros, e pode engolir queda entre 5% e 6% também neste ano. As bebidas carbonatadas, avalia a consultoria, estariam cedendo espaço para opções assimiladas como mais naturais. Em um levantamento levado a campo em fevereiro com 1.355 brasileiros, 31% escolheram mais bebidas não alcoólicas no lugar das alcoólicas nos últimos 12 meses. Desse total, 38% disseram estar interessados em bebidas com benefícios vindos de ingredientes naturais; 34% informaram que gostariam de ver mais opções de bebidas sem adoçantes artificiais; 34% gostariam de mais bebidas não alcoólicas com embalagens retornáveis; e 28% apreciariam ter mais opções de bebidas vegetais.
O estudo mostrou que as bebidas não alcoólicas mais consumidas nos últimos 12 meses foram, pela ordem, suco, leite, refrigerante, água natural, bebidas com leite saborizadas, água com gás, energéticos, chá gelado, água saborizada, bebidas esportivas e café gelado. A pesquisa revelou também que 30% dos brasileiros estão comprando mais bebidas com ingredientes naturais e 25% consumindo menos bebidas com ingredientes artificiais.
Segundo a Mintel, a indústria tem investido forte no desenvolvimento de embalagens. Do total de lançamentos feitos pelas fabricantes de bebidas no país em 2017, 41% foram de produtos com mudanças na embalagem. Outros 29% foram de linhas realmente novas e 20%, de variedades inéditas de bebidas. A conclusão da consultoria é de que a categoria de bebidas não alcoólicas ainda tem muito espaço para inovar, principalmente na ala de formulações.
Entre as maiores fabricantes de bebidas não alcoólicas em operação no país, a Coca-Cola Delvalle lidera o ranking das inovações. Do fim do ano passado até o início de 2018, a companhia lançou no Brasil a Del Valle 100% Origens, à base de ingredientes naturais, sem adição de açúcar, e em embalagens de vidro; uma Sprite com toque de menta; e a Crystal Sparkling, água gaseificada, aromatizada e sem açúcar ou adoçantes. Além disso, criou novas embalagens para produtos já existentes. Mas apesar desse empenho, conforme seu último balanço, a companhia apresentou em 2017 performance em linha com o mercado, com queda no volume de vendas de 6% no Brasil.
A concorrente Ambev, por sua vez, lançou uma linha de bebidas com leite vegetal à base de coco com a marca Do Bem no ano passado. A empresa informou que, apesar dos investimentos direcionados à categoria, em 2017, as vendas de não alcoólicos amargaram queda de 4,3%, um resultado um pouco melhor que a média do mercado.