Embalagens ajudam brand owners a reduzir o impacto ambiental

Assunta Napolitano Camilo

Diante das evidências do esgotamento do planeta, a estratégia de qualquer negócio – independente de porte ou segmento – é inverter a lógica da economia linear para economia circular. Inovações tecnológicas e ecodesign tem papel fundamental nesta questão, pois o desenvolvimento de novas embalagens devem contemplar reciclabilidade e reutilizalção. Já exibimos tecnologia e soluções para atingir estas metas.
A indústria do plástico, por exemplo,vem avançando nos processos de reciclagem e pode ser uma importante aliada da indústria de candies na reciclagem pós-consumo de suas embalagens.
A Indorama Ventures, líder global na produção de resinas PET, está investindo US$ 1.5 bilhão globalmente para expandir as instalações de reciclagem e a produção sustentável, incluindo o aumento de sua capacidade de reciclagem para 750 mil toneladas de garrafas PET PCR por ano até 2025. Além disso, a companhia desenvolveu o Single Pellet Solution que permite adicionar entre 10% e 30% de PCR no processo de fabricação da resina virgem, que oferece as mesmas propriedades. Ela já foi aprovada pela ANVISA e está disponível no Brasil.
Outro destaque é a atuação da Valgroup, maior fabricante de plásticos das Américas, que está investindo em novas tecnologias de reciclagem de embalagens plásticas. Em 2023, a companhia vai colocar em operação a primeira planta de reciclagem avançada de material plástico que vai para o aterro sanitário.
Como parte da estratégia de circularidade, a Evertis também está incorporando conteúdo reciclado na produção de filmes de barreira.Cada tonelada de PET virgem que é substituída por PET reciclado resulta em 40% menos transporte de processo, 75% menos demanda total de energia e 60% de redução nas emissões de gases de efeito estufa.Em 2021, o grupo incorporou 30 mil toneladas de PET reciclado, o que representa a economia média anual de energia de 78 mil residências.
A sustentabilidade das bisnagas plásticas, formato pouco explorado no segmento de alimentos no Brasil, pode fazer a diferença entre as marcas no mercado. A C-Pack tem investido em várias frentes de sustentabilidade, como o uso de PE verde, proveniente da cana-de-açúcar, resina PCR e monomateriais. A empresa começou a produzir bisnagas de PE verde em 2021, de forma tímida, com 1 milhão de unidades. Em 2021, ampliou o uso, produzindo 41 milhões de bisnagas de PE verde, o que representa 27% da produção nacional.
Em outra vertente, o papelão ondulado também utilizado para o transporte de produtos alimentícios como doces, já é naturalmente amigo do meio ambiente, pois toda a matéria-prima tem origem em florestas plantadas, sem falar que, no Brasil, 85% dessas embalagens são recicladas. Apenas em 2020, os 54 mil hectares de florestas plantadas e preservadas da WestRock removeram da atmosfera mais de 556 mil toneladas de CO₂. Do ponto de vista de produto, a cada 1 tonelada de papelão produzido, mesmo após considerar o carbono emitido em toda a cadeia, ainda há um saldo positivo de mais de 600 kg de CO₂ eq*.
Para fortalecer sua posição como a maior recicladora do segmento de papel cartão, a Papirus, por exemplo, aderiu à plataforma cleantech Polen, visando certificar e catalogar informações referentes à rastreabilidade e origem dos materiais reciclados recebidos das cooperativas e de outras fontes e transformá-los em créditos de reciclagem. Esses créditos são transferidos para os fabricantes de grandes marcas de consumo, que assim podem atestar seu compromisso com o meio ambiente e a destinação correta das embalagens, como determina a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).
As latas de aço, presentes também na categoria de doces, são 100% recicláveis, ou seja, quando você descarta na coleta seletiva ela pode voltar infinitas vezes ao processo produtivo. A Brasilata tem investido em programas de logística reversa de latas de aço para incentivar a reciclagem e em soluções com plástico reciclado ou reciclável.
E aqui cabe um lembrete: é fundamental que os profissionais que atuam com embalagens reciclem também seus conhecimentos em busca de novas ideias e soluções ecológicas. ■


Assunta Camilo
Engenheira mecânica pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP). Especialista em administração industrial pela FCAV/USP e em marketing pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e pela Business School.

Para gerar novas ideias e soluções ecológicas e, para fomentar e promover o ambiental ideal, nós promovemos anualmente nosso Workshop Embalagem e Sustentabilidade e o Fórum de Embalagem e Sustentabilidade.

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