Operando há 27 anos com duas megalojas em São Paulo, a Rica Festa se transformou no templo dos artigos para festa da elite paulistana. Originária de uma fábrica de bonecos e materiais decorativos de isopor, ela comporta hoje o maior sortimento de linhas para decoração de festas e ambientes temáticos disponível na praça, totalizando mais de 27.500 itens, crava Elis Rinaldi, diretora da rede varejista. Diferenciada no mix e apresentação em relação à concorrência no segmento de festa, a empresa chegou no início a operar com linhas de descartáveis e apetrechos licenciados encontrados na maioria dos atacados da categoria. Elis lembra que a inspiração do modelo adotado veio da rede americana Diamonds Women’s Paradise, que ela conheceu em viagem pelos EUA. “Marcou a transição de Rica Center, nome antigo da loja, para o formato atual”, conta a diretora. Antes, detalha ela, 80% do portfólio eram formados por artigos decorativos artesanais e apenas 20% eram linhas para festa. “Hoje, o mix exibe justamente o contrário”, assinala a executiva.
Para moldar seu acervo às exigências das comemorações atuais, a Rica Festa reparte a operação em três segmentos: baby, de 0 a 3 anos; infantil e teen/adulto, cabendo ao filão dedicado às crianças cerca de 70% das vendas, dimensiona Elis. Artigos para chá de bebê e as festas temáticas, que vêm puxando o consumo entre jovens e adultos, ficam com os restantes 30% do negócio, repassa ela. “Temos que ser muito criativos para satisfazer pedidos como festa neon, tema boteco, festa do bigode ou baladas com os mais diversos e inusitados cenários”, frisa Elis, reconhecendo que a cobertura dessa demanda, indisponível em outros estabelecimentos do ramo, torna a Rica Festa quase única no gênero. Antes, lembra, os motivos que dominavam as festas vinham mais dos EUA, mas hoje a onda inclui também celebrações que são tradicionais no Reino Unido. “Temos sido procurados, por exemplo, para fornecer ambientação para chá de panela e chá bar”, informa. No campo temático, além do Natal e Páscoa que puxam as vendas nos estabelecimentos especializados, sobressaem nas listas de pedidos da varejista datas menos convencionais como Halloween e Carnaval. “Também seguem com boa demanda o Dia dos Namorados, das Mães, das Crianças e dos Pais”, repassa a diretora.
Além de artigos sofisticados, a maioria importada, as lojas reúnem grande diversidade de itens que exigiria do consumidor compras em múltiplos pontos da cidade. “Ao invés de vasculhar a rua 25 de março e pinçar um ou outro artigo aqui e ali, nossos clientes encontram tudo já pronto e organizado”, sublinha a diretora. Complementam os artigos decorativos, linhas de confeitos de marcas reconhecidas no mercado que são parceiras da Rica Festa, a exemplo da Docile, Simas (Sam’s), Dori, Fini, Sucril e DTC, elenca a executiva.
Melhora na qualidade
Com cerca de 40 fornecedores nacionais e do exterior, aproximadamente a metade do sortimento é importada, sendo os EUA a principal fonte. Segundo Elis, essa participação já foi maior e vem sendo reduzida por conta de aprimoramentos na qualidade do produto manufaturado localmente. ”Nos últimos cinco anos, diminuímos as importações porque a gama de itens fabricados no Brasil avançou muito, apresentando melhoramentos em quesitos como impressão e acabamento”, grifa a varejista. Em paralelo, ela completa, o câmbio que já foi muito mais favorável no passado também contribuiu para o freio nas compras externas.
Em relação a tendências, Elis esclarece que elas variam de acordo com a moda dominante na temporada. Na atual, sobressaem motivos tropicais, com decorações à base de abacaxis e coqueiros; e também a ambientação onírica, com imagens de unicórnios e fadas. “Os Emojis têm atraído grande procura e, por conta dessa demanda, montamos pontas de gôndolas bem visíveis repletas de artigos com as carinhas usadas nos aplicativos de celular”, reporta a executiva. Entre as novidades na ala decorativa, ela insere ideias criativas com pirulitos psicodélicos exclusivos, além de sacolinhas com temática geek, vasos de emoticons e guardanapos catlovers e doglovers, para amantes de cães e gatos.
Se por um lado, a oferta de artigos de festa fabricados no país se iguala em qualidade ao produto importado, de outro, ainda engatinham as opções em doces e candies especialmente confeccionados para esse filão. “As guloseimas com aplicações em mesas de festa evoluíram muito e hoje já revalizam com marcas do exterior, mas ainda temos dificuldades para montar certos pedidos pela pouca flexibilidade nos fornecimentos”, enfatiza Elis, exemplificando com uma seleção monocromática, muitas vezes solicitada para eventos temáticos. “Conseguimos fazer toda decoração em uma única cor, com exceção dos doces por indisponibilidade da opção”, nota.
A exemplo da maior parcela do varejo em geral, que amargou queda no faturamento no ano passado, a Rica Festa contabilizou redução na faixa de 18% no tíquete médio de compras, avalia Elis. “Compensamos essa defasagem com o aumento no número de cliente nas lojas, que avançou para 100-150 pessoas por dia, mantendo o resultado de 2016 em linha com o exercício anterior”, afirma ela, arriscando crescimento em torno de 5% nas vendas em 2017. “Este ano começou bem melhor e a expectativa é voltar a crescer”, assinala. •