“O ano passado foi muito difícil para todo o setor produtivo, mas acreditamos que o ponto mais crítico da desaceleração econômica tenha ficado para trás.” A frase do presidente da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad), José do Egito Frota Lopes Filho, sintetiza a expectativa do trade mediante a divulgação dos primeiros dados da pesquisa anual do Ranking Abad/Nielsen. Ponto alto do Encontro Nacional da Cadeia do Abastecimento (Enacab), o estudo completo detalha a performance do atacado distribuidor nos primeiros meses do ano. Versão atualizada da tradicional feira da Abad, que inclui a 36ª convenção do setor, o Enacab está previsto para agosto próximo, em São Paulo, Segundo Lopes Filho, as razões para se comemorar partem do crescimento real de 5,14% em março na comparação com fevereiro, sinalizando aos agentes de distribuição a recuperação das perdas de 2015 até o fim do ano.
Em termos reais, repassa o dirigente, o faturamento do setor atacadista distribuidor em março foi positivo em 5,14% na comparação com fevereiro, enquanto em relação a março do ano passado teve redução de 1,74%. Assim, o acumulado do ano acusou queda de 0,38% real, número próximo da estabilidade. “Já em termos nominais o setor continua a apresentar números positivos”, assinala o presidente da Abad. Em março, completa ele, o acumulado do ano aumentou 9,72% em relação ao mesmo período do ano passado; na comparação com o mesmo mês de 2015, a alta foi de 7,48%; e no confronto com fevereiro, o resultado cresceu 5,59%.
Ainda influenciados pela base de comparação fraca em 2015, os dados estão alinhados com as expectativas da entidade, que vê 2016 como um ano de recuperação. “A estagnação que marcou os primeiros meses de 2016, em razão do cenário político, deve chegar ao fim com a definição do novo governo, o que é muito positivo para a economia e em especial para o nosso setor, que depende da disponibilidade da renda e da confiança do consumidor”, frisa Lopes Filho. Dentro dessa perspectiva, ele conclui, mantidos os mesmos patamares de inflação e com um governo capaz de ao menos encaminhar as reformas necessárias, será possível chegar ao fim do ano com recuperação das perdas sofridas em 2015, quando o setor apresentou queda de 6,8% no faturamento, em termos reais. “Em termos nominais, trabalhamos com a expectativa de ampliar o crescimento de 2015, que foi de 3,1%”, crava o executivo.