A Nestlé anunciou que tem projetos ambiciosos para este ano e os próximos para o Brasil, seu quarto maior mercado globalmente, após Estados Unidos, China e França. De acordo com Laurent Freixe, vice-presidente para as Américas da companhia suíça, além de investimentos em café premium, esses planos incluem foco crescente em produtos naturais, orgânicos, contra alergias e análogos. No ano passado, a Nestlé brasileira faturou R$ 13,75 bilhões, registrando queda de 1,89% em relação ao ano anterior. Sem abrir cifras, ela agora constata recuperação, em sincronismo com a saída da economia brasileira da recessão. Freixe nota vários fatores agindo sobre essa conjuntura, a exemplo de intenso trabalho com as marcas, inovação, investimentos e nova equipe na liderança com visão moderna, agressiva e mais criatividade.
Para ele, ainda persiste um resíduo de inflação, com o real desvalorizando fortemente em relação ao dólar americano. Uma parte dos custos de produção é ligada ao dólar. Mas o plano é limitar o impacto dessa variação sobre os preços ao consumidor. “Estamos conscientes do período econômico pelo qual o país passa”, alega o executivo. Ele relata que a Nestlé investiu cerca de R$ 1,5 bilhão no Brasil em 2018. A estimativa para este ano é de o montante alcançar R$ 1,6 bilhão, incluindo investimentos nas fábricas, distribuição, P&D e marketing. Uma parte vai para o segmento de café, terceiro mais importante para a companhia no Brasil, depois de leite e nutrição e, ele sublinha, também para a área de chocolates e confeitos.
Alimentos naturais e orgânicos estão igualmente no topo da agenda. Em junho, a companhia lançou no Brasil produtos da Terrafertil, com a marca Nature’s Heart. A empresa, com sede no Equador, foi adquirida pela Nestlé no ano passado.