Fortalecida pela parceria com a Pandurata, dona da Bauducco, para a distribuição dos snacks de batata Pringles, a americana Kellogg´s aguarda com ansiedade o fechamento do balanço de 2020. A expectativa do vice-presidente e também gerente-geral da companhia no Brasil, Alberto Raich, é de que o crescimento, impulsionado pelas vendas da batatinha, alcance o patamar de dois dígitos. Segundo ele, a empresa está preparada para manter o ritmo de avanço acima de 10% ao ano no próximo quinquênio, mesmo com o impacto da pandemia de covid-19. “Vejo oportunidades de crescimento ao trazer inovações para o mercado brasileiro. Não vou prometer uma fábrica nova, mas havendo possibilidade estamos dispostos a investir”, grifa o executivo.
Para Raich, o cenário de instabilidade deve continuar em 2021 por causa da pandemia e da suspensão do auxílio emergencial, que ajudou no crescimento do setor de alimentos e bebidas em 2020. “Mas o ritmo deve voltar ao normal quando acabar a pandemia. No nosso caso, esperamos crescimento com novas marcas e inovações”, sinaliza.
Nos últimos quatro anos, a Kellogg´s investiu cerca de US$ 100 milhões na expansão de sua capacidade no país. Além da compra da Parati, utilizou uma parte dos recursos na instalação de uma planta para produzir a linha Pringles, no complexo de São Lourenço do Oeste (SC). A aposta vingou e, em 2020, o desempenho da empresa foi impulsionado pelo snack de batata. “Com isso, dobramos a nossa participação de mercado ”, sublinha Raich. Segundo dados da Nielsen, as vendas dos snacks cresceram 106% em valor, no acumulado de janeiro a novembro/20. De acordo com a Euromonitor International, Pringles é a quarta colocada no segmento de snacks de batata, com 3,7% de participação. A Pepsico, dona de marcas como Stax, Lay’s e Ruffles, lidera a categoria, com 62,6%; seguida pela General Mills (dona da Yokitos), com 14,5%, e Pandurata (Fritex), com 6,5%.
Em biscoitos, categoria disputada no país desde 2016 com a aquisição da Parati, a Kellogg´s triplicou sua operação no Brasil em vendas. Raich informa que o número de funcionários passou de 500 para 4,5 mil no país. Com a utilização de sua marca tradicional de cereal matinal Sucrilhos, a empresa estreou nos segmentos de recheados e biscoitos doces secos. “Agora em 2021 vamos ingressar no filão de cookies, também com a marca Sucrilhos, e teremos mais lançamentos com outras marcas”, avisa Raich, completando que os investimentos em expansão no país credenciam a subsidiária como polo de exportação para o Mercosul.