Aposta na rede
Depois de estrear no comércio eletrônico para a venda direta de chocolate na Páscoa do ano passado, a Mondelez Brasil, dona da Lacta, encomendou à Metrixlab (grupo Macromill) uma pesquisa inédita para entender a movimentação do consumidor brasileiro nos canais de compra online. O levantamento revela que a motivação da compra no ambiente digital é mais racional, com predomínio da escolha por preço e variedade, e que mulheres são mais fãs da modalidade do que homens, sintetiza Maria Clara Batalha, head de e-commerce da Mondelez Brasil.
De acordo com o estudo, acrescenta ela, sete em cada 10 brasileiros compram regularmente pela internet. O mercado deve fechar 2018 com 15% de crescimento, com destaque para as compras realizadas por meio de dispositivos móveis. “O consumidor brasileiro está amadurecendo em relação à compra online e podemos contribuir para consolidar essa transformação”, frisa Maria Clara.
A companhia anuncia intenção de focar em canais de crescimento acelerado e a intensificação no e-commerce está inserido no leque de opções. Globalmente, a meta é elevar o faturamento para US$ 1 bilhão até 2020. Hoje, 40% do investimento em marketing da companhia já são feitos em canais digitais, graças a um trabalho consistente com as marcas nos últimos três anos. No Brasil, a previsão é de que o comércio eletrônico da empresa dobre de tamanho em 2019, em parceria com distribuidores e os maiores varejistas e supermercadistas online.
Tacadas digitais
“No Brasil, temos duas iniciativas digitais: a Loja Lacta e a Loja Mondelez, que impulsionam as vendas de pequenos varejistas, como bares, restaurantes e padarias, fortalecendo nossa cobertura nacional”, informa Maria Clara. A ideia, complementa ela, é reforçar a presença das marcas da companhia em todos os ambientes, fixando posição onde o consumidor está, seja no varejo tradicional ou ambiente online.
Segundo a executiva, com a Loja Lacta a empresa dobrou o número de acessos de 2017 para 2018. “Trata-se de uma iniciativa que nos ajuda a entender melhor o consumidor em um canal que oferta produtos exclusivos e personalizados, como o customizável Lacta Specials”, sublinha ela.
Projeto piloto com implementação no Brasil e que será expandido para todo o globo, a Loja Mondelez é voltada ao pequeno varejista para, além de facilitar o contato entre distribuidores e o varejo mais pulverizado, impulsionar as vendas locais. “A primeira etapa foi iniciada na região Sul do Brasil, com previsão de expansão nacional até o final do próximo ano”, situa Maria Clara. Com o canal B2B, a Mondelez impulsiona o desenvolvimento do comércio, aumentando sua participação com crescimento de receita, ressalta.
Avanço online
De acordo com outra pesquisa, assinada pela eMarketer, a previsão de crescimento do consumo online na América Latina é de 17,9% em 2018, alcançando US$ 53,2 bilhões. Segundo o levantamento, o Brasil é o maior mercado de comércio eletrônico da região, representando 47,7% das vendas regionais, seguido por Argentina (13,6%) e México (9,5%). Para o instituto, espera-se que o número de compradores digitais no Brasil aumente de 52,3 milhões para 60,4 milhões em 2022, com crescimento das vendas para o patamar de US$ 82,3 bilhões.
A pesquisa mostra também que os latino-americanos estão mais à vontade para realizar transações online: três em cada 10 consumidores da região (30,8%) realizarão pelo menos uma compra digital por meio de qualquer canal neste ano. Já os consumidores digitais brasileiros gastarão US$ 25,4 bilhões em 2018, representando quase metade (47,7%) das vendas de comércio eletrônico no varejo na América Latina. As vendas no varejo virtual representam hoje apenas 3,9% do total comercializado no mercado varejista do Brasil neste ano. No entanto, essa parcela deverá aumentar para 4,7% até 2022, prevê a eMarketer. ■
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