Alento sob a pandemia

Uma pesquisa nacional inédita levada a cabo pela consultoria KPMG sobre o impacto da covid-19 nos negócios capta que mais da metade dos empresários do setor de alimentos, bebidas e bens de consumo (66,6%) preveem que o faturamento para o ano que vem aumentará em até 10%. Essa expectativa é em parte confirmada por empresas do setor de confectionery, conforme reportagem especial da presente edição, que ouviu entre outras companhias pesos-pesados do ramo como Nestlé, PepsiCo e M.Dias Branco. No estudo da KPMG os entrevistados da ala de alimentos e bebidas representaram 9,8% do total de depoentes. Com relação à receita deste ano, 22,2% afirmaram que será muito próxima à de 2019 e outros 22,2% estimaram que haverá diminuição entre 25% e 50%.

Segundo análise dessa consultoria, fica claro o impacto nos negócios devido à pandemia. Porém, o cenário para o próximo ano é animador, com ressalvas. É preciso ter calma em todos os aspectos para que a estimativa se confirme, avalia a KPMG. O mais importante é ter uma atenção maior com o planejamento, pois o cenário pode sofrer alterações. O diagnóstico encaixa como luva na pauta que é matéria de capa de Doce Revista.

A pesquisa também mostrou o impacto da covid-19 nas receitas das organizações em abril e maio deste ano, numa comparação com iguais meses de 2019. De acordo com os empresários, 22,2% tiveram uma redução entre 10% e 30% em abril. Outros 22,2% informaram que sofreram diminuição de mais de 50%. Em maio, 44,4% sofreram queda entre 10% e 30%. Para 22,2%, a receita se manteve. Na avaliação da KPMG, os dados apresentados estão alinhados com o que se tem visto no mercado. Os fabricantes de produtos essenciais, como alimentos e bebidas, seguiram operando e dando continuidade aos seus negócios. Isto é, dentro do possível, uma vez que o fechamento de bares, restaurantes e o cancelamento de eventos sociais/culturais/esportivos/corporativos causaram uma queda considerável no consumo de bebidas, por exemplo, que não foi reposto pela demanda nos lares.

Entretanto, quando se cogita padrões de retomada, entende-se que estas empresas estão no chamado “retorno ao normal”, pois tendem a recuperar os níveis praticados antes da pandemia à medida em que as ações restritivas vão sendo abrandadas e os pontos de consumo, reabertos ou flexibilizados. O levantamento teve a participação de 91 empresários, sendo a maioria do Sudeste (65,9%), seguido pelo Sul (18,6%), Centro-Oeste (9,8%), Nordeste (4,4%) e Norte (1,1%). Com relação aos setores, 19% atuam no ramo de serviços financeiros; energia e recursos naturais (12%); alimentos, consumo e varejo (18%); serviços (9%); tecnologia, mídia e telecomunicações (9%); infraestrutura (8%); governo (4%); e ONGs (2%). ■

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