O jeito de comprar mudou

Estudo global da Kantar confirma inversão no consumo dentro e fora do lar dos brasileiros

A quinta edição do Winning Omnichannel, estudo anual da consultoria de inteligência de mercado Kantar, apontou o desempenho do mercado de bens de consumo massivo (FMCG, na sigla em inglês) em 2020 e o futuro do setor pós-covid-19. Segundo a pesquisa, o consumo de FMCG dentro do lar quadruplicou por conta do isolamento social, cravando alta de 10% globalmente em 2020.

A análise considerou o comportamento de consumo em 42 países e constatou que os eventos causados pela pandemia do novo coronavírus mudaram formas de compra de FMCG. Algumas das tendências vistas nos anos anteriores se aceleraram e outras se inverteram. No início de 2020, esperava-se uma continuação do crescimento de FMCG dentro do lar perto de 2,5%, e o que se viu foi um crescimento quatro vezes maior, totalizando US$ 220 bilhões. Os fatores foram diversos, do movimento de estocagem no primeiro trimestre até a mudança contínua do consumo fora de casa para dentro durante o resto do ano e a falta de interações sociais presenciais. Os impactos foram sentidos em quase todas as regiões, países, canais, setores e categorias, com taxas de crescimento dobrando ou triplicando.

Segundo a pesquisa da Kantar, os setores de bebidas, laticínios e alimentos –  que responderam por 74% do valor de FMCG em 2019 – cresceram 8,6%, 10,3% e 11,4%, respectivamente, beneficiando-se com o movimento do consumo de fora de casa para dentro do lar, durante a maior parte de 2020.

Apesar das vendas de FMCG dentro de casa (In-Home) terem atingido 10% em 2020, o quadro completo, combinando vendas fora de casa (Out-of-Home/OOH) e In-Home, mostra um declínio de 2% a 5% para alimentos e bebidas (excluindo bebidas alcoólicas). As maiores quedas em vendas OOH foram registradas na Espanha, com -37%; Grã Bretanha, com -32%; França, -26%; e Brasil, com declínio significativo de -25%.

Enquanto o canal OOH em todo o mundo apresentou uma queda de US$ 45 bilhões, o delivery se destacou. O uso de agregadores de terceiros (empresas como UberEats, Rappi e iFood) tem sido um dos principais motores do sucesso e o potencial é evidente. Mais de 80% dos consumidores usam agregadores de terceiros em toda a Ásia, enquanto os da França, México, Brasil e Portugal ainda preferem fazer pedidos por telefone.

Junto com esse crescimento extraordinário para entrega de refeições, foram os varejistas de comércio moderno (hipermercados, supermercados, lojas de conveniência, self-service) que tiveram o melhor desempenho em 2020.

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