Com o isolamento social da população, as refeições em casa ganharam destaque e impactaram alguns segmentos do comércio e categorias de alimentos. Se, de um lado, elas estimularam o consumo de pães e bolos industrializados, de outro, prejudicaram o desempenho das padarias – queda de 3,5% em 2020, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip). Já pães e bolos industrializados cravaram alta de 5% e 8%, respectivamente, em 2020 em relação às vendas do período anterior, repassa a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi). “O pão industrializado tem vida útil maior que o tipo francês, ajudando no aumento do consumo no momento em que as pessoas passaram a ir menos à padaria”, confirma Claudio Zanão, presidente da entidade. Segundo ele, também contribuiu para essa alta o fato de os consumidores terem optado por comer mais sanduíches em casa, estimulando as vendas de pão de forma.
Número um do segmento, a Bimbo Brasil registrou crescimento em torno de 10% no exercício passado em relação a 2019, sendo que, no segmemto de pães brancos, o índice alcançou 18,6%, repassa Alfonso Argudín Álvarez, diretor-geral da companhia, dona das marcas Pullman, PlusVita, Nutrella, Ana Maria, Rap 10, Crocantíssimo e Laura “Com a mudança de hábito do consumidor, algumas categorias foram potencializadas, como pão de hambúrguer, de forma e o tipo tortilhas”, informa o executivo.
Para ele, a expectativa para o ano era ainda maior, porém a pandemia afetou o desenvolvimento de alguns projetos. A introdução de um software que usa inteligência artificial para ajudar a equipe comercial nas vendas sofreu atraso de quatro a cinco meses e alguns lançamentos foram adiados por um ou dois meses, a exemplo dos bolos e o pão com a grife Artesano sabor pão na chapa, além de novidades na linha Nutrella. “Atualmente, as inovações como essas respondem por 12% a 14% das nossas vendas, mas a intenção é chegar a 20% em 2021”, almeja Álvarez.