Lupa ou triângulo?
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) abriu em setembro a consulta pública sobre rotulagem nutricional frontal de alimentos, inclusas as categorias de chocolates, candies, biscoitos e snacks. Consumidores e especialistas no tema podem enviar suas contribuições para o site da agência governamental até 6 de novembro.
O objetivo desta fase é colher dados e informações, bem como a opinião de consumidores, para auxiliar a entidade na decisão final sobre qual modelo de rotulagem nutricional será adotado. Essa participação é aberta a toda a população.
Para o Idec, o modelo mais adequado é o que apresenta os nutrientes em formato de triângulos, repassando noção de alerta de forma mais fácil para os consumidores. Já o modelo proposto pela Anvisa – e defendido pelas empresas associadas à Abia (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos) – é o de uma lupa, obrigatória nos rótulos dos alimentos embalados, cujas quantidades de açúcares adicionados, gorduras ou sódio sejam iguais ou superiores aos limites definidos.
Para o Idec, entretanto, falta a comprovação científica para a escolha do modelo de lupa. Por isso, a entidade aguarda que a agência divulgue a análise final de impacto regulatório dessa proposta. “Iremos questionar as evidências que levaram à decisão de escolha da lupa em vez dos triângulos, já que apresentamos inúmeras pesquisas de que esse é o modelo mais eficaz para informar o consumidor na hora da compra”, assinala Ana Paula Bortoletto, nutricionista do Idec.
Segundo a Anvisa, após o término da consulta, será feita uma análise das contribuições e poderão ser promovidos debates com órgãos, entidades e aqueles que tenham manifestado interesse no assunto, com o objetivo de fornecer mais subsídios para discussões técnicas e a deliberação final da diretoria colegiada.
O prazo total para as empresas se adequarem totalmente será de 42 meses. E a norma começará a valer após os 12 primeiros meses de sua publicação, com os critérios para rotulagem mais brandos nos primeiros 30 meses.
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