Mesmo com as temperaturas mantidas levemente acima da média desde o início do ano, o declínio na demanda de refrigerantes, sucos em pó, bebidas à base de soja, leites saborizados e iogurtes têm imposto dificuldades para uma recuperação no mercado brasileiro de bebidas não alcoólicas. “O segmento vem mantendo a tendência apresentada no ano passado, de busca por bebidas funcionais ou mais saudáveis e, com isso, categorias como água mineral, leites vegetais e kombuchá ganham espaço em relação a outras”, capta Giovanna Fischer, diretora de marketing e insights da Kantar Worldpanel.
Um pente-fino da consultoria acusou que o consumo dessa modalidade de bebidas encolheu 3,2% em volume no acumulado de 12 meses até março. No primeiro trimestre deste ano, a queda totalizou 3,1%. Em unidades vendidas, a retração foi de 2,7% nos três primeiros meses de 2019. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) reforçam a pesquisa da Kantar. Segundo o instituto, a produção da indústria registrou incremento de 0,3% no acumulado de janeiro a março e queda de 0,5% em 12 meses até março. Entre as categorias de bebidas, a água envasada é a que mais cresce, com aumento de 3% do consumo dentro do lar. Já os sucos prontos cresceram 1,4%. A categoria de refrescos em pó caiu 8,3% e refrigerantes tiveram retração de 1,5%. “Suco em pó e refrigerantes são as categorias mais importantes do setor, fazendo com que todo o segmento de não alcoólicos se retraia”, frisa Giovanna. Para a analista, as bebidas à base de soja tiveram queda em consumo dentro e fora de casa, pois vêm sendo substituídos por outras bebidas vegetais, como leites à base de coco e de amêndoa. Entre as novas tendências apuradas no estudo da Kantar, ela destaca a preparação de sucos em casa, com frutas frescas. “É muito forte a busca por bebidas mais saudáveis e funcionais e, entre as opções, sobressaem novidades como o kombucha, bebidas à base de plantas e água saborizada, tornando a cesta mais complexa”, grifa a analista.