Na abertura da 39ª Convenção Anual do Canal Indireto – Abad 2019, tradicional encontro do setor atacadista nacional, promovido em abril, em Atibaia (SP), a Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad) divulgou o Ranking Abad/Nielsen 2019 – ano base 2018. Realizado pela entidade em parceria com a consultoria Nielsen, o levantamento traz os principais números do setor atacadista e distribuidor brasileiro. Segundo o estudo anual, que chega à sua 25ª edição, o setor faturou R$ 261,8 bilhões em 2018, a preço de varejo, movimentando 53,6% do mercado mercearil brasileiro, que no ano passado atingiu R$ 488,7 bilhões. A participação de mercado manteve-se estável em relação ao ranking anterior e permanece superior a 50% pelo 15º ano consecutivo.
As 666 empresas que neste ano responderam ao questionário do ranking somam um faturamento de R$ 88 bilhões (R$ 110 bilhões a preço de varejo), compondo uma amostra que equivale a 42% do faturamento do setor. Essas empresas forneceram as informações que ajudaram a traçar o perfil do atacado distribuidor brasileiro em aspectos como gestão, intenção de investimentos e expectativas para 2019.
Emerson Destro, presidente da Abad, comenta que o crescimento do setor, em faturamento, foi de 0,8% nominal em relação a 2017. Já o dado deflacionado, isto é, considerando a inflação oficial de 2018 (IPCA de 3,75%), mostra uma retração de -2,95%. O executivo credita esse resultado a fatores que influenciaram todo o desempenho da economia em 2018, como a greve dos caminhoneiros, no primeiro semestre, e a turbulência política trazida pelas eleições de outubro. “O país tinha uma expectativa de crescimento bem maior, que acabou não se concretizando, levando a uma evolução de pouco mais de 1% no PIB”, nota. Sendo o desempenho do setor fortemente vinculado ao aumento do emprego e à disponibilidade de renda, seu crescimento deverá acompanhar o PIB e poderá apresentar resultados bem mais robustos neste ano.
Para Destro, depois de duas quedas consecutivas do PIB, em 2015 e 2016, os resultados modestos de 2017 e 2018 têm o aspecto positivo de mostrar que a economia parou de andar para trás e começa a reagir, ainda que timidamente. “Embora nossas expectativas de crescimento não tenham se realizado em 2018, acreditamos que 2019 traga um cenário mais favorável e impulsione uma retomada”, avalia ele.