Potência do Sul
Passando por cima das incertezas políticas provocadas pela aproximação das eleições, a Peccin anuncia investimento de R$ 30 milhões em seu complexo industrial de Erechim (RS). Visando afiar a competitividade das linhas de chocolates e candies, o projeto em curso desde a virada do semestre prevê a ampliação da área de armazenagem e expedição, bem como aprimoramentos em automação. “À medida que expandimos nossa presença, o investimento em tecnologia e estrutura se torna prioritário”, destaca Dirceu Pezzin, diretor-presidente da companhia. Além de modernizar a produção, acrescenta ele, a investida vai proporcionar a geração de mais empregos diretos e indiretos na região, uma vez que a empresa selecionou parceiros no próprio município para a realização das obras. O aporte irá contemplar ainda a construção de um Centro de Distribuição (CD), nova sede administrativa e a expansão das áreas de estoque de matérias-primas, embalagens e produtos acabados. A previsão é concluir a parte civil até dezembro, reporta o executivo.
O novo CD, informa Pezzin, vai incorporar um sistema de controle de temperatura para a estocagem de chocolates, foco de parte dos investimentos em melhorias na tecnologia e automação, a exemplo da troca de equipamentos de produção e renovação das linhas de embalagem. Como o mercado de balas e confeitos tem se mantido estável nos últimos anos, a companhia tem canalizado investimentos no segmento de chocolates. Apesar de contar com mais de 60 anos de atividade, a Peccin estreou há apenas sete anos na categoria, com a marca Trento. Em 2018, projeta Pezzin, as vendas de chocolate devem absorver 35- 40% da receita da companhia. No ano passado, o negócio abocanhou 30% do faturamento líquido, que alcançou R$ 176,6 milhões, 9,1% superior ao do exercício anterior.
Com os avanços na ponta da produção e mexidas no mix, o dirigente da Peccin estima, para o atual exercício, crescimento de 20% na receita líquida, atingindo o patamar de R$ 211 milhões, apesar de, no primeiro semestre, a performance ter ficado um pouco abaixo desse patamar. “Mas é que, tradicionalmente, as vendas no segundo semestre são mais fortes”, aposta ele. Monitoramento da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab) mostra que o avanço geral no giro de chocolates e candies no primeiro semestre foi de apenas 2-3%.
Pezzin confirma que a projeção de crescimento é baseada na expansão do negócio de chocolates no mercado interno. Na ala de balas e confeitos, a companhia registrou algum crescimento com as inovações na linha de balas mastigáveis com recheio Frutomila e na linha Blong Black, de chicles de bola recheados com casquinha crocante.
Portfólio certificado
Na ativa há 62 anos, a Peccin se posiciona entre as sete maiores indústrias nacionais de candies, à frente de um parque que incorporou recentemente moderna planta de chocolate e detém certificações que asseguram a origem do portfólio, como a BRC Food Certificated, BRF (Boas Práticas de Fabricação), CQA (Controle de Qualidade Ambiental) e CQP (Controle de Qualidade de Processos). Conforme levantamento da Euromonitor International, a Peccin ocupa a sétima colocação entre as maiores empresas de candies do país, com 3,6% de participação de mercado em valor. Liderado pela Arcor, com fatia de 12,6%, o ranking nacional conta ainda, pela ordem, com a Dori, Florestal, Mondelez, Perfetti Van Melle e Ferrero.
Com potencial de 4,5 mil toneladas mensais, a planta da Peccin ocupa uma área de 68 mil metros quadrados e, com a conclusão da expansão em curso, vai totalizar 23 mil metros quadrados de área construída. Cerca de 20% da produção são exportados para 70 destinos. Se o dólar se estabilizar no patamar atual, a companhia terá mais facilidade para ampliar as vendas externas em 2019, observa Pezzin, sem arriscar números. ■
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