Sócio-fundador e copresidente do conselho de administração da Natura, o empresário Guilherme Leal e mais três investidores inauguraram em março, no Shopping Iguatemi de São Paulo, a segunda loja de chocolates Dengo. Criada em junho do ano passado, com a abertura de uma loja-piloto no Morumbi Shopping, também na capital paulista, a marca nasceu com a pretensão de resgatar a época em que o Brasil foi o maior produtor mundial de cacau – hoje o país ocupa a quinta colocação. E segundo Leal, almeja gerar impacto social produzindo chocolate de qualidade excepcional, com matéria-prima 100% nacional.
Para viabilizar o projeto, o primeiro passo foi sair em busca da melhor amêndoa de cacau para a produção de chocolate. Como não havia uma entidade capacitada para essa validação, foi criado o Centro de Inovação do Cacau, na Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), entre Ilhéus e Itabuna (BA). Atualmente, a Dengo conta com uma rede de 120 produtores de cacau dessa região e todas as amêndoas são avaliadas no centro, que rejeita cerca de 40% da matéria-prima.
Os primeiros chocolates, com receitas da chocolatière Luciana Lobo, foram produzidos em Schwyz, cidade suíça onde ainda é preparada a base. Mas o maquinário necessário já foi comprado na Suíça e, em breve, todas as etapas serão feitas no Brasil. A Dengo nasce com espírito de startup e assim deve permanecer, diz Leal. Segundo ele, enquanto o quilo de cacau custa cerca de R$ 9, a Dengo paga 70% a mais pelas melhores amostras. Além de bombons, pepitas e barras com seis teores de cacau, há chocolate vendido a granel e feito com frutas brasileiras: cupuaçu, banana, jabuticaba. O preço do quilo dessas barras é de R$ 240, mas dá para sair da loja com uma compra de R$ 10.