O mercado internacional de açúcar apresentou forte queda de preços no período de fevereiro a abril. Em reais por tonelada (t), índice que remunera o produtor brasileiro, a oscilação variou de R$1.063,00/t a R$1.416,00/t, nesse período. Na referência internacional, de centavos de dólar por libra-peso (cents/lb), oscilou entre a mínima de 15,18 cents/lb e a máxima de 20,80 cents/lb. Vale destacar que o custo estimado do VHP FOB estivado no Centro-Sul para a safra 2017/18 é de R$ 1.261,00/t. Variedade de polarização muito alta (Very High Polarization/VHP), esse açúcar é utilizado como matéria-prima para a produção de açúcar refinado ou em outros processos de industrialização, a fim de transformá-lo em diferentes tipos de açúcar para o consumo.
Os fundamentos que sustentaram esse movimento baixista podem ser resumidos pelas incertezas relacionadas ao balanço global de oferta-demanda na safra atual 2016/17 (déficit) e na próxima 2017/18 (superávit); pelo anúncio da Índia de importação de apenas 500 mil t de açúcar, frustrando o mercado que esperava números superiores e pela redução das posições líquidas compradas pelos fundos. Essa diminuição, por sinal, contribuiu fortemente para o movimiento de baixa, pois, no período de fevereiro a abril, as posições líquidas compradas foram de 263 mil lotes para 69 mil lotes. Ou seja, houve uma pressão vendedora de 194 mil lotes no mercado de futuros da bolsa novaiorquina.
O gráfico ao lado mostra o comportamento dos preços do açúcar demerara na Bolsa de Nova York, tomando como base o 1º vencimento.
No caso do açúcar negociado no mercado doméstico – Estado de São Paulo –, os preços apresentaram movimento de baixa por todo o período, apresentando uma ligeira recuperação apenas na última semana de abril.
A necessidade de caixa no final de 2016 para cumprimento de obrigações com 13º salário e despesas de final de safra deram início à pressão de oferta, que teve continuidade ao longo da entressafra. No Centro-Sul, ela foi caracterizada por uma grande pressão do lado da oferta. À medida que o início da nova safra (2017/18) se aproximava, a necessidade de venda dos estoques remanescentes criaram um ambiente de baixa para os preços.
A partir de abril – início de safra no Centro-Sul, o produto de melhor qualidade (cor Icumsa < 180) vem apresentando menor disponibilidade, enquanto o de qualidade inferior vem sendo “desovado” pelo vendedor.
O gráfico acima exibe os preços médios semanais negociados em São Paulo apurados pelo Índice JOB Economia de preços. •
Há mais de 20 anos no mercado, a JOB Economia tem como objetivo principal, através de seus relatórios e trabalhos de consultoria, antecipar movimentos de mercado para um posicionamento correto nas estratégias empresariais de seus clientes, além de contribuir para que façam um bom “trading”.
Dentre seus principais produtos, sobressai o relatório “Monitoramento Semanal dos Mercados – Açúcar & Etanol”, elaborado desde 1995, que busca dar aos clientes informações claras, objetivas e isentas sobre os mercados de açúcar e etanol no Brasil e no exterior. O objetivo final é posicionar os clientes adequadamente em suas estratégias de compra e venda.
Solicite gratuitamente dois exemplares do relatório completo e veja como esse trabalho pode ajudá-lo na tomada de decisões.
Ronaldo Lima Santana é sócio-gerente
da JOB Economia e Planejamento