Para ficar ligado

Provedora global de inteligência em negócios e análises estratégicas de mercado, a Euromonitor International apresentou em março o relatório The Top 10 Consumer Trends For 2017, destacando as principais tendências que irão influenciar o cenário de consumo no presente exercício. “Como 2016 foi um ano marcado por incertezas, as pessoas reagiram fechando a carteira, o que levou a uma contração de 2,4% nos gastos globais com consumo”, avalia Daphne Kasriel-Alexander, editora de tendências da consultoria e autora do relatório.

Para ela, mais do que nunca, os consumidores se mostram exigentes com produtos, serviços e marcas e utilizam vorazmente ferramentas digitais para articular e satisfazer suas vontades. “Eles buscam autenticidade no que compram e valorizam elementos personalizados nos itens produzidos em larga escala”, observa a executiva. No relatório das dez tendências de consumo para 2017, Daphne assinala a mudança na narrativa com o fenômeno do “envelhecimento” humano, a primeira das Top 10. “Consumidores mais velhos estão redefinindo o que significa ser ‘velho’ em termos de estilo de vida”, frisa. Segundo ela, esses consumidores buscam produtos voltados à saúde e beleza e são receptivos aos avanços tecnológicos.
Outra tendência captada foi definida no relatório como “consumidores em treinamento”. Nessa corrente, as crianças ganham um papel mais ativo na decisão de compra, nota Daphne. “Elas se transformam muitas vezes em consultoras nas compras da família”, avalia.

Na tendência “extraordinários”, os consumidores de medidas acima da média ou fora de padrão em termos de, por exemplo, necessidades nutricionais e tamanho em figurinos vêm exigindo mudanças no mundo da moda, turismo e wearables (vestíveis). Na tendência “compras mais rápidas”, Daphne informa que as marcas respondem aos consumidores impacientes com novos modelos de negócios na entrega de produtos nos ramos da moda, restaurantes e abastecimento doméstico. Já na corrente detectada como “o fascínio da autenticidade”, as marcas exploram “no bom sentido” informações locais, alimentos naturais e férias do mundo real.

“Denominamos ‘identidade em movimento’ a tendência em que consumidores buscam sua identidade no mundo pós-gênero, pensando de maneira mais coletiva”, sublinha a consultora. As marcas, por sua vez, estão sendo obrigadas a repensar quem é realmente seu público-alvo, acrescenta ela. Na ‘personalização’, outra onda inclusa entre as Top 10, os exemplos de democratização da personalização são abundantes em todo mundo, desde viagens à mídia de informação até roupas e brinquedos. “Já na tendência ‘pós-compra’, a conveniência vai além da satisfação obrigatória das necessidades dos consumidores e começa realmente a prevê-las, incluindo a experiência pós-compra”, frisa Daphne.

“Privacidade e segurança” e “bem-estar como símbolo de status” fecham o relatório. A primeira, repassa a consultora, trata a volatilidade global que provoca ansiedade nos consumidores, envolvendo a segurança pessoal e de seus entes queridos. “E a simbologia do bem-estar capta que viver de modo saudável se tornou um status de vida. Os bens materiais deixam de ser o único indicador de riqueza”, conclui Daphne. Para baixar o relatório na íntegra, clique aqui.