Com mais de meio século na ativa no Brasil e à sombra de um parque local de centenas de linhas em funcionamento, a alemã Theegarten-Pactec, ás de ouro global no embalamento de chocolates e candies, abre este ano para o mercado internacional seus últimos feitos no âmbito da inteligência do processo. Trata-se de uma vanguarda apoiada no pilar das soluções sob medida de eficiência, razão pela qual o diretor geral Markus Rustler salienta nesta entrevista exclusiva o inescapável retorno conferido por quem investe em suas máquinas, mesmo em conjunturas de retração econômica. A lucratividade do processo tem sido o motor para a compra de novas linhas no mercado mundial e o Brasil, com uma das maiores indústrias de confectionery do planeta, não tem por que ser exceção.
DR – Qual segmento de confectionery considera mais atraente para suas máquinas de embalagens no Brasil?
Rustler – O campo mais sedutor para um fabricante de embaladoras é o que se caracteriza por mais produtos a serem acondicionados. Se olharmos para os números de produção e consumo, o reduto de chocolate é o mais importante no Brasil. Apesar disso, também fornecemos regularmente linhas para embalar caramelos macios e duros a clientes no país.
DR – Quais os mais recentes avanços introduzidos em suas máquinas para embalar esses confeitos?
Rustler – Uma das vantagens do nosso vasto portfólio é o fato de um desenvolvimento concebido para determinado segmento poder ser transposto para outro. Em outras palavras, nossas melhorias não se cingem a um tipo específico de produto a ser embalado; procuramos implantá-las em todos os modelos de máquinas. Um exemplo são nossas linhas de alta velocidade, dotadas de flexibilidade para troca de tamanhos de produtos ou estilos de embalagens. No passado, via-se uma contradição entre altas produções e a flexibilidade desses equipamentos.Os clientes tinham de decidir entre um modelo de ciclo rápido, em regra dirigido a um único tipo de aplicação (um produto em um tipo de embalagem) ou uma versão para trabalho em velocidades menores, mas mais flexível quanto às possibilidades de embalamento. A tecnologia da Theegarten-Pactec proporciona o acondicionamento de confeitos menores na faixa de até 1.200 unidades/minuto com a possibilidade de troca entre tamanhos diversos e seis tipos de envoltórios. Outra referência da versatilidade de nossa tecnologia é dada pelo leque de máquinas flowpack. Mais uma vez apresentamos um equipamento modular básico passível de agregar opcionais que atendem aos requisitos de corte e acondicionamento de chocolates ou confeitos duros.
DR – Quais as principais novidades agendadas para ganhar mercado este ano?
Rustler – Entre os lançamentos guardados para a Interpack 2017, em maio próximo sobressai a máquina CDW-D para acondicionar até 1.400 unidades/min de chocolates em embalagens com dobra (fold wrap) com ou sem banner. Em relação às nossas máquinas da série U, para formatação, corte e embalamento, introduziremos na mesma feira alemã o equipamento U1-D-CW em combinação com um embalador de cartucho (stick) F3. Trata-se de uma solução que economiza espaço no acondicionamento de produtos como gomas de mascar em faixas de até 2.000 unidades/min e depois efetua o sobre embalamento dos artigos em multipacks. A operação intermitente possibilita o trabalho com design compacto em alta performance de embalamento.
DR – A inteligência artificial já tem espaço nas linhas da Theegarten-Pactec?
Rustler – Sim e mostraremos esse processo ao vivo na Interpack 2017.Nesse meio tempo, trabalhamos para aperfeiçoar o monitoramento e facilitar a análise de dados de produção como a eficiência sistêmica e utilização da capacidade das mpáquinas. Os clientes podem obter uma leitura gráfica de um sensor importante e de indicadores como os de velocidade e umidade do ar ambiente, de modo a estabelecer uma correlação entre eles, viabilizando assim a realização de eventuais ajustes necessários,em prol de ganhos máximos de produtividade. Outros tópicos ligados à tecnologia inteligente incluem a auto regulação das máquinas. Por exemplo, o caso de produtos incorretamente alinhados para o processo de empacotamento ou para simplicar a troca automática de formatos a serem embalados. No mais, continuamos a desenvolver sistemas de autodiagnóstico nas linhas e guias de resolução de problemas via toque do operador no painel .
DR – Poderia estimar quantas de suas máquinas operam no Brasil e desde quando?
Rustler – Calculo que sejam em torno de 200 linhas de embalagem, além de sistemas de alimentação e distribuição.Vendemos para o Brasil há mais de 50 anos.
DR – Por que não tem representante sediado no Brasil?
Rustler – É comum numa empresa contar com agentes em diversos países. Nosso parceiro nos EUA cobre toda a América do Norte, assim como o representante na Rússia atende os países vizinhos. Com sede na Argentina, a DrescherAsociados SRL tem a responsabilidade de cobrir vários países sul americanos, entre eles o Brasil, onde mantém funcionários. Não importa onde esteja o cliente, garantimos a assistência às máquinas ao longo de todo seu ciclo de vida com técnicos para atender com rapidez, tentando reduzir ao mínimo eventuais paradas de processo.
DR – A recessão brasileira não dá alívio desde 2015. As vendas da indústria local de confectionery não estão na sua melhor forma, assim como os índices de ocupação da capacidade andam inadequados. Para completar o quadro, o câmbio desfavorece importações e muitos fabricantes de confectionery estão descapitalizados. Qual a sua expectativa de vender máquinas no país em 2017?
Rustler – Para começar, temos bom relacionamento com clientes e funcionários locais da rede do nosso representante Drescher. Tentamos sempre prover as mais eficazes soluções individualizadas de embalamento, preenchendo as necessidades específicas do usuário das máquinas. É a pré-condição para o investimento confirmar-se rentável e suscitar, mais adiante, a aquisição de novo equipamento, esteja a economia nacional em bom ou mau momento. A recessão brasileira, claro, afasta no momento a possibilidade de o interessado financiar o investimento inicial, mesmo que lucrativo a longo prazo. Nesse caso, estamos amparando os clientes com serviços de retrofit das linhas antigas, para melhorar seu desempenho. É a saída para o cliente atravessar essa conjuntura até a volta de um ambiente que lhe permita comprar novas máquinas.