Fonte de soluções em óleos e gorduras vegetais para aplicação em chocolates, coberturas e compounds, a AAK colocou em operação comercial sua unidade instalada em Jundiaí (SP). Resultado da primeira investida no país do AAKtion, programa corporativo e pilar estratégico do grupo sueco AarhusKarlshamn (AAK), a planta consumiu investimento em torno de R$ 200 milhões para substituir o suprimento trazido da filial de Montevidéu, no Uruguai. Com potencial para 120 mil toneladas (t) anuais, a unidade também otimiza o atendimento restrito aos escritórios de São Paulo e Campinas (SP), desde 2004, quando a empresa desembarcou no país, reporta Gerardo Garza, presidente da companhia para a América Latina. “Nosso objetivo é atingir 70% de expansão em mercados de crescimento médio a rápido, e a América do Sul é crucial para essa meta”, argumenta o executivo.
Além da produção de óleos vegetais alternativos à manteiga de cacau e gorduras não hidrogenadas, com baixo índice de trans e gordura saturada, a unidade inaugurada em junho passado acomoda o Customer Innovation Centre. Trata-se de um centro de pesquisa e desenvolvimento (P&D) disponibilizado a clientes, com planta-piloto para testes com chocolates, lácteos e panificação, sala de treinamento e cabines para ensaios e avaliação sensorial dos produtos, detalha Garza. “A ideia é a partir da inovação gerada pelo centro consolidar nossa posição na região como a primeira escolha no fornecimento de soluções em óleos vegetais que agregam valor aos clientes”, assinala o dirigente.
Do total investido na planta, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento no valor de R$ 35 milhões para a AAK suplementar o aporte destinado pela matriz para a implantação da fábrica de Jundiaí. Primeira unidade produtiva do grupo AAK no Brasil, ela ocupa 40 mil metros quadrados, sendo 22,5 mil metros quadrados de área construída. Já o centro de inovação é dividido em duas alas distintas: uma planta-piloto de óleos e gorduras, destinada à P&D e adaptações tecnológicas para o mercado brasileiro e latino-americano de produtos já produzidos pela empresa; e um setor de aplicação, onde serão testados os produtos desenvolvidos pela AAK do Brasil, detalha Garza.
O grupo AAK, complementa ele, é uma companhia de capital aberto e suas ações estão desde 2005 listadas na Bolsa de Estocolmo. Com sede localizada em Malmo, na Suécia, ele é considerado líder na produção de gorduras e óleos vegetais modificados de alto valor agregado, utilizados em alimentos e cosméticos, e seus produtos podem ser encontrados em cerca de cem países. Além do Brasil, conta com instalações na Dinamarca, Suécia, Holanda, Bélgica, Reino Unido, EUA, México, Uruguai, Colômbia e Turquia.
Para Garza, a América do Sul representa um enorme potencial para a companhia, sendo o Brasil o quarto maior fabricante de chocolate do mundo e o terceiro maior fabricante de biscoitos. “Ao lado dos negócios da empresa nos segmentos de chocolates e confectionery, percebemos forte demanda em panificação, produtos lácteos e nutrição infantil, áreas onde estamos apenas iniciando nossa participação”, comenta o presidente da AAK, acrescentando que, embora o objetivo da nova fábrica seja o mercado interno, o país poderá ser no futuro uma base para exportação. Ele explica que os objetivos serão alcançados através da experiência no uso de óleos e gorduras aplicados a alimentos, além de uma ampla variedade de matérias-primas e recursos de processamento. “Através de nossa exclusiva abordagem de co-development, aliamos as habilidades e know-how de nossos clientes à nossa capacidade e, com isso, resolvemos problemas específicos em diversos setores”, assinala. •