Processadora de cacau número um do Brasil, a Cargill divulgou em maio a segunda edição do relatório global de seu programa Cargill Cocoa Promise, destacando os avanços alcançados em diversos países das atividades voltadas para o desenvolvimento da produção de cacau, apoio às comunidades produtoras e capacitação de fazendeiros. No Brasil, o programa foi implementado por meio de parcerias, hoje já consolidadas, que visam, principalmente, a produção sustentável dessa cultura, resume Rodrigo Melo, gerente de originação de cacau e chocolate da companhia.
Ele frisa que a Cargill é pioneira no país no desenvolvimento da certificação UTZ com o cacau, implementando o rigoroso código de conduta referente às melhores práticas agrícolas e atendimento às legislações ambientais e trabalhistas. A UTZ é um programa de certificação mundial que estabelece normas para garantir a produção agrícola e o fornecimento responsáveis de café, cacau e chá. Segundo o relatório, repassa Melo, o número de fazendas certificadas teve um crescimento de 34 em 2014 para 80 em 2015 (135%), com uma cobertura de aproximadamente 10 mil hectares, distribuídos pelos estados da Bahia e Espírito Santo. “Nossa expectativa é chegar a 200 fazendas certificadas até 2019”, indica o executivo.
A empresa também reporta no documento que 75 produtores no sul da Bahia têm sido beneficiados com treinamento e capacitação. Os fazendeiros aprimoram seus conhecimentos sobre tecnologia e suporte técnico de auxílio à melhor produtividade, enquanto a comunidade é beneficiada com projetos que melhoram seu meio ambiente, saúde e nutrição, detalha Melo. Para essa ação, acrescenta ele, a Cargill mantém parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), desde 2014.
Ação no Pará
Presente também nas áreas de produção de cacau no Pará, um dos projetos destacados no relatório da Cargill é o Cacau Mais Sustentável, criado a partir de uma parceria com a The Nature Conservancy (TNC) e o Ministério da Agricultura por meio da Ceplac (Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira) e da Cooperativa Alternativa de Pequenos Produtores Rurais e Urbanos de São Félix do Xingu (Cappru). Seu principal objetivo, explica o gerente da Cargill, é a regularização ambiental de imóveis rurais por meio do Cadastro Ambiental Rural (Car) e a geração de renda na microrregião de São Félix do Xingu. “Essa ação tem como uma das premissas recuperar a área de desmatamento da Amazônia”, assinala Melo. Hoje em dia, contabiliza ele, são 83 produtores que incorporaram práticas sustentáveis e representam uma área aproximada de 400 hectares de cacau plantado, com estimativa de produção em cinco anos de aproximadamente 400 toneladas.
Outra iniciativa inclusa no relatório é o Projeto Tuerê, na cidade de Novo Repartimento, no mesmo estado. Nele, a Cargill atua em parceria com a ONG Solidariedad, Ceplac e Secretaria Municipal de Agricultura. “Nesse caso, o objetivo inicial era trabalhar dentro do maior assentamento rural da América Latina com cerca de 3 mil famílias, selecionando inicialmente 17 produtores que participaram da aplicação da ferramenta Horizonte Rural, que diagnostica os principais gargalos da produção e apresenta alternativas”, relata Melo. Esse projeto, completa ele, mostrou a necessidade de assistência técnica, regularização ambiental e melhor acesso ao mercado. Até o final de 2016, cerca de 50 produtores serão beneficiados com a continuidade dessa iniciativa, estima o executivo.
O relatório, enfatiza ele, apresenta à sociedade e ao mercado os pilares de atuação da companhia e sua liderança em práticas sustentáveis. “A atuação responsável aliada às iniciativas públicas contribui para o avanço da produção nacional a fim de torná-la ainda mais competitiva no mercado nacional e internacional”, conclui. •