Com foco em embalagens, a Mintel anunciou as seis principais tendências que impactarão os mercados globais durante o ano e suas implicações para consumidores e marcas. “Há um caminho paralelo entre as marcas que se esforçam para envolver os consumidores em um nível mais pessoal e as expectativas deles para que as embalagens forneçam essa experiência”, observa David Luttenberger, diretor global do departamento de embalagens da consultoria. Na entrevista a seguir, ele destrincha as seis correntes captadas pela Mintel.
DR – Como a evolução digital se encaixa entre essas tendências?
Luttenberger – A impressão digital chama a atenção das marcas por meio da criação de oportunidades para envolver os consumidores em um nível local, pessoal e até mesmo emocional. Em 2016, vamos experimentar um momento decisivo para a impressão digital em embalagens, à medida que as marcas investem mais em edições personalizadas e limitadas, ganhando, assim, vantagem econômica no mercado de decoração de embalagem tradicional.
DR – Do que se trata o modelo “mostre-me os produtos”?
Luttenberger – Com o crescente número de posicionamentos nas embalagens competindo pela atenção dos compradores, os consumidores estão exigindo mais informações sobre o que eles, realmente, estão comprando. Ao mesmo tempo, buscam menos confusão nas embalagens, que confundem suas decisões de compra. Essa característica é, talvez, mais aparente na área de alimentos, onde a informação clara e concisa sobre os ingredientes, os atributos funcionais e de segurança do produto, devem ser comunicados com transparência total.
DR – Por que a referência flexíveis fenomenais?
Luttenberger – Embalagens flexíveis não são mais consideradas de menos qualidade. Quase um terço (32%) dos consumidores associam embalagens flexíveis à modernidade e as marcas estão investindo em oportunidades de marketing nessa área. As marcas de fato inovadoras olharão para a próxima geração de híbridos rígidos/flexíveis que oferecem benefícios funcionais e ambientais, juntamente com grande presença de prateleira.
DR – O que ocorre com as embalagens verdes?
Luttenberger – Tem que ser mais do que apenas embalagem verde. Apesar dos melhores esforços das marcas, a reciclagem de materiais é bem abaixo do seu potencial. Além disso, 63% dos consumidores dos Estados Unidos afirmam que as embalagens reutilizáveis são um motivo chave de compras. E quando o preço e a qualidade do produto são percebidos como iguais, os consumidores irão, cada vez mais, se voltar para essas alternativas ecológicas como fator decisivo de compra. Portanto, as marcas não se podem dar ao luxo de ignorar esse fato ao desenvolver suas estratégias de posicionamento e marketing.
DR – O tamanho ainda importa?
Luttenberger – Famílias americanas buscam valor em recipientes maiores para o leite. Consumidores britânicos, por sua vez, pedem mais opções de tamanho para bebidas alcoólicas. As marcas devem oferecer uma maior gama de tamanhos de embalagens já que, de acordo com 50% de consumidores de snacks preocupados com a saúde, eles estariam dispostos a experimentar um novo produto se ele viesse em um tamanho pequeno como teste, voltado para ocasiões on the go. Em 2016, as marcas devem fornecer embalagens que os consumidores veem como do tamanho certo para si e para ocasiões de fácil transporte, a fim de superar a crescente baixa fidelidade à marca.
DR – O que é uma embalagem mobil-ution?
Luttenberger – Há uma revolução acontecendo nas embalagens “conectadas por celulares”. Ao contrário da geração anterior, que incluiu códigos QR e texto desajeitado, desta vez, proprietários de marcas estão investindo na comunicação de campo próximo (NFC _ Near Field Communication) e bluetooth de baixa energia (BLE) como tecnologias primárias. Futuramente, como marcas procuram por formas inovadoras de se envolver com os clientes, o ambiente móvel vai se tornar a nova linha de frente na batalha para ganhar os corações, as mentes e carteiras dos consumidores. •