Kerr é da Ingredion
Fonte global de soluções em ingredientes para diversas indústrias, a Ingredion Incorporated anunciou um acordo para adquirir por US$ 100 milhões a Kerr Concentrates, Inc. Localizada em Salem, no estado americano do Oregon, a Kerr possui duas plantas produtoras de concentrados, purês e essências naturais de frutas e vegetais. “Ela é uma empresa rentável, com um portfólio interessante de ingredientes de valor agregado, que vem ampliar nossa linha atual de soluções naturais e clean label”, sintetiza Ilene Gordon, CEO da Ingredion.
Os ingredientes da Kerr realçam a qualidade e a riqueza de frutas e vegetais crus, além de proporcionar múltiplas funcionalidades. Esses ingredientes podem ser utilizados para melhorar a nutrição, textura, sabor e aparência de uma série de alimentos e bebidas em uma variedade de segmentos, desde sucos, smoothies, produtos lácteos e panificação até sopas e molhos. Um único ingrediente da Kerr pode adicionar cor, sabor e textura em alimentos ou bebidas, tornando possível simplificar a lista de ingredientes de uma formulação. “Abrimos assim uma oportunidade para ampliar o portfólio da Kerr, com as nossas tecnologias avançadas e capacidade de desenvolvimento, expandindo nossa presença global e base de clientes”, completa Illene Gordon.
A tendência de ingredientes simples, observa ela, cresce rapidamente e a aquisição da Kerr é mais um passo para expansão do portfólio clean label da Ingredion. Em paralelo, a aquisição amplia o portfólio da Ingredion para além das soluções à base de milho, tapioca e batata. “Vamos continuar a procurar oportunidades de aquisição nessa área”, anuncia a executiva.
Suco para inglês ver
Por cerca de R$ 580 milhões (120,8 milhões de libras), a fabricante britânica de refrigerantes Britvic fechou em agosto a compra da Ebba (Empresa Brasileira de Bebidas e Alimentos), dona das marcas de sucos Maguary e Da Fruta. Segundo a consultoria Euromonitor International, a Britvic lidera o mercado de sucos concentrados na Europa, com 36,4% de participação, e é a quarta no segmento de sucos prontos, com fatia de 4,4% do mercado. Além de operar as marcas Robinsons, Tango, J2O, Fruit Shoot, Teisseire e MiWadi, ela produz e distribui, sob acordo com o grupo PepsiCo, os refrigerantes Pepsi-Cola, 7 Up e Mountain Dew Energy.
Do ponto de vista da Britvic, a aquisição viabiliza o ingresso da companhia no mercado brasileiro de sucos, onde ela planeja introduzir algumas de suas marcas. No último quinquênio, esse setor cravou crescimento de 9,9% ao ano, movimentando R$ 6,6 bilhões em 2014. Na ala de refrigerantes, o Brasil ocupa a sexta posição mundial, tendo registrado faturamento de R$ 84,3 bilhões no ano passado, com crescimento médio de 13,6% em receita ao ano entre 2009 e 2014.
Dados da Euromonitor mostram que a Ebba liderou as vendas de sucos concentrados no país em 2014, com 26,4% de participação. No segmento de sucos prontos (SPB), foi a terceira colocada, com 8,8%, atrás da Coca-Cola Del Valle e da Wow! Nutrition, dona da marca Sufresh. A Britvic anunciou em comunicaddo que sua meta é dobrar os resultados da Ebba até 2020.
João Caetano de Mello Neto, presidente da Ebba, mantém-se no comando da empresa. Com a aquisição, a família Tavares de Melo, fundadora da Ebba, deixa o negócio. “A Britvic tem um modelo de gestão muito similar ao da Ebba e é uma companhia que gosta de preservar a cultura das companhias que adquire”, comentou o executivo.
O pão deles
O setor de pães industrializados agitou o mercado de fusões e aquisições, com a compra em agosto da Seven Boys pela concorrente Wickbold, ambas empresas familiares. As negociações entre as duas companhias duraram cerca de nove meses e o valor do negócio não foi divulgado. Com receita em torno de R$ 650 milhões e três fábricas em São Paulo, uma no Rio de Janeiro e outra em Santa Catarina, a Wickbold buscava alternativas para crescer e fazer frente à mexicana Bimbo, dona da marca Pullman e líder absoluta da categoria na América Latina.
Terceira no ranking local, atrás da Bimbo e da Panco, a Wickbold vislumbrou com a aquisição a oportunidade de brigar pela liderança com a empresa mexicana. Ela permitirá a expansão da Wickbold para outras regiões do país, tornando-a vice-líder na produção nacional. Com receita em torno de R$ 200 milhões, a Seven Boys tem como carro-chefe as bisnaguinhas batizadas com o mesmo nome e foi fundada por imigrantes japoneses há cerca de 50 anos. Ocupava a quarta posição do setor, com fábricas em Porto Alegre (RS) e Belo Horizonte (MG), além de nove distribuidoras que garantiam a forte presença da marca também no Centro-Oeste do país.
Segundo vozes do mercado, a Seven Boys estava em uma situação financeira delicada e a saída encontrada foi a venda do negócio. O mercado de panificação industrial é considerado extremamente pulverizado e a Wickbold demoraria muito para alcançar a vice-liderança, se optasse pelo crescimento orgânico. Agora passa automaticamente a disputar mercado com a Bimbo que, além da Pullman, detém as marcas Ana Maria, PlusVita, Bisnaguito, Rap 10 e Nutrella.
Criatividade no ar
Entre as grifes top do setor global de aromas e fragrâncias, a Mane acaba de cortar a fita inaugural do seu Centro Criativo, em São Paulo, concretizando importante etapa para otimizar seu atendimento e serviços no país. Com área construída de 1.430 metros quadrados, a unidade oferece estrutura completa de pesquisa, desenvolvimento, aplicação e análise sensorial. “O espaço conta com cinco laboratórios dedicados às categorias de panificação, guloseimas e chocolates, salgados, lácteos e bebidas, além de cinco cabines sensoriais e sala de focus group, possibilitando estudos com consumidores”, repassa Jean Mane, CEO do grupo Mane. Ele prestigiou a cerimônia de inauguração, ao lado da diretora geral adjunta Samantha Mane, do presidente da companhia para as Américas Michel Mane; e de Edson Cortes Ferrer, diretor geral da Mane do Brasil. Entre outros diferenciais, informa o executivo, o centro disponibiliza o espaço Gallery, dedicado a apresentações dinâmicas e interativas. “Tais recursos servem de apoio na assertividade com os clientes, agregando valor aos projetos”, assinala Jean Mane.
Empresa centenária (144 anos) de origem francesa, a Mane conta atualmente com 25 plantas de fabricação e 42 centros de pesquisa e desenvolvimento (P&D) em 32 países, fornecendo soluções na ala de aromas e fragrâncias às indústrias dos segmentos alimentícios e de cosméticos. Entre as pioneiras do setor no país, abriu as portas em 1953. Globalmente, ocupa a 7ª posição entre as líderes do mercado, ficando entre as cinco maiores da Europa e entre as 10 maiores do Brasil.