< PreviousDoce Revista Setembro/Outubro 201830www.docerevista.com.brTendênciasVISUAL RENOVADOModelo de rotulagem deve ser definido até dezembro para vigência em 2019Apesar dos avanços alcançados sobretudo nos últimos anos, o se-tor de alimentos ainda não possui um sistema padronizado para a rotula-gem dos produtos industrializados. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) avalia atualmente duas pro-postas. Desenvolvida por um grupo que reúne o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), a Universidade Fede-ral do Paraná e outras 19 entidades, a primeira delas propõe a adoção, na par-te frontal da embalagem, de triângulos pretos, advertindo o consumidor sobre o excesso de ingredientes que podem fazer mal à saúde, como açúcar, sódio e gorduras. Esse modelo foi recomen-dado pela Anvisa para adoção no país, em relatório preliminar sobre o assunto divulgado em maio passado. No docu-mento, a agência pondera que o triân-gulo é adotado de forma crescente no mercado internacional e ajudou a redu-zir o consumo de produtos com níveis altos de açúcar, sódio ou gorduras.Sob coordenação da Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (Abia), a indústria nacional, por outro lado, propõe a inclusão, na parte fron-tal das embalagens, de um “semáforo” destacando informações sobre o vo-lume de açúcar, gorduras saturadas e sódio. A quantidade pode ser classifica-da como "alta" (em vermelho), "média" (amarelo) ou "baixa" (verde). A maior crítica que se faz a esse modelo defen-dido pela indústria é que ele não trou-xe impactos relevantes no consumo de alimentos com altos níveis de açúcares, gorduras e sódio, nos países onde foi implantado. Em seu relatório, a Anvisa orienta as indústrias a mudarem esse modelo, aumentando o tamanho das letras e números e incluindo a classifi-cação alta, média ou baixa.Para o Idec, a rotulagem por semá-foro se confunde com as cores das em-balagens e não gera entendimento para o consumidor sobre o risco de ingerir o alimento. No Canadá, onde foi ado-tado o modelo de advertência, como o sugerido pela entidade, a economia de gastos com saúde mais do que com-pensou eventuais perdas da indústria de alimentos, sustenta o instituto. A Anvisa discute com representan-tes do setor privado as novas regras para a rotulagem de alimentos indus-trializados desde 2014. A intenção do órgão é incluir nas embalagens infor-mações sobre a presença de altos teo-res de açúcares, sódio e gorduras satu-radas para estimular a adoção de dietas mais saudáveis. A discussão já passou por várias fases. Entre junho e julho, a agência realizou uma tomada pública de subsídios para discutir o tema. Ela rece-beu pouco mais de 3 mil sugestões de consumidores e especialistas. O órgão informou que o próximo passo será a consolidação desses dados para a for-mulação do texto final sobre a rotula-gem. E, se for necessário, o texto será reformulado e poderá passar por uma audiência pública, informa a Anvisa. Em seguida, o documento será encaminha-do para deliberação da diretoria cole-giada da Anvisa. Segundo o órgão, não há prazo definido para esse processo. Mas as entidades que debatem sobre o tema estimam que as nova regras de rotulagem de alimentos serão definidas até o fim deste ano, para que o novo modelo entre em vigor a partir de 2019.Ambas as propostas para a rotula-gem de alimentos em análise já desper-tam polêmica. Segundo um estudo en-comendado por 22 entidades da área de alimentos e bebidas, encabeçada pela Abia, a implementação dos modelos co-gitados no âmbito da agência pode gerar um impacto negativo na economia de R$ 30 a R$ 98,8 bilhões por ano. •ROTULAGEM EM DISCUSSÃO SEMÁFORO OU TRIÂNGULO?BAIXOAÇÚCARES1%ALTOGORDURAS SATURADAS18%MÉDIOSÓDIO6%ALTOEM SÓDIOALTOEM AÇÚCARCONTÉMADOÇANTEModelo da Indústria de AlimentosPor porção de 25g (1 1/2 xícara)VALORES DIÁRIOS DE REFERÊNCIA COM BASE EM UMA DIETA DE 2 MIL K/CALModelo do Idec Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor*FONTES: ABIA E IDEC. * GRUPO REÚNE DIVERSAS ENTIDADES.Next >