< PreviousCADERNO FORNECEDORESDoce Revista Setembro/Outubro 201820www.docerevista.com.brwww.docerevista.com.br20alimentícia nas principais tendências globais de alimentação, relacionadas a ter uma vida mais saudável. Essa necessidade impulsiona a inovação, porque influencia na escolha dos con-sumidores. A Tate & Lyle hoje conse-gue melhorar a qualidade dos carboi-dratos ao reduzir calorias e açúcares, e aumentar as fibras em alimentos e bebidas; consegue fornecer soluções para alimentos de acordo com die-tas vegetarianas ou flexitarianas; e oferecer consultoria para o desenvol-vimento de rótulos conscientes, ou seja, com menos ingredientes, mas que mantenham uma oferta de saúde e bem-estar. DR – Um dos focos do evento foi promover algumas marcas de especialidades do portfólio. Quais as de maior relevância?Nardinelli – A relevância é estabe-lecida pelas necessidades do cliente. Ingredientes de origem vegetal, mais saudáveis e fáceis de identificar são prioridade de um número cada vez maior de pessoas. Isso se reflete em nossa linha. Na categoria de adoçan-tes, entre os destaques está o Tasteva, cuja matéria-prima é a planta chama-da estévia. Trata-se de um adoçante sem calorias produzido a partir de extratos das folhas desse vegetal, por meio de um processo patenteado pela Tate & Lyle. Para atender as neces-sidades dos clientes que procuram texturizantes, lançamos o Claria Ins-tant no ano passado. Trata-se de uma opção da linha de amidos funcionais Claria Functional Clean-Label Star-ches, que existe desde 2014. A dife-rença é que este amido é uma opção que não exige processamento em alta temperatura e pode ser inserido den-tro de um rótulo com conceito cons-ciente, o chamado clean label, pois pode ser descrito simplesmente como amido de milho.DR – Quais os outros destaques? Nardinelli – Nosso portfólio para saúde e bem-estar também levou aos participantes do Healthink o Promi-tor Soluble Corn Fibre, fibra solúvel de milho com alta tolerância diges-tiva; e o Sta-Lite Polidextrose, ideal para redução de calorias, entre ou-tras opções que estão em linha com as tendências atuais. Vale lembrar que a Tate & Lyle já trabalha com estévia como ingrediente há alguns anos. DR – Em adoçantes, a principal novidade é a linha à base de estévia? Nardinelli – Não é uma novida-de para nós. Lançamos Tasteva Stevia Sweetener em 2012, mas ampliamos as soluções de nosso portfólio progres-sivamente. Falando especificamente de nossas soluções para dulçor, vale mencionar que temos uma parceria com a Sweet Green Fields (SGF) desde abril de 2017. Essa é uma das maiores fabricantes de produtos à base de es-tévia em todo o mundo. Juntas, com-binamos as décadas de expertise que possuímos vendendo e distribuindo ingredientes com o portfólio da SGF. Agora, vamos além e desenvolvemos em conjunto soluções de estévia que oferecem aos fabricantes candies e gu-loseimas doces e aos consumidores o que eles precisam: adoçantes naturais e que garantam um sabor também na-tural, com qualidade. DR – A empresa lançou no Healthink a marca Claria. Em que ela se diferencia e qual a expectativa para seu emprego no país?Nardinelli – Na verdade, no even-to apresentamos a marca Claria Ins-tant, que faz parte da linha Claria Functional Clean-Label Starches. Trata-se de uma solução que auxilia os fabricantes a atenderem a cres-cente demanda dos consumidores por rótulos mais conscientes. Nos-sa expectativa é bastante positiva já que, segundo indicadores da Tate & Lyle, a maioria dos consumidores brasileiros leem os rótulos em busca de ingredientes com frequência. Isso se reflete em 88% dos respondentes de nossa pesquisa no país. Sabemos como as tendências de consumo in-fluenciam as decisões dos clientes e de seus consumidores. O Claria Ins-tant auxilia os formuladores a criar alimentos que são saborosos e, ao mesmo tempo, pode integrar uma lista de ingredientes pequena e com-preensível. Fica mais fácil criar rótu-los que valorizam ingredientes sem transgênicos e que podem se comu-nicar com a mensagem “livres de”. DR – Também foi enfatizado no evento o esforço da companhia na ala de edulcorantes naturais à base de estévia. Como analisa esse mercado no Brasil?Nardinelli – Sabemos que mais da metade (61%) dos consumidores pesquisados no Brasil reduziram seu NARDINELLI EVENTO MOSTRA COMO A EMPRESA PODE AJUDAR NA ADOÇÃO DE TENDÊNCIAS.ENTREVISTA / OSWALDO NARDINELLICADERNO FORNECEDORESconsumo de bebidas adoçadas. Eles procuram alternativas mais saudá-veis. Isso se reflete também na hora de comprar bolos, sorvetes, iogurtes e molhos. Na verdade, o benefício mais importante para um consumi-dor ao escolher um adoçante é que ele tenha um bom equilíbrio entre sabor e saúde. Globalmente, a esté-via é o segundo colocado neste que-sito, perdendo apenas para o mel de abelha. Para o mercado de produtos à base de estévia isso é extremamen-te positivo. Esse consumidor dará preferência a alternativas vegetais. Observamos também o uso cada vez maior de ingredientes de fibra em substituição ao açúcar, porque em produtos com açúcar reduzido, a fi-bra consegue dar o corpo e o volume necessários.DR – Como a Tate & Lyle se posiciona na cena global e local de adoçantes, fibras/texturizantes e estabilizantes? Nardinelli – Temos diversificado cada vez mais nossas atividades e am-pliado operações em todo o mundo. As operações acontecem aproximada-mente em 60 localidades e 27 países, atendendo clientes em mais de 120 países. Como não há uma abordagem única em formulações, a Tate & Lyle personaliza as soluções de acordo com o cliente. Globalmente, mante-mos uma rede de especialistas locais que ajudam os fabricantes no lança-mento de produtos de acordo com as necessidades e preferências de seus mercados-alvo. DR – Quais os resultados esperados pela Tate & Lyle em 2018?Nardinelli – Até o fim do último ano fiscal, em 31 de março de 2018, na Ásia-Pacífico e na América Latina, dois mercados-chave que são reporta-dos juntos, o volume de soluções para alimentos e bebidas foi 7% maior do que no ano anterior. As vendas au-mentaram 5%, para 184 milhões de libras esterlinas. No Brasil, tivemos um crescimento de dois dígitos em volume, impulsionado principalmente pelas vendas de texturizantes e ado-çantes na categoria de lácteos. •ENTREVISTA / OSWALDO NARDINELLICADERNO FORNECEDORESDoce Revista Setembro/Outubro 201824www.docerevista.com.brwww.docerevista.com.br24Mesmo com o consumo de cho-colate em geral estabilizado, o setor de bens de capital para fabricação de itens da categoria respira mais aliviado, com a demanda pontual porém ascendente em segmentos como o de produtos premium. As descobertas do poder antioxidante de flavonoides contidos no cacau e as mudanças nos hábitos decorrentes da onda de sauda-bilidade, mudaram o consumo na cate-goria e a disseminação de linhas com diversos percentuais de cacau na for-mulação da massa vem impulsionando a revitalização de projetos e instalações. Na Komatec, agente de máquinas que atua com grifes globais como Netzsch, Bosch e Haas Mondomix, a demanda vem se sustentando acima do esperado nos últimos dois anos. Thomas Koblinsky Jr., diretor da trading e consultoria, avalia que 2017 foi bastante positivo. “Além de avan-çarmos com projetos bastante arro-jados, a Interpack 2017 (maior fei-ra de equipamentos para o setor de confectionery) impulsionou diversas decisões”, assinala ele. Já 2018, com adventos como a Copa do Mundo e as eleições, vem deixando um pouco a de-sejar. “Mesmo assim, ainda realizamos alguns projetos interessantes e creio que no final teremos um balanço positivo”, avalia o trader. Petru Emil Rusu, diretor da Per-pack, que opera com marcas top de processadoras de chocolate como Sol-lich, Chocotec e Awema, nota que, apesar da retração geral no cenário de bens de capital, a busca por instala-ções voltadas ao mercado de chocolates gourmet ou pro-dutos mais sofisticados, com maior valor agregado den-tro da categoria, se mantém crescente. “Na realidade, estamos vivenciando uma crise desde 2015, com lenta recuperação a partir de 2017/2018”, sublinha Rusu, argumentando que, no período imediatamente anterior os ní-veis de atividade foram basicamente mantidos estáveis, abaixo da média his-tórica para o setor.Dados da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) confirmam que, no acumula-do do ano até setembro foi registrada alta geral nas vendas de bens de capi-tal de 7,4% sobre o mesmo período do ano passado. Segundo a entidade, a im-portação de máquinas, na qual se insere a maioria das linhas para fabricação de chocolate, registrou US$ 1,13 bilhão, com queda de 3,1% em relação a se-tembro de 2017 e redução de 12,6% em relação a agosto. Mas no acumu-lado do ano, houve alta de 15,6%, re-porta a entidade. Já a exportação teve receita de US$ 736,60 milhões, com queda de 9,4% em setembro diante do mesmo mês do exercício anterior e re-tração de 24,7% sobre agosto. O acu-mulado desde o início do ano também registrou alta de 10,9% em relação ao mesmo período de 2017. Previsão da entidade sinaliza que a valorização cambial e o aumento das exportações durante o ano contribuíram com a me-lhora da receita. A projeção é de queda nas vendas no último trimestre do ano, mas esse resultado não deve interferir na expectativa de 7% de aumento nas vendas até o final do ano.Na Komatec, Koblinsky Jr. confirma a previsão oti-mista para as importações considerando que 2017 já foi um ano acima da média para a consultoria. “Projetos bastante desafiadores para novos produtos e alguns grandes projetos de automação, im-pulsionados pela Interpack, resultaram em um ano bem acima dos resultados de 2016”, ele grifa. Apesar dessa mo-vimentação envolvendo o desembarque de tecnologias e máquinas, ele destaca a atuação de grifes locais no processa-mento de massas de chocolates e cober-turas (compounds), a exemplo da Net-zsch, subsidiária do grupo alemão com fábrica em Pomerode (SC). Em 2017, relata ele, a marca bancou upgrades na série de equipamentos para preparo e refino de massas de chocolate (com liquor) e compounds (gorduras ve-getais), como a linha compacta Master-Conch, com nova geometria e formato. Além de alcançar uma performance su-perior, com menor tempo de processo, A vez do topAvança a demanda de linhas para processamento de chocolate premiumEQUIPAMENTOSLINHA DA NETZSCH UPGRADES EM SISTEMAS COMPACTOS PARA CHOCOLATE.KOBLINSKY JR., DA KOMATEC RETOMADA DE PROJETOS SINALIZA BALANÇO POSITIVO.www.docerevista.com.br25Setembro/Outubro 2018 Doce Revista25www.docerevista.com.brmenos energia consumida e melhor agitação, é a única concha com o sistema CIP (Clean in Place), que per-mite a troca rápida de pro-dutos, a exemplo de massa ao leite para massa branca, com ciclo de limpeza de 30 minutos ou menos. Além disso, a Netzsch remodelou sua tecnologia de moinho de esferas, com a linha MasterRefiner, equipada com câmara de moagem es-tendida, novo desenho de discos e sis-tema de separação, incorporando ainda o sistema de pré-moagem Samba, que permite ciclos de refino com apenas uma passada, atingindo granulometrias de 24 micra ou menos. “A Netzsch con-sagrou ainda a linha MasterCream, que tem tido bastante sucesso como o siste-ma mais simples e compacto para repro-cesso automático de itens como wafers, chocolates e biscoitos, permitindo a moagem de amendoins, amêndoas, no-zes e outras sementes oleaginosas para fabricação de pastas diversas”, informa Koblinsky Jr. APELO VISUAL Petru, da Perpack, observa entre as tendências em voga na cena de choco-late a da profusão de itens mais finos e com maior apelo visual, buscando dife-renciação, uma vez que tabletes e can-dy bars tradicionais sofrem pesada concorrência. De seu portfólio de representadas, ele destaca a linha One-Shot da Awema, equipada com a depositadora UDM 222 (100% servo acionada), de grande flexibilidade e faci-lidade de operação. Outro ponto alto do mostruário é a linha Frozen Shell Cho-cotech, para produtos de diferenciado apelo visual, que viabiliza a produção de artigos moldados sem a necessida-de de formas de chocolate. “Diversos acessórios podem ser incorporados a essa linha, a exemplo de depositadores, decoradores e aspersores de sólidos, permitindo grande variedade de artigos e acabamentos”, acrescenta Rusu. Dentro da família de temperadeiras da Sollich, ele sublinha a inclusão de unidades especiais para produção com centrífugas (produ-tos ocos de Páscoa), a temperadeira-aera-dora para massas de chocolate aerado e uma versão de tem-peradeira para re-trabalho, ideal para linhas de moldagem.Para Koblinsky Jr., da Komatec, o tema da saudabilida-de vem sendo incor-porado às linhas de fabricação de choco-late dentro de algu-mas vertentes. Além do emprego de tec-nologia de processo e refino de massas, que viabiliza instalações de pequeno porte para aplicações tipo gourmet ou funcio-nais, como a da Net-zsch, as correntes de produtos saudáveis hoje também ocupam linhas de gran-des capacidades. “Entre as tecnologias hoje disponíveis para chocolates gour-met sobressai a da Haas Mondomix, com sistemas de aeração contínua de recheios e chocolates, que permitem não apenas uma redução de pesos, mas a criação de produtos com texturas di-ferenciadas e menos calóricos”, grifa o especialista. Ele sublinha ainda sistemas como o Bar Production Tecnology, da Bosch alemã, de grande flexibilidade para produção de candy bars, barras de proteínas e barras de cereais, com alto conteúdo de nuts, e em sistemas para fim de linhas de produção, novi-dades da Bosch Packaging, a exemplo das tecnologias de alta performance para embalagem de mini bars em alta velocidade (Seamless Bar Line), como a da embaladora flow pack HRM, para velocidades de até 150 metros/minuto de filme. •RUSU, DA PERPACK CHOCOLATE GOURMET SEGURA DEMANDA DE MÁQUINAS.LINHA DA CHOCOTEC PARA CHOCOLATES MOLDADOS SEM USO DE FORMAS.CADERNO FORNECEDORESDoce Revista Setembro/Outubro 201826www.docerevista.com.brwww.docerevista.com.br26Um movimento intenso de alta de preços foi registrado em outubro no mercado inter-nacional de açúcar. Com o encer-ramento da tela mensal, a pressão vendedora deixou de ser exercida. A quebra de safra no Centro-Sul brasileiro ficou mais evidente e a Europa confirmou também sua redução de produção de açúcar, juntamente com a Améri-ca Central. Esses foram os fundamentos que contribuíram para o fortalecimento dos preços da commodity. Junte-se a isto a desvalorização do dólar frente ao real e a ação com-pradora dos fundos.Na última semana do mês, a tendência de alta em dólares e em reais, que vinha ocorrendo desde o inicio do período, foi interrompida e os preços caíram. O mercado encontrou dificuldades de romper a resistência de 14 cents/lb.O gráfico abaixo mostra o comportamento dos preços do açúcar demerara na Bolsa de Nova York, tomando como base o 1º vencimento. Ronaldo Lima Santana é sócio-gerente da JOB Economia e PlanejamentoRonaldo Lima SantanaAçúcarda desvalorização do dólar frente ao real.O mix de produção segue mais alcooleiro na atual safra do Centro-Sul. No acumulado, desde o início da safra até 16 de outubro, 64% da cana foram direcionadosa à pro-dução de etanol. A quebra na produção de açúcar já havia alcançado 7,9 mihões de toneladas e com tendência a au-mentar. A previsão é de chegue a 9,1 mihões de toneladas. As chuvas ocorridas no mês prejudicaram o andamento da moagem e a previsão de término antecipado da safra foi prorrogada.O gráfico acima apresenta os preços médios semanais negociados em São Paulo apurados índices JOB Economia e Esalq. A JOB Economia há 24 anos no mercado, através de seus relatórios e trabalhos de consultoria, tem como objetivo principal antecipar movimentos de mercado para um posicionamento correto nas estratégias empresariais de seus clientes e por fim, con-tribuir para que façam um bom “trading”. Dentre nossos produtos, temos o relatório “Monitoramento Semanal dos Mercados – Açúcar & Etanol”, realizado desde 1995, que busca dar aos clientes informações claras, objetivas e isentas sobre os mercados de açúcar e etanol no Brasil e no exte-rior. O objetivo final é posicionar os clientes adequadamente em suas estratégias de compra e venda. O grau de acerto das nossas previsões de tendência de preços de curto-prazo, nesta safra 2018/19, até o final de Agosto, oscilou no intervalo de 71% (açúcar-CSul) - 90% (açúcar-NNE). Solicite gratuitamente dois exemplares do relatório completo e veja como nosso tra-balho pode ajudá-lo na tomada de decisões.Forte altaCONSULTORESEm um cenário de estoques relativamente baixos, com base no balanço oferta/demanda, observa-se uma oferta de açúcar restrita no Centro-Sul, o que fortaleceu os preços in-ternamente.Vale lembrar que esse movimento ocorreu mesmo sem o suporte do mercado externo que, apesar de ter apresen-tado preços na ascendente, perdeu competitividade diante Doce Revista Setembro/Outubro 201828www.docerevista.com.brCOM SUPORTE DA LACTAMondelez expande Cocoa Life para garantir suprimento sustentável de cacauNúmero um no mercado brasileiro de chocolate, a Mondelez Inter-national anuncia a expansão do seu programa global de sustentabilidade do cacau. Batizado de Cocoa Life, o pla-no objetiva criar comunidades agrícolas prósperas, através de uma maior capaci-tação dos agricultores, com foco na sus-tentabilidade e rentabilidade do cultivo, garantindo assim o suprimento de cacau e o futuro do chocolate. Segundo Christine Montenegro McGrath, líder global de sus-tentabilidade e bem-estar da Mondelez International, o Cocoa Life já está presen-te em Gana, Costa do Marfim, Indonésia, Índia e República Dominicana, países que se destacam na produção de cacau. A companhia apoia a produção de cacau no Brasil desde 2014 e vai utilizar o aprendizado obtido para a expansão do Cocoa Life. No Pará, serão investidos cer-ca de US$ 200.000 por ano, nos próximos três anos, para a capacitação dos produ-tores e criação de comunidades de cacau prósperas e independentes. Na Bahia, onde os agricultores enfrentam uma infi-nidade de desafios relacionados ao ma-nejo de culturas, o Cocoa Life fornecerá informações técnicas sobre as mais re-centes ferramentas e boas práticas agrí-colas para aperfeiçoar a produtividade e a qualidade do cacau produzido, além de reduzir o impacto ambiental. Os grãos de cacau produzidos pelas comunidades do Cocoa Life farão parte da cadeia de for-necimento da Mondelez International para a produção dos chocolates Lacta, informa Christine. "Estamos animados com a chegada do Cocoa Life ao Brasil, que além de ser um dos maiores produtores de cacau é também um importante polo de fabrica-ção de chocolates, onde nasceu Lacta, uma de nossas marcas centenárias que está entre as favoritas e mais consumidas pelos brasileiros", assinala a executiva. Ela relata que o programa teve um impac-to significativo nas comunidades de ca-cau da África Ocidental e a expectativa é que essa performance se repita no Brasil. “É importante ressaltar que o programa também contribuirá para a preservação da floresta amazônica e desenvolvimento da comunidade local", sublinha Christine. PARCERIA COM TNC A expansão do Cocoa Life no Brasil, acrescenta ela, é resultado de uma par-ceria com a ONG The Nature Conservancy (TNC) e seu projeto Cacau Floresta, cria-do para incentivar a agricultura familiar de baixo carbono, gerar benefícios so-ciais e econômicos e engajar os agricul-tores a se comprometerem com práticas zero desmatamento e restauração agro-florestal de áreas degradadas. Essa par-ceria traz uma nova perspectiva de ex-pansão aos esforços da Cocoa Life, pois a região do Pará tinha uma das maiores taxas de desmatamento no Brasil e hoje exibe potencial para se tornar um exem-plo de desenvolvimento sustentável e de restauração na floresta amazônica, pondera Christine. “Nos últimos cinco anos, a TNC apoiou o plantio de 450 hec-tares do sistema agroflorestal de cacau na Amazônia, beneficiando mais de 120 famílias nos municípios de São Félix do PRODUTORES DE CACAU NO COCOA LIFE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL DOS PRODUTORES BRASILEIROS E SUAS FAMÍLIAS.Sustentabilidadewww.docerevista.com.br29Setembro/Outubro 2018 Doce RevistaXingu e Tucumã, no sudeste do Pará, e a meta é atingir mil famílias nos próximas cinco anos", repassa ela. Em parceria com o projeto Cacau Flo-resta, a Mondelez International estabele-ceu entre as metas para os próximos três anos impactar positivamente ao menos 500 agricultores, implantar seis zonas de demonstração para compartilhar boas práticas agrícolas, promover o manejo ecológico do solo e boas práticas pós-co-lheita; transformar mil hectares de áreas de pastagem em agrofloresta de cacau; e reestruturar 750 hectares de fazendas de cacau existentes com novo manejo agroecológico do solo, além de restaurar 500 hectares de mata ciliar e proteger ba-cias hidrográficas.Em paralelo, a Fundação Mondelez International vai expandir o programa Ação Saudável para as comunidades onde o Cocoa Life atua, agora no estado do Pará. Lá, a entidade INMED – Parce-ria para Crianças vai facilitar a atuação do programa, que promove alimentação saudável e práticas de atividades físicas com crianças de escolas públicas. O pro-grama também envolverá o governo local na promoção do bem-estar e beneficiará cerca de 6.000 crianças e outras 18.000 pessoas indiretamente, entre pais, profes-sores e a comunidade em geral. O projeto conta também com a parceria do Instituto Esporte & Educação (IEE) para conscienti-zação da importância de atividade físicas.“O objetivo do Cocoa Life é criar co-munidades agrícolas de cacau empode-radas e prósperas e atingir mais de 200 mil agricultores em seis países, benefi-ciando mais de 1 milhão de pessoas até 2022”, sintetiza Christine. A Mondelez, por seu turno, atua para que todo o supri-mento de cacau da empresa seja forneci-do de forma sustentável, principalmente via Cocoa Life. Por meio de parcerias com agricultores, ONGs, fornecedores e insti-tuições governamentais, o programa inte-gra o Impact for Growth, compromisso da Mondelez International para impulsionar o crescimento dos negócios com mudan-ças positivas no mundo. •CHRISTINE, DA MONDELEZ INTERNATIONAL INVESTIMENTOS NA CAPACITAÇÃO DE AGRICULTORES DA BAHIA E DO PARÁ.FOCO NA PRODUTIVIDADECadeia brasileira do cacau também investe no desenvolvimento sustentável Iniciativa já conhecida no oeste da África, o Cocoa Action foi lançado em outubro no Brasil, em evento promovido pela World Cocoa Foundation (WCF). Trata--se de um programa de coalizão entre agricultores, indústrias, governo federal, estados produtores e or-ganizações não governamentais, com o objetivo de unir esforços para garantir o desenvolvimento susten-tável da produção. Eduardo Bastos, diretor executivo da Associação das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC), presente à solenidade de lançamento realizada em São Paulo, argumenta que a iniciativa pretende coordenar esforços para aumentar a produção, garan-tir renda aos produtores, erradicar o trabalho infantil e promover a igualdade de gênero no campo, além de combater o desmatamento.O Cocoa Action começou na África como uma resposta do setor cacaueiro, após denúncias de trabalho escravo e infantil nas lavouras, principalmente na Costa do Marfim, maior produtor mundial de cacau. Atualmente, o foco principal do movimento em escala global tem sido na redução da pobreza no campo. No oeste da África, uma nova preocupação é o desmatamento relacio-nado à expansão da cacauicultura.No Brasil, relata Bastos, o esforço principal do Cocoa Action será promover o aumento da produtividade nos cacauais, que têm sofrido nos últimos anos por conta de intensos períodos de seca na Bahia. “Sem produtividade, não aumentamos a renda dos produtores e não conseguimos reduzir o desma-tamento, nem atendemos às demandas da indústria e não aumentamos a riqueza no campo”, sustenta o dirigente da AIPC.A iniciativa tem prazo de cinco anos para que os diferentes atores do seg-mento criem um fórum institucional, realizem um planejamento do segmento e arbitrem questões dentro da cadeia – a exemplo do que já acontece no setor de cana-de-açúcar. Segundo Bastos, as entidades do setor público e privado envolvidas no Cocoa Action Brasil deverão se reunir até o fim do ano para traçar um planejamento financeiro e avaliar de onde virão os recursos e como serão investidos.BASTOS, DA AIPC ELEVAÇÃO DA RENDA E DIMINUIÇÃO DO DESMATAMENTO COM COCOA ACTION BRASIL.Next >