A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu em maio um novo conjunto de padrões globais para reduzir o consumo de sal em mais de 60 categorias de alimentos, considerando que isso é necessário para salvar vidas. A medida deve elevar a pressão para a indústria alimentícia acelerar a diminuição desse condimento nos produtos. Segundo a entidade, a maioria das pessoas consome o dobro das 5g de sal recomendadas por dia, correndo risco de doenças cardíacas e derrames que levam a óbito cerca de três milhões de pessoas por ano. O custo para os sistemas de saúde e a economia é elevado.
No Brasil, o consumo nacional médio também é excessivo, de 9,3 gramas por dia ou quase o dobro da recomendação. Além da adição do sal de cozinha aos alimentos, no preparo e no consumo, muitos produtos industrializados têm quantidades mais altas de sódio (componente do sal relacionado ao risco de hipertensão). Uma proporção significativa de sódio na dieta vem de alimentos industrializados. Temperos prontos, embutidos cárneos, macarrão instantâneo e salgadinhos colaboram para o aumento da ingestão do mineral.
A OMS tem meta para redução de 30% no consumo global de sal/sódio até 2025. No entanto, a constatação é de que o mundo está longe de atingir esse objetivo de saúde pública.
A entidade usou padrões brasileiros, repassados pelo Ministério da Saúde (MS), para recomendar uso máximo de sal em pelo menos duas categorias de produtos: biscoitos recheados, com o sal limitado a 265mg por 100g, e rocamboles, com 205mg/100g.
Para a OMS, a redução do teor de sódio por meio da reformulação de alimentos industrializados é uma estratégia comprovada para reduzir a ingestão de sódio pela população, particularmente em locais onde o consumo de alimentos processados é alto.